TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Em igreja, maconha vira erva sagrada e entra até na Bíblia

Na cidade de Americana (SP), sítio é sede de uma igreja rastafari que já foi palco de três batidas policiais com apreensão de dezenas de pés de maconha. A lei brasileira não permite o uso da cannabis para fins religiosos, mas esta igreja quer usar a jurisprudência do Santo Daime, permitido na legislação vigente. O chefe espiritual da igreja disse que investigou tudo sobre a crença pela internet e nunca teve contato pessoal com um rastafari jamaicano.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Ação no Pinheirinho viola direitos, diz relatora da ONU


O processo de reintegração de posse de Pinheirinho viola os direitos humanos. É preciso suspender o cerco policial e formar uma comissão independente para negociar uma solução para as famílias.

A opinião é da relatora especial da ONU para o direito à moradia adequada, a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, 55, que enviou um Apelo Urgente às autoridades brasileira pedindo explicações sobre o caso. Para ela, professora da FAU/USP, o país caminha para trás no campo dos direitos humanos e a pauta da inclusão social virou "sinônimo apenas da inclusão no mercado".


Nesta entrevista, ela avalia também o episódio da cracolândia. Faz críticas do ponto de vista dos direitos humanos e da concepção urbanística. Rolnik aponta para violações de direitos em obras da Copa e das Olimpíadas e avalia que "estamos indo para trás" em questões da cidadania.

No plano mais geral, entende que o desenvolvimento econômico brasileiro está acirrando os conflitos em torno da terra --nas cidades e nas zonas rurais. E defende que "as forças progressistas", que na sua visão abandonaram a pauta social, retomem "essa luta".


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


Fonte: Portugal Remix
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Em 1455, o papa Nicolau V concedeu a Afonso V, entre outros direitos, o de reduzir à escravatura perpétua os habitantes de todos os territórios africanos a sul do Cabo Bojador. A Dum Diversas é uma bula papal dirigida a D. Afonso V de Portugal e publicada em 18 de junho de 1452 pelo Papa Nicolau V. Através desta Bula, o Papa afirma:

{xtypo_quote}(...) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades (...) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão, e apropriar e converter em seu uso e proveito e de seus sucessores, os reis de Portugal, em perpétuo, os supramencionados reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades, possessões e bens semelhantes (...).{/xtypo_quote}

Em 8 de janeiro de 1554, estes poderes foram estendidos aos reis da Espanha.

Em 1455 Nicolau V publicou uma outra bula dirigida a D. Afonso V, a "Romanus Pontifex" que reafirma o texto da bula Dum Diversas ao dizer: "Guinéus e negros tomados pela força, outros legitimamente adquiridos foram trazidos ao reino, o que esperamos progrida até a conversão do povo ou ao menos de muitos mais. Por isso nós, tudo pensando com devida ponderação concedemos ao dito rei Afonso a plena e livre faculdade, entre outras, de invadir, conquistar, subjugar a quaisquer sarracenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo praticar em utilidade própria e dos seus aos mesmos D. Afonso e seus sucessores, e ao infante. Se alguém, indivíduo ou colectividade, infringir essas determinações, seja excomungado".


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"A Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, não passa de uma farsa". Em artigo inédito, o diretor-executivo da Educafro, Frei David Santos Ofm, exemplifica a promulgação de sete atos oficiais, envolvendo o destino da população negra, que vão desde a implantação da escravidão à reabertura do país às imigrações européias.
Há 503 anos, o Brasil foi invadido por colonizadores europeus, com o objetivo de enriquecimento de setores da Europa. Para isso, seria necessário muito trabalho pesado. A solução encontrada foi a oficialização da escravidão no país como política econômica. Assim, as relações raciais e sociais foram contaminadas e, até hoje, estamos colhendo seus malefícios.
Com o passar dos anos, uma série de atos oficiais foi sendo promulgada. Por trás da capa de inclusão e solidariedade para com a população negra escravizada estava o objetivo de beneficiar os senhores das riquezas, das terras e do direito de vida e morte sobre os afro-brasileiros. Mais do que isso, a grande intenção da sociedade branca era excluir, marginalizar, afastar o negro do direito à terra, à educação, aos cuidados na infância e na velhice.
A Lei Áurea não é elencada entre os sete atos, porque podemos considerá-la nula. Na prática, quando foi assinada, só 5% do povo negro viviam sob regime de escravidão. Os demais tinham conseguido a libertação por meio dos próprios esforços. Podemos dizer, no máximo, que serviu como estratégia para dar à população negra respaldo de libertação jurídica. Não teve como preocupação fixar as comunidades negras na terra e garantir as terras nas quais já viviam, reconhecida pelas próprias leis dos dominantes.
Após a promulgação da Lei Áurea surgiu um movimento exigindo que o governo indenizasse os senhores que haviam perdido seus escravos. Rui Barbosa reagiu dizendo: "Se alguém deve ser indenizado, indenizem os escravos!". Tinha plena consciência das injustiças cometidas pela sociedade contra o povo negro. Hoje, na Uerj, muitos brancos abriram processos na justiça exigindo indenização (outra vaga) por "ter perdido" sua vaga para um negro. Quase nada mudou: trata-se o negro, ainda hoje, como "um sem direitos".

O canto dos escravos


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POR HUGO FANTON
Hoje, em coisa de segundos, me lembrei de uma menina, vi tristeza no meu mundo e fui invadido pela África, em forma de vissungo.
Em 1982, Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Tia Doca se reuniram para dar nova vida a cantigas ancestrais de negros e negras benguelas, de São João da Chapada, MG. Entoados no cotidiano daquela gente, no trabalho nas minas, em rituais mágicos, festas ou mortes, os vissungos envolviam mundos distintos, terra daqui e de lá, o sobrenatural, a ancestralidade, os que ainda vivem perpassados em notas, por gente, as vozes do além, do lado de lá do mar ou da vida. Mundos sempre a se tocar, no sofrer.
Ei ê lambá,
quero me acabá no sumidô
quero me acabá no sumidô,
lamba de 20 dia
ei lambá, quero me cabá no sumidô —
Ei ererê.
O trabalho duro, lamba, motiva o negro pedir a morte. No vissungo, o sofrer vai daqui pra lá, de lá pra cá, e ouvindo o canto vou sentindo um dizer de Mia Couto: "Hoje eu sei, África rouba-nos o ser, e nos vaza de maneira inversa, enchendo-nos de alma".

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Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que pretendia libertar todos os escravos, cuja força de trabalho tanto enriqueceu senhores de engenho e a elite cafeeira. Desde 1834 já era proibido o tráfico negreiro transatlântico entre o Grão-Pará e a África. Em 1850, esse tráfico passou a ser proibido entre o Brasil como um todo e a África.
Uma exceção, conhecida e estudada em pesquisas desenvolvidas pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, é o Engenho Murucutu, localizado na cidade de Belém. Mais de 30 anos após a proibição do tráfico negreiro no Grão-Pará, ele ainda mantinha uma média de 50 escravos.
É o que apontou estudo da bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Museu Goeldi, Juliana Brandão, estudante de História da Universidade Federal do Pará (UFPA). Orientada pelo arqueólogo pesquisador do MPEG, Fernando Marques, ela desenvolveu a pesquisa "Força negra a serviço do engenho: o uso de escravos africanos no Engenho Murutucu no século XIX".

A invisibilidade das questões étnico-raciais e a mídia


racismo na tv
por Claudia Vitalino do Vermelho

A questão racial vem pontuando as discussões voltadas para a democratização da comunicação e também na conquista da cidadania. O consenso de que a superação das desigualdades raciais e sociais passa pela correção das assimetrias do próprio Estado Brasileiro devem passar a encarar as relações raciais como um tema transversal que estrutura a dinâmica das sociedades.
Um relatório da UFRJ divulgado em 2011 aponta que tem crescido a parcela de negros e pardos no total de desempregados. De acordo com o relatório, em 2006, 54,1% do total de desocupados eram negros e pardos (23,9% de homens e 30,8% de mulheres). Pouco mais de 10 anos antes, ou seja, em 1995, os negros e pardos correspondiam a 48,6% desse total (25,3% de homens e 23,3% de mulheres).
O Censo 2010 apurou que, dos 16 milhões de brasileiros vivendo em extrema pobreza (ou com até R$ 70 mensais), 4,2 milhões são brancos e 11,5 milhões são pardos ou pretos.

Racismo contra filho motivou saída Zé Roberto do Inter


ze roberto no bahia
Racismo contra filho motivou saída do Inter, diz Zé Roberto


Com o sentimento de ter feito "a escolha certa" em ter ido para o Bahia, e não para qualquer outro clube, o meia Zé Roberto foi apresentado oficialmente na tarde desta segunda-feira, em Salvador.
Zé Roberto tinha contrato com o Internacional, seu ex-clube, até 2013. Segundo ele, um dos motivos em ter deixado Porto Alegre foi o fato de o seu filho, apenas cinco anos, ter sido vítima de racismo no colégio onde estudava.
"Eu não gosto nem de falar muito sobre isso. Mexeu muito comigo, com a família. Foi o que mais fez com que eu deixasse o Inter", confessou. De acordo com o meia, o assunto está sob cuidado do seu advogado.
Em relação ao seu novo time, a estrutura e os projetos do clube, por exemplo, foram fatores determinantes para que pudesse jogar no Bahia, segundo o atleta. "A maneira como o Bahia está se organizando e a grandeza do clube me ajudaram muito. Não tenho dúvidas de que fiz a escolha certa", garantiu.
Desde dezembro do ano passado, o meia estava nos planos do Bahia. No entanto, a negociação não foi adiante porque o Vitória entrou na transação e porque o atleta tinha algumas pendências para resolver com o Internacional.
Zé Roberto foi contratado pelo Bahia por dois anos, sendo que 50% dos direitos econômicos do atleta pertence à equipe tricolor.
Fonte: A Tarde

Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo


O Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G20, de acordo com um estudo realizado nos países que compõem o grupo.

De acordo com a pesquisa Deixados para trás pelo G20?, realizada pela Oxfam - entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países -, apenas a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade.
Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial. Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.
brasil e africaA pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados.
Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.
Avanços
Mesmo estando nas últimas colocações, o Brasil é mencionado pela pesquisa como um dos países onde o combate à pobreza foi mais eficaz nos últimos anos.
O estudo cita dados que apontam a saída de 12 milhões de brasileiros da pobreza absoluta entre 1999 e 2009, além da queda da desigualdade medida pelo coeficiente de Gini, baixando de 0,52 para 0,47 no mesmo período (o coeficiente vai de zero, que significa o mínimo de desigualdade, a um, que é o máximo).

Negros buscam mais poder no Rio via eleições 2012


negros nas eleicoes
NÚCLEO AFRO DO PMDB QUER QUE 30% DA CHAPA DE 400 CANDIDATOS A VEREADOR DA AGREMIAÇÃO NO ESTADO SEJAM DE NEGROS; COLETIVO DE COMBATE AO RACISMO, DO PT, APROVA COTA RACIAL DE 20% NAS DIREÇÕES DO PARTIDO; UNEGRO, DO PCDOB, DEFENDE SECRETARIA DE COMBATE AO RACISMO DENTRO DO COMITÊ CENTRAL

 por Marco Damiani 
Cada um ao seu modo, os negros que militam em partidos políticos estão de olho nas eleições municipais de outubro para conquistar mais poder – dentro e fora de suas agremiações. Eles se recusam a aceitar a conta que aponta mais de 60% da população fluminense como negra ou parda, contra não mais que 2% de negros declarados como vereadores na cidade do Rio – um desequilíbrio que se repete na maioria dos municípios do Estado.
No PMDB do Rio, um plano ousado está em curso. Com a professora Mara Ribeiro à frente, o Núcleo Afro do partido, fundado em 2006, está às portas da realização de cinco seminários em todo o Estado nos quais pretende somar força para conquistar até 30% das vagas de candidatos a vereador pela legenda para militantes que se declarem negros. Estima-se que o PMDB lance 400 candidatos a vereador em todo o Estado. "União e força é igual a empoderamento, essa é a nossa palavra de ordem", diz Mara. "Enquanto o povo negro não assumir efetivamente o poder, nossa raça sempre estará subrepresentada".

Amorim terá de pagar R$ 30 mil a Paulo Preto


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O jornalista Paulo Henrique Amorim foi condenado a pagar R$ 30 mil a Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, por chamá-lo em seu blog Conversa Afiada de "Paulo Afro-descendente" e por divulgar o endereço em que mora, em São Paulo. A sentença, do dia 9 de janeiro, é assinada pelo juiz Daniel Luiz Maia Santos, da 4ª Vara Cível de São Paulo, que classificou o trocadilho com o nome de Souza como "atitude discriminatória".

Em outubro de 2010, o ex-diretor de Engenharia de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) entrou com ação cobrando indenização de Amorim, após este ter publicado foto do prédio em que Souza mora, com endereço. Após descrever o local, Amorim escreve que "lá, apesar de seu salário de funcionário público do governo de São Paulo, de não ser herdeiro de nenhuma fortuna e nem ser tido como um homem rico, vive o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o 'Paulo Preto', ou o Paulo 'Afro-descendente'".

Suspeito de expulsar menino de pizzaria na zona sul de São Paulo é indiciado


Foi indiciado hoje o suspeito de expulsar um menino de seis anos nascido na Etiópia da pizzaria Nonno Paolo, no Paraíso, zona sul de São Paulo. A criança teria sido confundida com um morador de rua em dezembro do ano passado.
O menino é filho adotivo de um casal de espanhóis que estava em férias no Brasil. O casal denunciou o restaurante e um inquérito policial foi instaurado para apurar o caso de preconceito racial.
Em janeiro, o local foi parcialmente interditado por armazenar 100 kg de comida com o prazo de validade vencido e de forma inadequada. A blitz organizada pela Polícia Civil e a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) recolheu os produtos que incluíam frango, bacon e carne.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, baratas e outros insetos foram encontrados no salão e os agentes da Covisa confirmaram condições de higiene inadequadas no local. A dona do estabelecimento foi presa, mas pagou fiança de R$ 6.200 e foi liberada. Na delegacia, ela disse que não tinha conhecimento de como era guardada a comida
luta-marcial1África- origem das lutas marciais – a arte do combate em Kush- Núbia o atual Sudâo
Por Malachiyah Ben Ysrayl. Historiador e Hebreu-Israelita
Milhões de africanos na África e nas Américas praticam diversas modalidades de artes marciais, como a luta livre, jiu-jutsi, kung-fu, judô, karatê, Tae Kwon Do, hapkido, aikido, boxe, luta Greco-romana, capoeira, ninjutsi, e outros estilos.

Os lutadores pretos possuem um número incontável de fãs e nomes marcaram a história do boxe, a exemplo de Mohamed Ali, Mike Tison, Holyfield, George Foreman, entre outros. Atualmente um lutador brasileiro tem levantado as platéias pelo seu estilo e conclusão nos combates do MMA: Anderson Silva.
Se perguntarmos a um jovem preto sobre a origem das lutas marciais, imediatamente ele reportará aos países asiáticos, especialmente a China, Japão e a Coreia. E citará a capoeira como uma luta de origem afro-brasileira.
A maioria dos jovens pretos concordará com estas respostas porque assim aprendeu nos livros didáticos, nas revistas de esportes e nas academias. Inclusive terá como referência histórica as lutas gregas como a matriz, o início no planeta da arte das técnicas de combate. Fato corroborado sempre nos jogos olímpicos que tentam perpetuar o equivoco histórico e lamentavelmente milhões de africanos acreditam nesta falácia.
Como a origem da vida e a civilização se deram no continente africano, todas as ciências lá também surgiram, dentre elas a medicina, filosofia, matemática, astronomia e muitas outras.

Lei Maria da Penha: Atendimento a mulheres vítimas de violência melhorou e número de denúncias cresceu

maria da penha dadosVisitas de parlamentares a quatro estados mostram que atendimento a mulheres vítimas de violência melhorou e número de denúncias cresceu. Deputadas querem agora medidas para viabilizar a integração de ações já em andamento.
 Pouco mais de cinco anos após entrar em vigor, a Lei Maria da Penha (11.340/06) já é responsável por avanços no combate à violência contra a mulher. Em visitas a estados brasileiros, parlamentares participantes do projeto Mutirão da Penha, que investiga a aplicação da lei, confirmam que o atendimento às vítimas melhorou e a consciência das mulheres sobre seus direitos e a coragem de denunciar têm se consolidado.
Dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres mostram que o número de atendimentos cresceu desde a entrada em vigor da lei. Em 2007, quando o sistema foi adaptado para receber informações sobre a Lei Maria da Penha, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) registrou 438.587 atendimentos. Entre janeiro e outubro do ano passado (últimos dados disponíveis), o sistema já havia recebido 530.542 ligações.
O número de serviços especializados no atendimento à mulher, como delegacias e juizados, também aumentou. No ano passado, o País tinha 928 serviços, contra os 521 existentes em 2006 - um crescimento de 78,1%.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Polícia e racismo na USP


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Vitor Hugo Soares

Mesmo no Alabama da abominável Ku Klux Klan, nos piores tempos do racismo no século passado e início do atual nos Estados Unidos, imagino que as imagens reveladoras de racismo explícito envolvendo a atuação de policiais da PM paulista, esta semana, na repressão de estudantes no campus da USP - a mais importante universidade pública do País - teriam causado pelo menos duas consequências imediatas: mais incisiva reação factual e opinativa dos meios de comunicação (a chamada grande imprensa em especial) e mais forte e necessária indignação da sociedade.
O pior é que o silêncio ocorre não por falta de informação e provas, como poderiam alegar alguns veículos de imprensa, mas por pura apatia ou inércia. Em alguns casos, infelizmente, por cumplicidade e boa dose de aprovação mesmo do truculento comportamento policial.
Afinal, este episódio de boçalidade e revoltante abuso de autoridade foi fartamente documentado em vídeo dos mais acessados esta semana na Internet no Brasil e em inúmeros países democráticos. Neste último caso, com os inexoráveis arranhões para a "imagem modelar de democracia racial" que o turismo e os governantes gostam de vender lá fora, principalmente em festas de Ano Novo ou tempo de Carnaval.

Deputado quer criar cotas para parlamentares negros


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Proposta de Luiz Alberto leva em consideração dados apurados pelo IBGE no último Censo

A Câmara analisa a PEC (proposta de emenda constitucional) 116/11, do deputado Luiz Alberto (PT-BA), que prevê a reserva de vagas na Câmara, nas assembleias legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal para parlamentares negros por cinco legislaturas.
Segundo a proposta, o número de vagas será definido com base no percentual de pessoas que tenham se declarado negras ou pardas no último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse número não poderá ser menor que 1/5 do total das vagas no parlamento ou maior que a metade das vagas.
A proposta prevê ainda a prorrogação da reserva por mais cinco legislaturas, por intermédio de uma lei complementar. Segundo Luiz Alberto, hoje, a Câmara tem cerca de 30 deputados. Com a medida, diz ele, esse número aumentaria para 150.
Evidentemente que os partidos teriam interesse em disputar essas vagas. Não tenho nenhuma ilusão de que é fácil aprovar essa proposta, mas queremos fazer o debate público, com os movimentos sociais, com a sociedade, para que isso repercuta no Parlamento e possamos aprovar essa PEC.
Antes de ir a debate, a proposta precisa ser aceita pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
Em seguida, uma comissão especial será criada para avaliar o texto, que depois deverá ser votado em dois turnos na Câmara e no Senado.

 Fonte: R7

'A Teoria e as Questões Políticas da Diáspora Africana nas Américas'


LogoCriola
Seleção 2012 para o VI Curso de Atualização: "A Teoria e as Questões Políticas da Diáspora Africana nas Américas"

Criola, através do Programa MultiVersidade Criola , um espaço de formação feminista e anti-racista para mulheres negras, o Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro-americanos (PROAFRO) do Centro de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade do Texas em Austin, através do Centro de Estudos Africanos e Afro-americanos (CAAAS), do Departamento de Estudos da África e da Diáspora Africana, e do Instituto de Estudos Latino Americanos Teresa Lozano Long (LILLAS), torna público a abertura de inscrições para selecionar alunas e alunos para o VI Curso de Atualização em Estudos da Diáspora Africana.
O curso oferece 20 vagas. E será realizado nas dependências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), às segundas e quartas-feiras, de 13h às 18h, no período de 18/06 a 27/07 de 2012, com carga horária total de 60h. Será considerada aprovada a aluna e o aluno que atender aos critérios de avaliação do curso: 1) freqüência de até 75% do total de horas do curso, 2) apresentar resumo e perguntas para debate em pelo menos 2 aulas, 3) entrega de um paper acadêmico ao final do curso, de 15 à 20 páginas, baseado em trabalho etnográfico, de arquivo ou de caráter sociológico, com foco no Brasil

A fábula das três raças ou o problema do racismo à brasileira - Roberto Da Matta


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Alguns trechos para reflexão:
O racismo contido na "fábula das três raças", que floresceu do final do século até hoje, tanto no campo erudito como no popular decorre da dificuldade de se pensar o Brasil e nossa hierarquia social.
Há uma "ideologia abrangente" permeando todas as camadas e espaços sociais: "preguiça do índio", "melancolia do negro", a "cupidez" e "estupidez", do branco lusitano, responsáveis, nessa visão popular, pelo nosso atraso econômico e social, indigência cultural e a nossa necessidade de autoritarismo político, fator corretivo básico neste universo social que, entregue a si mesmo, só poderia degenerar. Assim, é o caso de perguntar se o racismo do famoso Conde de Gobineau está realmente morto!
É uma faceta da história do Brasil vista pelo seu prisma mais reacionário: como uma história de "raças", não de homens.
O conhecimento social assim, se reduz a algo "natural", como "raças", "miscigenação" e traços biológicos de raças.
 A fábula das três raças junta as 2 pontas da nossa cultura: o popular e o elaborado. Os três elementos: o branco, o negro e o indígena, claro que foram importantes na nossa história, mas há uma diferença entre a presença empírica dos elementos e seu uso como recurso ideológico na construção da identidade social brasileira.

Raça, Cultura e Classe no Brasil - Sueli Carneiro


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por Sueli Carneiro
"Não sou, nem nunca fui favorável a algo que pudesse provocar, de qualquer forma, a igualdade social e política entre as raças branca e a negra; não sou, nem nunca fui favorável à transformação de negros em eleitores ou jurados, ou à sua aceitação para cargos públicos... A isso acrescentarei que existe uma diferença física entre a raça negra e a branca que, segundo creio, para sempre impedirá que as duas raças vivam em condições de igualdade social e política. E, na medida em que isso não pode ocorrer, enquanto permanecerem juntas, deve haver uma posição de superior e inferior e tanto quanto qualquer homem, prefiro que a posição superior seja atribuída à raça branca" (Abraham Lincoln, presidente dos EUA, 1894)1"


Diferentemente de Abraham Lincoln, o sociólogo Gilberto Freire, inventor do mito da democracia racial brasileira, estabeleceu os parâmetros segundo os quais a sociedade brasileira deveria regular as suas relações raciais.
Diz Gilberto Freire: "Devemos nos considerar uma gente que goza de extraordinária paz e harmonia racial. Contraste com aquelas partes do mundo em que ódios raciais existem sob formas, por vezes, as mais violentas, as mais cruas" (Gilberto Freire, pai da sociologia brasileira, 1979).2

Juíza Luislinda Valois eleita desembargadora do TJ-BA


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Em sessão ordinária realizada nesta terça-feira (6), em Brasília, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que a juíza baiana Luislinda Valois fosse promovida ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O CNJ utilizou como argumento principal o critério de antiguidade para a concessão da promoção. O relator do caso, Jorge Hélio Chaves de Oliveira, e todos os demais conselheiros decidiram de forma unânime em prol do requerimento.
"É o reconhecimento da luta de uma mulher negra, rastafári, que conseguiu sair vitoriosa deste processo. É uma conquista para o povo negro da Bahia", afirmou Luislinda, primeira juíza negra do Brasil. Desde agosto de 2010, ela ocupava o cargo de desembargadora substituta no TJ. Com a proximidade da aposentadoria compulsória, a nomeação de Valois como desembargadora titular poderia não ocorrer.
De acordo com a juíza, que acompanhou toda a audiência, o Tribunal deverá agora organizar a data da posse e a cerimônia oficial.
Sobre Valois
Valois foi a primeira juíza negra a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil. Ela trabalhou no interior baiano até ser promovida para Salvador, em 1993. A juíza foi a responsável por reativar dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia e criou e instalou a Justiça Itinerante e o Juizado Itinerante Marítimo.
Fonte: Correio da Bahia