TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

ESPORTE: Anderson deve deixar seu cinturão vago para fazer superluta contra GSP nos meio-médios, diz site


Uma enorme reviravolta pode tomar conta do UFC nos próximos meses e terá como protagonista Anderson Silva. De acordo com o experiente repórter norte-americano Dave Meltzer, o campeão dos médios do UFC pretende deixar vago seu cinturão para finalmente fazer a superluta contra o campeão dos meio-médios Georges St-Pierre.
Ele reportou que em conversas com o altíssimo escalão do UFC foi revelado que essa ideia já está avançada para o brasileiro e que deve acontecer em 2013, podendo ele fazer ou não mais uma defesa de cinturão dos médios. Com isso, ele resolveria o “problema” que o evento tem, com a categoria estagnada com a falta de desafiantes para o Spider.
Para que isso aconteça, no entanto, é necessário que o canadense GSP vença o campeão interino dos meio-médios Carlos Condit, no UFC 154, em novembro, mantendo seu cinturão.
Essa enorme mudança também pode afetar outro brasileiro que tem a mesma equipe de empresário de Anderson Silva, Lyoto Machida, o que também deve ter entrado nessa negociação.
Machida será o próximo desafiante pelo cinturão dos meio-pesados, em sua terceira chance de ficar com o título. Em caso de derrota – para Jon Jones ou Dan Henderson – ficaria politicamente impossível ele ter uma nova oportunidade de ser campeão da categoria. Sem Anderson nos médios, Lyoto estaria livre para descer de peso e recomeçar seu caminho por um título.
Vale a pena ressaltar que tanto Lyoto Machida quanto Anderson Silva não teriam maiores problemas para descer de categoria, já que pouco sofrem para bater seus atuais pesos.
A conferir se essa revolução toda realmente vai se concretizar. No papel, pelo menos, poderia ser muito interessante para o evento e para os fãs de MMA, que poderiam ver novos grandes combates, novos campeões e a superluta que todos querem ver.
FONTE: UOL ESPORTE

Racismo ambiental: África na rota dos lixos do ocidente

29
A quantidade de resíduos produzidos no mundo nos últimos trinta anos cresceu três vezes mais do que a população. Pior, a quantidade de lixo tóxico aumentou várias vezes mais e ameaça o ambiente em diversas regiões do mundo, como África.
Brasília - A população mundial produz atualmente mais resíduos do que consegue acolher e tratar. E cria todos os anos lixos tóxicos, como o nuclear, que ninguém quer. Como sempre, são os mais vulneráveis os mais prejudicados, e África tem-se transformado no caixote do lixo do mundo industrializado.
A quantidade de resíduos produzidos no mundo nos últimos trinta anos cresceu três vezes mais do que a população. Pior, a quantidade de lixo tóxico aumentou várias vezes mais e ameaça o ambiente em diversas regiões do mundo, como África.
O continente tem sido nas últimas décadas um autêntico caixote do lixo das nações industrializadas. Nigéria, Costa do Marfim, Gana, Benim ou Somália são verdadeiros locais de depósito de resíduos tóxicos de diversos países industrializados do hemisfério norte, para quem sai mais barato a sua exportação do que o seu tratamento. Mas a Guiné-Bissau e Moçambique também já receberam carregamentos do exterior. O Ocidente, na sua estratégia de desenvolvimento assente no consumismo e na globalização, vende a África os seus produtos, e ainda exporta, muitas vezes ilegalmente, os desperdícios indesejáveis que resultaram da sua fabricação. Isto apesar da legislação internacional, que já existe.
Questão global que só encontra soluções se entendida como tal, os resíduos continuam a ser um problema pouco valorizado na generalidade dos países africanos. As lixeiras são o principal destino de todo o género de desperdícios, incluindo os urbanos, industriais e tóxicos. O ambiente é duramente afetado, e a saúde pública é colocada em risco. Além do despertar para a consciência do problema, que nem sempre existe, as soluções passam por financiar projetos dedicados especificamente aos resíduos. O que não é fácil nos tempos que correm.
 Fonte: Africa21

Prefeitura de Los Angeles decreta 'dia de Bob Marley'

people-bob-marley fran1
Morte do cantor jamaicano, nos EUA, completa 31 anos nesta terça (7).
Filhos e netos do astro do reggae comemoram homenagem.

Os irmãos Ziggy e Karen, herdeiros de Bob Marley,com os netos Gideon e Nest (filhos de Ziggy, à direita). Eles posam com placa que marca a criação do 'dia de Bob Marley', pela prefeitura de Los Angeles, nesta terça (7). O astro do reggae morreu nos EUA em 7 de agosto de 1981, aos 36 anos
 Fonte:  G1


ESPORTE: A história do racismo no futebol brasileiro

racismo-futebol-capa
Por Julio Ribeiro Xavier
Em tempo de Copa do Mundo, tendo o Brasil como país-sede em 2014, é sempre bom lembrar a trajetória da nossa "paixão nacional". E ninguém melhor do que o jornalista e escritor Mario Filho para abordar o assunto. Mario Filho nasceu em Pernambuco, viveu no Rio e trabalhou nos jornais A Manhã, A Crítica e O Globo. Depois dirigiu o Jornal dos Sports até a sua morte, em 1966. A prática de racismo no futebol não é uma novidade no Brasil. Mario Filho tratou do assunto em 1947. Com O Negro no Futebol Brasileiro, livro publicado em 1947, o jornalista abordou um assunto incômodo para a época: o lento e doloroso ingresso de negros e mulatos no futebol brasileiro. Afinal de contas, até pouco tempo, nossa sociedade pregava aqui e no exterior que a nossa democracia racial era um exemplo para o mundo de convivência harmoniosa entre negros e brancos.
Nos primórdios, no nosso "esporte nacional", ainda não era comum jogar banana ou xingar um jogador negro de "macaco" nos campos de futebol. Naquela época, futebol era coisa de branco e rico. Introduzido no Brasil pelos ingleses que aqui chegaram, no futebol não se admitia mulato ou negro nos campos, e nas aquibancadas eram raridade. Era o Brasil onde o futebol tinha um sentido aristocrático. Era "coisa de bacana".
Com a vitória da equipe brasileira no Campeonato Sul-Americano em 1919, a imprensa e alguns escritores, como Coelho Neto, passaram a dar grande destaque ao futebol, que entrou no gosto do povo. Em 1921, o então presidente Epitácio Pessoa "recomendou" que o Brasil não levasse jogadores negros à Argentina, onde se realizaria o Sul-Americano daquele ano. Era preciso, segundo ele, projetar no exterior uma "outra imagem" nossa, composta "pelo melhor de nossa sociedade".
Cínico e hipócrita
Era a política do Estado brasileiro, em relação àsua população negra, alcançando o futebol. O primeiro herói mulato do futebol brasileiro foi um atacante de cabelos crespos, filho de pai alemão e mãe negra. Friedenreich, do Paulistano (SP), se tornou ídolo em 1919, depois de fazer um gol contra o Uruguai. "O povo descobria, de repente, que o futebol deveria ser de todas as cores, futebol sem classe, tudo misturado, bem brasileiro," escreveu Mario Filho.
O livro aborda a inovação da equipe de futebol do Clube Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, que era oriundo da Segunda Divisão e que, utilizando um time formado por brancos, negros e mulatos, conquistou o título da Primeira Divisão do campeonato carioca enfrentando equipes formadas apenas por brancos. Mas Mario Filho lembra um comentário de um dirigente vascaíno da época: "Entre um preto e um branco, os dois jogando a mesma coisa, o Vasco fica com o branco. O preto é para a necessidade, para ajudar o Vasco a vencer."
Mario Filho foi mais além ao lembrar o torneio do Natal entre as equipes de futebol do Rio de Janeiro e São Paulo. No dia 25 de dezembro de 1916, paulistas e cariocas disputaram um jogo de seleções em São Paulo. Como muitos brancos se recusaram a jogar no Natal, os cariocas completaram o time com negros e mulatos. No campo, uma derrota: 9 a 1. Após o jogo, os cariocas afirmaram que a seleção não representava o verdadeiro Rio. "A real possuía família e jamais deixaria seus parentes solitários numa noite de Natal. Só negros e mulatos eram capazes de agir dessa forma."
Ao escrever um livro dedicado a abordar a trajetória dos negros e mulatos no futebol brasileiro, Mario Filho conhecia bem o campo em que estava pisando. O campo do racismo cínico e hipócrita que persiste até os dias de hoje e que faz muitos estragos não só nos gramados, mas em toda a estrutura da nossa sociedade.

Literatura Negra será tema no espaço Salão de Idéias na Bienal do Livro

bienal1
Literatura Negra será tema no espaço Salão de Idéias- dia 12 de agosto (domingo) às 14:00.

A mesa receberá a grandeza do escritor Cuti e a densidade de sua reflexão acerca da
matéria. Também o ponto de vista do jornalista Nabor, criador de O Menelick- 2º Ato- que
vem se tornando uma antena a repercurtir o literário e a nova geração. Heloisa Pires Lima, mediadora, não deixará esquecer a vertente voltada para o leitor infanto-juvenil. Fica o convite para o fortalecimento do debate

 Curador: Paulo Markun
Assistente: Lázaro Oliveira
De 9 a 19 de agosto

IMPORTANTE: PROGRAMAÇÃO SUJEITA A ALTERAÇÕES
COMO PARTICIPAR: SERÃO DISTRIBUÍDAS SENHAS DUAS HORAS ANTES DE CADA ATRAÇÃO

O espaço oferecerá um panorama do mundo do livro e de suas conexões com outros campos da cultura e da atualidade, reunindo autores e obras pelo critério da aproximação ou do contraste.

EDUCAÇÃO: Plano de Aula - Africanidade: Representação crítica do continente africano


Autor e Coautor(es)

JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII
Coautor(es)
Nelson Vieira da Fonseca Faria

Estrutura Curricular

plano de aula
Modalidade / Nível de EnsinoComponente CurricularTema
Ensino MédioArtesArte Visual: Estruturas morfológicas
Ensino MédioArtesArte Visual: Estruturas sintáticas
Ensino MédioArtesArte Visual: Contextualização
Ensino MédioArtesArte Visual: Canal

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula
·         Investigar elementos históricos, sociais, políticos e culturais do continente africano
·         Desenvolver um trabalho plástico acerca das informações levantadas em pesquisa sobre a África.
·         Incentivar o trabalho de pesquisa em livros, revistas, filmes e/ou internet.
·         Incentivar o trabalho em grupo dentro e fora da escola.
-         Incentivar a apresentação oral dos alunos perante a turma.
Duração das atividades
6 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Não é necessário nenhum conhecimento prévio.
Estratégias e recursos da aula
Aula 1:
O professor introduzirá o tema levantando o conhecimento dos alunos sobre o continente africano. Isso pode ser feito através de debate com perguntas norteadoras como as exemplificadas abaixo:
·         Qual é a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando falamos em África?
·         Vocês têm noção de quantos países formam o continente africano?
·         Alguém aqui conhece uma celebridade africana?
·         Em que a cultura africana está presente em nosso dia-a-dia?
É provável que as falas dos alunos demonstrem uma série de estereótipos equivocados dada a pequena ênfase que, historicamente, se dá ao estudo desse continente.
O professor então dividirá a turma em grupos de no máximo 5 alunos e sorteará para cada um deles um tema de pesquisa referente a África.
Os temas serão: HISTÓRIA, GEOGRAFIA, CULTURA, POLÍTICA, SOCIEDADE e PERSONALIDADES
HISTÓRIA: O que conhecemos da história do continente africano? Como essa história influencia a nossa própria?
GEOGRAFIA: Em quantos países se divide o continente africano? Todos estes países são independentes? Quais são as principais fontes de renda nesse continente? Quais são os principais idiomas falados nos países africanos?
CULTURA: Quais são os costumes dos países africanos que se diferem dos nossos? Como a cultura africana influencia a nossa? O que conhecemos da arte africana?
POLÍTICA: Quais são as formas de governo presentes nos países africanos? Quais os principais conflitos existentes nesse continente? De que forma se dá a participação do povo no processo eleitoral dos países africanos?
SOCIEDADE: Quais as características sociais da população de diferentes países africanos? Como se distribui a renda? Quais as principais religiões? Quais são os maiores desafios sociais enfrentados pela população africana?
PERSONALIDADES: Quais são as principais personalidades africanas reconhecidas por seu próprio povo? Quais são as reconhecidas pelo resto do mundo?
Se a escola possuir um laboratório de informática, o professor deve orientar essa pesquisa de lá, auxiliando na busca de questõespertinentes a um olhar mais real do continente africano.
Os grupos terão duas semanas para realizarem suas pesquisas e prepararem uma apresentação em forma de seminário.
Aula 2:
Na segunda aula sobre o tema os alunos trarão seus roteiros de apresentação para que o professor aprecie-os individualmente. É importante que os roteiros busquem responder as perguntas propostas para cada tema e outras que os alunos, por conta própria, consideraram pertinentes.
Essa aula é destinada para que o professor forneça os materiais requisitados pelos alunos para suas apresentações e que o mesmo possa dar sugestões para enriquecer o seminário.
É interessante que o professor incentive os alunos a usarem as tecnologias que a escola dispuser, como data-show, computador, aparelho de som, etc.
Aulas 3 e 4:
As apresentações devem ser realizadas em dois dias com um sorteio no início da aula para definir a ordem.
Cada grupo deve apresentar sua pesquisa com um limite de tempo de 15 minutos utilizando os materiais por eles escolhidos, valorizando a criatividade na realização do seminário e seguindo os seguintes procedimentos:
·         Exposição temática do assunto, valendo-se para isso de uma ou mais estratégias: exposição oral, quadro-negro, slides, cartazes, filmes etc.
·          Apresentar os principais conceitos e ideias surgidos no decorrer da  pesquisa realizada.
·         Levantar os problemas sugeridos pelo grupo para posterior discussão. 
·          Fornecer bibliografia utilizada.
.Após cada apresentação, o professor deve disponibilizar alguns minutos para que os alunos possam debater acerca dos temas e conteúdos apresentados.
Aula 5:
Após a apresentação de todos os trabalhos, o professor pedirá que cada aluno escolha um tema dentre todas as informações levantadas no seminário (podendo ser algo levantado pelo grupo do aluno ou por outro grupo) para realização de uma pintura.
O professor deve projetar algumas imagens de pinturas africanas onde existe uma estilização própria das imagens, e seguindo essa linha disponibilizará tinta guache e folhas de cartolina, ou qualquer outro papel mais encorpado, cortados em tamanho A4.
É interessante que primeiro os alunos desenhem na folha com grafite comum para depois executar a pintura.

md.0000040603
md.0000040602

md.0000040605
md.0000040604
md.0000040607
md.0000040606
Aula 6:
Com os trabalhos prontos, o professor deverá projetar imagens com motivos africanos geométricos e pedirá que os alunos escolham uma forma de usá-los para realizar as margens de seus trabalhos.
md.0000040611
md.0000040609


md.0000041792
Essa técnica também será feita com guache em cartolina e depois colada nos trabalhos realizados na aula anterior como acabamento.
Com os trabalhos prontos, o professor deve escolher um local na escola para que os trabalhos sejam expostos.
Avaliação
A avaliação será realizada durante todo o processo e em especial no momento da apresentação do seminário, na produção artística e no final, quando todos os trabalhos serão expostos. Serão levados em consideração a participação e empenho na realização de todas as etapas da atividade, bem como o entendimento do tema abordado.

 Fonte: Portal do Professor

COTAS PARA NEGROS: Senado aprova cota de 50% em universidades federais

comissao-aprova-cota-racial-e-social-para-50-das-vagas-em-federais
Por: DÉBORA BERGAMASCO 
 O Senado aprovou nesta terça-feira projeto de Lei que prevê que 50% das vagas em universidade federais sejam reservadas para quem cursou o ensino médio integralmente em escolas públicas, unificando assim a divisão das vagas por cotas sociais e raciais. De autoria da deputada federal Nice Lobão (PSD-MA), a proposta, já aprovada na Câmara, ainda tem de passar pela sanção da presidente Dilma Rousseff, que é entusiasta do projeto.
Dessa porcentagem, metade será destinada a estudantes cuja renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa. Paralelamente, para os 50% de todas as vagas da instituição de ensino, serão aplicados também critérios raciais. Estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas terão cotas proporcionais ao número desse grupo de pessoas que vivem no Estado onde está localizada a universidade, com base em dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não importando a renda per capita do aluno.
Em São Paulo, por exemplo, aproximadamente 30% da população se declara negra, parda ou indígena. Já na Bahia, esse número chega aos cerca de 70%. No caso de não preenchimento dessa cota racial, as vagas remanescentes serão ocupadas por estudantes que fizeram todo o ensino médio na rede pública.
Assim que sancionada pela presidente Dilma, a lei modificará todo o sistema de divisão de vagas das universidades federais. Atualmente, quase todas elas utilizam algum sistema de cota social, racial ou de gênero, que deixarão de lado para adotar este modelo único. A lei não modifica em nada o sistema de adesão nas universidades estaduais nem nas particulares, que poderão continuar a escolher se adotam ou não algum sistema de cotas. Segundo o texto aprovado pelo Senado, a aplicabilidade desse sistema será revisada em dez anos.
 Fonte: Estadão

QUESTÕES DE GÊNERO: Parlamentares cobram mais avanços na aplicação da Lei Maria da Penha

20120807 01299pf
Durante audiência pública por ocasião do aniversário de seis anos de vigência da Lei Maria da Penha, nesta terça-feira (7), as senadoras Ana Rita (PT-ES) e Marta Suplicy (PT-SP) cobraram mais avanços na aplicação da lei.
Ana Rita, relatora da CPI mista que investiga a violência contra a mulher, disse que, por meio dos trabalhos realizados pela comissão, foi possível constatar que os estados destinam muito pouco do seu orçamento no combate a esse crime. Ela afirmou que, em todo o país, existem apenas 60 juizados especializados, sendo que grande parte se concentra nas capitais.
– Sem recursos não há política pública que se sustente – afirmou.
A senadora disse que a CPMI também verificou que alguns juizados não cumprem a lei devido à formação religiosa dos magistrados. Haveria, ainda, descumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou que os agressores podem ser punidos mesmo sem denúncia da vítima. Para Ana Rita, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) precisa estar mais atento a posições individuais de juízes que não estejam em conformidade com a lei.
Ana Rita ressaltou que, para que a lei seja cumprida, é fundamental a criação de juizados especializados no atendimento às mulheres, acompanhados de estrutura física e recursos humanos adequados. Ela apontou ainda a necessidade de melhoria da infraestrutura das casas-abrigo e centros de referência e cobrou uma participação mais ativa do Ministério Público no âmbito extrajudicial.
A senadora Marta Suplicy apresentou dados que mostram que, entre as agressões notificadas, a que mais ocorre é a física (78,2% das agressões), seguida pela violência psicológica (32%) e sexual (7,5%). Entre todas as agressões, 38,4% são casos de reincidência.
– Sabemos nós que as reincidências são o prenúncio do assassinato – alertou.
Marta Suplicy ressaltou que a Lei Maria da Penha depende muito dos municípios e dos estados. Ela citou propostas para implementação da lei no estado de São Paulo, mas que se aplicam a todos os estados, entre elas a necessidade de melhoria do atendimento nas delegacias da mulher, que devem ser instaladas respeitando os mapas da violência e contar com profissionais capacitados.

RACISMO NO BRASIL: 'Nenhuma instituição de ensino pode deixar de punir ou denunciar às autoridades os que cometerem discriminação em seu interior', afirma Marco Silva

4615d2dd2efdf92e6a7c6e16d40a7406
Por: Marco Silva. Consultor educacional e autor de livros na área.
Nos últimos anos, a imprensa tem registrado episódios racistas em várias partes do mundo. Em junho de 2011, um torcedor atirou uma banana no gramado durante uma partida de futebol na Rússia para ofender o jogador Roberto Carlos. Há poucas semanas, sentindo-se discriminado por sua ascendência aborígene, John Steffensen, medalha de prata em Atenas, ameaçou boicotar os Jogos Olímpicos de 2012. Nem o homem mais poderoso do mundo escapou. Pesquisadores da Universidade Baylor, no Texas, denunciaram mais de 20 grupos racistas que fazem da família de Barack Obama o alvo preferido de seus insultos e xingamentos nas redes sociais.
Um dos mais recentes casos – em investigação, diga-se de passagem – aconteceu em Contagem. Uma criança de 4 anos foi supostamente insultada por uma senhora, que não aceitava uma afrodescendente dançar com seu neto na festa junina da Escola. Episódios desse gênero evidenciam a necessidade de se combater o preconceito, a discriminação e o racismo. Conhecer o significado desses termos é um passo importante para compreender melhor o problema e construir caminhos mais promissores para a sua superação.
O preconceito é uma definição, uma ideia, um pensamento sobre determinado objeto ou situação construído a priori e, por isso, não se alicerça em informações consistentes e bem fundamentadas. Não é por outra razão que as definições dos preconceituosos são sempre grosseiras, superficiais e falsas. Quando o preconceituoso age, produz a discriminação, ou seja, trata alguém de forma diferenciada, segregacionista. O racismo é a discriminação dos semelhantes alicerçada no preconceito de que existem raças diferentes e dispostas hierarquicamente entre os seres humanos.
Na segunda metade do século 19, por exemplo, alguns teóricos defendiam a superioridade dos homens da raça branca em relação às demais. Essa argumentação foi utilizada para justificar regimes como a apartheid, que, até há pouco tempo, predominou na África do Sul. Hoje, sabemos que não existem diferenças biológicas entre os seres humanos para justificar qualquer teoria racista. Existe apenas a raça humana composta pelos 7 bilhões de habitantes do planeta. Entretanto, ainda convivemos com racistas que, de modo consciente ou não, acreditam no sofisma da hierarquia racial.
Por estar no campo do intelecto, o preconceito deve ser combatido com informações e argumentos que permitam uma reflexão fundamentada. Em outras palavras, é um processo de Educação. Fornecer condições para que o indivíduo possa construir seus próprios conceitos de forma consistente e equilibrada é uma das funções primordiais da Educação. Quando bem-sucedido, o combate ao preconceito reduz a discriminação.
Já o racismo, um ato extremamente prejudicial aos que nada fizeram de errado e que atinge a dignidade humana, deve ser combatido de forma objetiva e implacável. A punição é um recurso para frear este tipo de brutalidade e para desestimular e provocar a reflexão em outros que pretendam fazer o mesmo. É também uma forma de educar, mesmo que pela via mais dolorosa, aquele que comete um crime. No artigo 4º da Constituição brasileira está determinado que qualquer discriminação que atente contra os direitos e liberdades fundamentaisserá punida. Caso seja racial, a discriminação é tipificada como crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão.
A ausência de punição pode transformar pequenos atos em situações de dimensões incontroláveis. Em 1865, jovens racistas no Sul dos Estados Unidos divertiam-se assustando os negros, considerados por eles preguiçosos, incapazes e destinados à escravidão. De capuz e roupas brancas, se fingiam de fantasmas, aterrorizando os recém-libertos da escravidão. A ausência de limites fez o movimento crescer. Daí surgiu a Ku Klux Klan, uma organização secreta, defensora da supremacia branca, que utilizou da violência extremada para perseguir negros e os brancos que os defendiam. Mais tarde, a perseguição se estendeu a judeus e católicos.
A Escola tem como tarefa principal educar pelo diálogo, pelo convite à reflexão. Apesar disso, nenhuma instituição de Ensino pode deixar de punir ou denunciar às autoridades competentes, quando for necessário, os que cometerem racismo em seu interior, quer sejam estudantes, pais, gestores, funcionários ou Professores. Entretanto, a luta contra o preconceito e a discriminação racial não deve ficar sob a responsabilidade exclusiva da Escola. A construção de uma sociedade solidária e tolerante exige um compromisso de toda a sociedade. A atuação de cada indivíduo nas famílias, igrejas, ONGs, imprensa, entre outras instituições, discutindo e combatendo o preconceito racial no cotidiano é indispensável.

RACISMO NO BRASIL: No Brasil não há racismo?

Aarisia-Barros
por Arísia Barros
O racismo é assim cotidiano e persistente. E, o elevador é o termometro atual que escancara o sobe e desce das práticas racistas, que mais sobem do que descem. Já passei por isso, muitos de nós já passou. E agora a gente faz o quê?
No Brasil não há racismo. Ele existe só na minha cabeça. Então o que é isso? Tenho uma amiga que reside em Salvador. Ela me chamou no face hoje e me narrou o seguinte (palavras dela): "estava no Salvador Shopping(o maior shop da Bahia), entrei no elevador (vazio) no G2. Em seguida entrou um homem e sem fazer nenhuma leitura disse: 1º andar. Fiquei pensando o que ele quis dizer com aquilo e ignorei... pois nem "por favor" utilizou. Logo depois entrou outro homem, este foi mais adiante: 3º andar, rápido que estou atrasado. Levantei a cabeça e olhei na cara dos dois, sem acreditar que aquela situação estava acontecendo. E então como não apertei o botão dos andares solicitados, o elevador parou no segundo andar. O homem que desceria no L1 gritou: Porra! Porque não parou no L1?, e então saí do elevador, na maior calma e paciência, deixando-os sem olhar para trás". Os dois homens, segundo ela: brancos, aparentavam ser de classe alta. Ela, negra.
Alguém pode me explicar como isso acontece em uma cidade cuja expressiva maioria é negra? Se isso não é racismo institucionalizado, enlouqueci.
Escrevo porque se eu me calar, serei conivente com essa situação

Jovem é vítima de racismo por não aceitar namorar com rapaz

racista-450
Após não ter interesse correspondido rapaz fez vários insultos raciais contra a jovem
Uma jovem de 18 foi vítima de racismo em Timóteo, no Vale do Rio Doce, por se negar a namorar com um rapaz. Nicole conheceu Wallace Braga, 21 anos, em uma rede social pela internet e começaram a conversar.
Depois de demonstrar interesse na jovem e não ser correspondido, Wallace passou a insultar Nicole com ofensas racistas. Ela copiou as conversas e disse que iria procurar a polícia, mas o jovem continuou com os insultos, e que ele não seria punido.
Nicole imprimiu as conversas pela internet e apresentou para a Polícia Civil. Segundo o delegado que atendeu o caso, a corporação vai instaurar um inquérito para investigar a denúncia, que em um primeiro momento deve se enquadrar em injúria racial e difamação.
 Fonte: R7

terça-feira, 7 de agosto de 2012

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS: Em busca de respeito: mesmo com expressiva presença no Estado, religiões de origem africana vivem sob preconceito

detalhe ok2
Por: Natasha Pitts, Jornalista da Adital
Em 25 de março de 1884, a cidade de Redenção, no estado do Ceará (Nordeste do Brasil), saiu na frente de todas as outras e, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, aboliu a escravidão. Apesar disso, 128 anos ainda não foram suficientes para acabar com todo preconceito que circunda a cultura da população afrobrasileira. O tratamento dado às religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, é uma prova do quanto ainda é preciso evoluir para se superar o convencionalismo e a discriminação.
O preconceito histórico com as religiões de matriz africana anda de mãos dadas com o preconceito racial que persiste até hoje. O professor Henrique Cunha Júnior, do Núcleo de Africanidades (Nace) da Universidade Federal do Ceará (UFC) explica que o racismo relacionado a estas religiões é chamado de racismo antinegro.
terreiro geral ok
"O racismo não é algo que passa simplesmente pelo preconceito, é uma forma de intolerância que prejudica a imagem, prejudica a vida, e que impede a realização de uma série de coisas", assinala.
"Existe no imaginário popular um arquivo morto dessas religiões, consequência de uma política pública do Brasil no início da República, quando se tentou estigmatizar todas as ações culturais da população negra. Tentou-se desafricanizar o Brasil, houve uma condenação das religiões de matriz africana e isso ficou até hoje. Na República Velha, os seguidores das religiões [de matriz afro] eram presos e internados em manicômios, pois eram tidos como dementes. E isso acontecia em todos os Estados da Federação", explica.
Este tipo de situação não foi registrado apenas no Brasil. A história conta que as religiões de matriz afro começaram a ser demonizadas, deturpadas e criticadas a partir da chegada de missionários europeus ao continente africano, que ao tomarem conhecimento do culto aos orixás – e não aos santos-; das danças e batidas dos tambores passaram a propagar que os negros adoravam o demônio.
Outra explicação complementar também seria a de que missionários se depararam com uma escultura do orixá "Exu" – montículo de terra com um pênis de barro e um par de cifres – e logo associaram ao demônio conhecido nas religiões cristãs, mesmo esta sendo uma figura inexistente para as religiões de terreiro.
A historiadora Silvia Maria Vieira explica. "O preconceito à cultura afrodescendente (as religiões de matriz africana estão nesse hall) se construiu a partir da ideia de que tudo que estava fora do padrão eurodescendente não se configurava como algo importante, científico e valorizável. As religiões ocidentais têm como fundamento o dualismo, a ideia de que o bem deve vencer o mal. Dentro das religiões de matriz africana o bem e o mal devem estar em equilíbrio, afinal todos temos o bem e mal dentro de nós. Por que um deve ser anulado em função do outro?", questiona.
A partir da falsa afirmação de culto ao demônio, toma-se como verdade a ideia de que as religiões de matriz africana são usadas exclusivamente para se praticar o mal. Esse pensamento segue no imaginário popular até hoje e por este motivo, entre outros, 'macumbeiro' se tornou um xingamento.
Em Fortaleza, capital cearense, a situação não é muito diferente. O Candomblé chegou aqui por volta da década de 1950 e ganhou notoriedade com a apresentação do espetáculo "Uma noite na Bahia", estrelado no Teatro José de Alencar em 7 de fevereiro de 1955, pelo capoeirista Mestre Bimba e seus alunos.
Depois deste contato com a cultura africana o Candomblé começou a se popularizar na cidade, mas como era de se imaginar, seu exercício na "Terra da Luz" foi cercado de discriminação. Para que as primeiras casas começassem a funcionar foi preciso ajuda de pais, mães e filhos de Santo do Estado da Bahia, onde a religião era praticada e conhecida há mais tempo.
Ainda hoje, mesmo com a presença de 5 mil terreiros em Fortaleza e região metropolitana e uma média de 14 mil no estado cearense – segundo dados da União Espírita Cearense de Umbanda – a população do Estado tem dificuldades em aceitar as religiões de matriz africana, a presença de pais e mães de Santo com suas vestimentas características e o batuque dos tambores nos terreiros.
O pesquisador de folguedos populares e da cultura Afro-brasileira no Ceará, iniciado no Candomblé e presidente da Associação Afro Brasileira de Cultura ALÀGBA, Leno Farias, testemunha que por conta da discriminação com as religiões de matriz africana não é difícil a polícia entrar em terreiros para apreender os instrumentos justificando estar cumprindo a Lei do Silêncio.
"O terreiro, passou das 10h [da noite], se ele tiver tocando tambor, a polícia vai lá e fecha, mas a igreja de Fátima pode fechar a [Avenida] 13 de maio e fazer culto e atrapalhar a vida de todo mundo até a hora que eles quiserem. A igreja evangélica, na periferia, pode deixar sua banda – com bateria, guitarra – tocar até a hora que eles quiserem, até uma hora da manhã, e nada acontece", revela.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS: Aos 105 anos, morre a integrante mais velha da Irmandade da Boa Morte

morte 01
O enterro está previsto para acontecer ás 16h, no Cemitério da Piedade
Estelita de Souza Santana,105 anos, mais conhecida como Ester da Boa Morte, faleceu na manhã deste domingo (05). A causa da morte ainda não foi identificada, mas ao que tudo indica, pode ter sido por complicações da idade.
O corpo da juíza perpétua da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, em Cachoeira, está sendo velado na Sede da Irmandade, localizada à Rua 13 de maio. O enterro está previsto para acontecer ás 16h, no Cemitério da Piedade.
Estelita da Boa Morte ocupava o cargo mais alto da irmandade e sua função era participar dos festejos e orientar irmãs da irmandade. Pela tradição, este cargo é ocupado pela irmã de maior idade e maior tempo na instituição.
Com seu falecimento, quem assume o cargo a partir da agora é a centenária Narcisa Cândida, conhecida como Filhinha. As informações são do site Recôncavo Online.

Semur cadastra empresários afrodescendentes para a Copa 2014

logo copaBrasil2014-795541
O cadastro pretende ampliar a participação das empresas em eventos de grande porte, além de proporcionar oportunidades iguais para todos
A Secretaria Municipal de Reparação (Semur), criou um banco de dados de empresas lideradas por empresários afrodescendentes em Salvador. Os dados serão disponibilizados aos organizadores da Copa 2014 para ampliar as possibilidades de contratação de mão de obra, e também para inserir a população negra no mercado de trabalho.
O cadastro pretende ampliar a participação das empresas em eventos de grande porte, além de proporcionar oportunidades iguais para todos. Funcionando como um canal de acolhimento de sugestões para construção do evento, o Observatório Racial da Copa pretende promover o fortalecimento das questões consideradas essenciais para a comunidade negra e minorias discriminadas. O formulário pode ser acessado pelo site da Semur.
 Fonte: IBahia