TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

segunda-feira, 18 de março de 2013

RACISMO NO ESPORTE: Técnicos negros têm pouco espaço no futebol brasileiro; racismo?




O racismo é tabu no Brasil. Pouco se fala, muitos fingem não ver. No futebol, da mesma forma como acontece na sociedade, o problema existe e raramente é discutido de maneira ampla. "Me desculpe, você é preto" é o título de uma matéria que faz uma reflexão sobre o assunto na edição deste mês da revista Placar. O texto traz o desabafo de treinadores negros, cada vez mais raros no alto escalão do futebol brasileiro, e tem como personagem principal Lula Pereira, ex-técnico do Bahia, e que diz ter ouvido de cartolas a frase que serviu como chamada da reportagem. .

De cada um dos procurados pela nossa reportagem, uma recepção e uma percepção diferente acerca do assunto. O primeiro a falar foi Paulo Isidoro, ex-meia-atacante da dupla Ba-Vi e atualmente auxiliar técnico do Ypiranga. Avançado no curso de formação de treinadores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o ex-atleta revelou incômodo com a falta de discussão sobre o tema.

"Eu esperava tanto que alguém falasse isso comigo, é algo que me incomoda muito. O futebol brasileiro sempre teve vários destaques negros em campo, o nosso símbolo é negro (Pelé), mas fora de campo isso não acontece. Não sei se é preconceito, má qualificação... Acho que é um pouco de cada, acho que se você se qualificar bem, se você buscar aquilo que você quer, acho que você alcança. Mas às vezes é estranho. Olha o Andrade, como é o cara é campeão brasileiro pelo Flamengo, time de repercussão mundial, e depois não consegue trabalho?", questiona.

Primeiro técnico negro campeão brasileiro, Andrade assumiu o Flamengo de 2009 de forma provisória, mas foi efetivado no cargo e conquistou o hexa nacional pelo clube. Porém, acabou demitido cinco meses depois com 73% de aproveitamento. Após ficar sem emprego durante meses em 2010, desabafou em entrevista à TV Globo. "Uns dizem que é por causa do meu vínculo com o Flamengo e outros falam de preconceito. Não existe treinador negro trabalhando na Série A. Alguns amigos me dizem que não estou trabalhando por causa da minha cor. Mas não quero acreditar nisso", comentou na época. De lá para cá, ele só comandou Brasiliense, Paysandu e Boa Vista-RJ.

Paulo Isidoro, ex-Vitória e Bahia, é auxiliar do Ypiranga
"Andrade não foi o escolhido do Flamengo. Foi um acaso, uma solução temporária. Só assim que os técnicos negros têm chance", opinou Lula Pereira à Placar. Ele, que comandou o Bahia em 2003 e 2006, esteve à frente do Rubro-negro carioca em 2002 e está sem clube desde que saiu do Ceará no ano passado. O desabafo também toma como base números. Ao término das Séries A e B do Brasileiro em 2012, por exemplo, apenas um entre os 40 técnicos era negro: Anderson Silva, interino do Ceará no fim de temporada. 

História - Gentil Cardoso, único negro a dirigir a Seleção Brasileira, Didi, que comandou a Seleção do Peru na Copa de 1970, e Valmir Louruz, campeão da Copa do Brasil em 1999 pelo Juventude, são alguns dos técnicos que alcançaram o topo da profissão. Mas o número é pequeno se pensarmos que em campo não existe esse desequilíbrio entre brancos e negros presentes.

"Vivemos numa sociedade preconceituosa, de uma falsa democracia. Prega-se um moralismo imenso, mas as atitudades são quase nada. E não seria de se estranhar isso. Acho coincidência demais. A gente carrega isso de goleiros, de que goleiro negro no Brasil não dá. Criou-se uma cultura no Brasil desde o Barbosa (goleiro da Seleção de 1950). Penso que seja realmente uma forma de preconceito. Não é possível que tantos jogadores com qualidade não tenham vingado como técnicos pelo simples fato de serem negros", afirma Janilson Brito, comandante do Juazeiro, segundo melhor time da primeira fase do Baianão 2013.

Mestre em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Henrique Sena, que defendeu a dissertação "Pugnas Renhidas: futebol, cultura e sociedade em Salvador, 1901 -1924", faz uma análise do ponto de vista histórico. "Há uma desigualdade na qual os negros apenas assumem a posição quase que unicamente como jogadores, enquanto que as elites brancas, que ainda são os que comandam o futebol do ponto de vista institucional (dirigem e presidem clubes, associações e federações), assumem as posições intelectualmente privilegiadas. Vale lembrar que a inexistência de negros dirigindo ou treinando clubes de futebol continua a ser legitimada por resquícios de um racismo científico no qual os negros apenas possuem virtudes físicas e corporais como força, velocidade, enquanto que as habilidades do intelecto eram naturalmente associadas à raça branca".
Reportagem da revista Placar do mês de março fala sobre a presença cada vez mais rara de técnicos negros no futebol brasileiro
BaVi - Para dirigentes de Bahia e Vitória, porém, a ausência de técnicos negros nos grandes clubes do país não está atrelada ao racismo. "O número de técnicos negros no mercado é pequeno, são poucos. São poucos os treinadores no mercado em disponibilidade. O Lula (Pereira) trabalhou anos e anos sem nenhum problema. É trabalho, não é a cor. Quem tem que buscar se profissionalizar são as pessoas. O clube não tem culpa, não vejo nenhum preconceito. O número de treinadores no mercado é reduzido. Os negros é que têm que buscar o espaço. Não importa a cor. Se for competente, vai conseguir", acredita Raimundo Queiroz, diretor de futebol do Leão.

Gestor de futebol do Bahia, Paulo Angioni segue o mesmo raciocínio. "Não lembro de algum caso que eu tenha vivenciado, apesar de estar há muitos anos nisso. Em contrapartida, trabalhei com treinadores negros várias vezes. Eu tenho visto alguns caso no futebol europeu, asiático, tenho visto no noticiário... No Brasil já teve oportunidade de acontecer, principalmente dentro do campo, de um jogador xingar o outro, de torcedor, mas não vejo com tanta frequência (racismo) aqui. Não acredito muito nisso".
"É trabalho, não é a cor", afirma Raimundo Queiroz
Angioni: "continuidade não se dá pela cor e sim pelos resultados"
Tanto Angioni quanto Queiroz acreditam que a cor da pele não cria barreiras aos técnicos no futebol brasileiro. "Nos últimos anos tivemos o Lula (Luís Inácio Lula da Silva) como presidente. O Lula é negro. Eu sou um negro. Não vejo nada disso. Acho que o número é reduzido, falta gente tentando buscar o espaço. Cada um tem que mostrar do que é capaz, que é competente. Aposto com você que qualquer negro que aparecer bem vai ter chances", afirmou o responsável pela montagem do elenco do Vitória.

"Acho que a continuidade não se dá pela cor e sim pelos resultados. O Lula (Pereira) já teve oportunidades em grandes massas, como no Bahia e no Flamengo. Respeito muito ele, sou próximo ao Lula, tive várias oportunidades de estar com ele na época do Felipão no Palmeiras da parceria com a Parmalat. Tenho boa relação com o Lula. Respeito a dor que ele está vivendo. É oportuno falar sobre isso, tem o desabafo de um profissional. Tem que acabar com certas coisas que possam gerar um preconceito futuro", pontuou.

                                                              Janilson comanda o Juazeiro, 2º melhor time da 1ª fase do Baiano
Quantidade - Na matéria da Placar, o ex-jogador Serginho Chulapa utilizou o argumento de que poucos ex-jogadores negros se arriscam na carreira de treinador para sustentar a ideia de que a ausência de negros na elite do futebol nacional não está diretamente ligada ao preconceito. "Existem grandes ex-jogadores negros com capacidade para treinar. Mas falta interesse do negro. Se não se preparar, não vai ter espaço", defende. O pensamento é compartilhado por outros treinadores, mas com ressalvas. Paulo Isidoro revela que há um desencorajamento que parte até dos companheiros de campo.

"Os jogadores até brincam: 'pô, você vai entrar nessa?'. Aí eu digo, 'se você pensa dessa maneira, aí é que vai continuar do jeiro que está'. Eu tenho essa vontade não só para isso, mas de passar meus conhecimentos e tentar também derrubar essa barreira. Isso é importante, ter alguém que queira bater de frente com isso. É um assunto polêmico. Às vezes as pessoas não entendem. Não sei o motivo. Se eu no caso ficar olhando por esse lado, não vou começar nunca. Alguém tem que tentar. O racismo existe, a gente sabe, mas acho que competência prevalece". Janilson concorda em parte. "Há essa possibilidade, mas a gente viu que alguns tentaram e que não conseguiram ir além. Hoje o mercado é restrito. É algo abstrato".

O historiador Henrique Sena, por sua vez, aponta um outro problema. A falta de negros se arriscando no mercado de treinadores está atrelada a um processo histórico de discriminação. "A relação entre futebol e racismo no país é histórica e não pode ser desconsiderada ou subestimada diante de outros fatores que possam explicar a ausência negra nos cargos de chefia. Não dá pra dizer que não há muito treinadores e dirigentes negros, pois poucos se aventuraram na carreira ou porque os que existem no conseguiram resultados expressivos. Esses próprios motivos devem ser considerados na sua historicidade. Se existem poucos treinadores negros no mercado hoje é porque, durante décadas, muitos deles desistiram ou não sentiram seguros para se aventurar diante de circunstâncias raciais desfavoráveis".

Quinho: "não acredito em racismo, o que existe é classismo"
Classismo - O técnico Francisco Cardoso, o Quinho, chamou a atenção no Campeonato Baiano de 2011. Com um jeito peculiar, comandava o Ipitanga usando terno e palavras em inglês para orientar seus jogadores. Ele também acumulou o cargo de gerente de futebol à época, o qual exerceu no Jacuipense no ano passado. Atualmente ele está à frente de um projeto que atende mais de 300 jovens atletas, o Centro de Formação de Futebol da Bahia. Para o Coach Quinho, como ele costuma se apresentar, o pequeno número de técnicos negros trabalhando em grandes equipes do futebol brasileiro é causado por um duelo de classes.

"Existe um classismo. A palavra classismo significa 'quem é você?'. Quando eu morava nos Estados Unidos, eles não me viam como negro ou branco, mas como profissional à frente deles. Eles viam o que eu produzia, o que eu fazia, não pelo que sou ou pelo que fui. Se, por exemplo, fui um grande jogador no Brasil, tenho possibilidade de ter chance de ser treinador pelo que fiz em campo. Mas isso não significa que eu possa ser bom treinador. O que existe no Brasil... não acredito no racismo, existe classismo: 'Sou bom para caramba, mas sou negro. As coisas não são fáceis por causa da minha cor, mas se for Pelé, as portas vão se abrir'. Tem um pouco de facilidade se você tem status", afirma Quinho.

"Não acredito em racismo neste caso, o que existe é classismo. Você é negão, mora na Boca da Mata, mas você é bom, toda Bahia sabe, mas você mora na Boca da Mata. Você tira esse cara e leva para os Emirados Árabes, você passa a ser o melhor do mundo. Aí aqui o cara começa a respeitar. A imprensa de lá começa a dizer que é bom e o classismo daqui acaba", completa Quinho, que mora no bairro de Salvador citado.

Federação - Único negro no comando de uma das 24 federações estaduais (contando a do Distrito Federal) no país, Ednaldo Rodrigues, que preside a Federação Bahiana de Futebol (FBF), afirmou ao iBahia Esportes que jamais sofreu retaliações pela cor da pele desde que assumiu o cargo, mas revelou um outro tipo de preconceito. "Nunca, jamais aconteceu e não vejo acontecendo. Acho que as pessoas têm que reconhecer nas outras o trabalho, a competência, a educação das pessoas e os valores éticos, os valores morais. Nunca teve comigo nenhum tipo de discriminação. Logo que cheguei na federação teve, por parte de alguns, teve o preconceito da cidade: 'ah, é do interior'. Não existe isso de que para ser presidente da federação tem que ser de tal cidade. Eu simplesmente rechacei, o que tem que ser julgado é o trabalho e idoneidade, não o local ou se a pessoa é pobre, rica", contou Rodrigues, que é natural de Vitória da Conquista.

Ednaldo diz que sofreu preconceito por ser do interior
Sobre a presença de técnicos negros no futebol, o dirigente disse não ter ouvido ou presenciado casos semelhantes ao relatado por Lula Pereira, que afirma não ter conseguido emprego por conta da cor da pele. Por outro lado, ele lamentou e sugeriu que Lula pretasse queixa contra os dirigentes que tenham agido de forma preconceituosa.

"Isso é um crime. Se existe essa situação, desconheço. Entendo que cada um desses que sofreu preconceito dessa forma deva denunciar através de um órgão competente. Sinceramente, nunca vi alguém chegar e não ter mercado por ser negro, acho que o que tem ser visto é competência e ética, principalmente. Que dirigente foi? Que clube foi? Tem que se dizer para que essas pessoas tenham uma representação. Não vejo no futebol brasileiro onde nós temos isso, justamente no país onde predomina a raça negra. Qualquer um que comete um crime desse tipo deveria ser denunciado, são pessoas que não estão à altura de dirigir nenhum clube ou de administrar nada", pontua.

Ednaldo Rodrigues pede união dos treinadores. "Cabe no momento os treinadores se unirem, eles precisam de uma organização maior. Espero uma associação que possa dar todo um ensinamento, uma doutrina e que essa associaçao possa bater de frente com essa discriminação para que isso não possa se propagar. Se ele (Lula Pereira) está dizendo, tem que identificar".

Situação - Segundo Censo Placar realizado em 1996, entre os 264 jogadores dos 24 clubes que participaram do Brasileirão daquele ano, 79 eram negros, cerca de 30%, e a maioria está aposentada dos gramados, mas nenhum comanda um time de grande expressão atualmente. Nomes como o de Cláudio Adão, que parou em 96, e Cristóvão Borges, que pendurou as chuteiras em 94, por exemplo, estão fora do mercado. Adão se tornou instrutor de atores que encenam jogadores de futebol na TV e no cinema, enquanto Borges está sem trabalho desde que deixou o Vasco no ano passado. De acordo com a matéria da revista, o baiano não quer comentar o tema enquanto estiver sem trabalho. Segundo ele, entretanto, o período sem emprego é opcional, pois ele teria recusado propostas.

Racismo - Queixas como a de Lula Pereira, a que resultou na matéria da Placar, não são acontecimentos isolados. "A postura de Lula Pereira, independentemente das suas qualidades enquanto treinador, é um reflexo da reação ativa ao racismo mascarado da nossa sociedade e do nosso futebol. Da mesma forma que conquistaram historicamente um espaço legítimo e justamente reconhecido na prática do futebol seja pelas virtudes físicas, mas também intelectuais, afinal jogar bolar não é só uma atividade corporal, os negros continuam a lutar por novos espaços no futebol brasileiro, a despeito de todo o preconceito e discriminação racial que ainda existe na nossa sociedade pretensamente 'harmônica'", explica Henrique Sena, autor de artigos sobre a história do futebol em Salvador e doutorando em História pela Universidade Estadual Paulista.

Fifa - Em 2011, o presidente da entidade máxima do futebol mundial, o suíço Joseph Blatter, causou polêmica ao dizer, em entrevista à CNN, que não havia racismo no futebol. "Não existe racismo no futebol. Eu acho que o mundo todo está ciente dos esforços que vêm sendo feitos contra o racismo e a discriminação. No campo de jogo, às vezes você fala algo que não é muito correto, mas no final da partida, tudo está acabado e você tem o próximo para se comportar melhor. Nós estamos em um jogo, e no final, nós apertamos as mãos. É isso que acontece", disse. O mandatário da Fifa se desculpou depois da repercussão da declaração, mas não deu a entender que mudou de opinião.

FONTE: IBAHIA.COM

sexta-feira, 15 de março de 2013

Dante e Rafinha contra o racismo

Por Victor Canedo
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O zagueiro Dante e o lateral Rafinha, do Bayern de Munique, participaram na última semana de um concerto na Alemanha aproveitando a semana contra o racismo. Os dois jogadores do líder do Campeonato Alemão também foram a um programa de rádio, onde pediram cinco músicas cada.
"Não se deve julgar uma pessoa simplesmente por sua corte de pele. E com a música, você pode ajudar isso. Há muitos artistas que lidam com o racismo em sua música e tentam difundir uma mensagem. Eu ouço muitas vezes Bob Marley, que lidava com essas coisas", disse Dante, que curte a música alemã.
"Ela é muito boa. Apesar de eu não entender tudo, mas peço para os meus companheiros que sempre me mandem algo bom pelo telefone".
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Rafinha-Bayern-radio
Fonte: Globo Esport

Declaração de um idiota racista! "Nóis temu fazenu serviço de genti branca; serviço de genti"

ex-prefeitoEx-prefeito de Dourados vai ter de pagar indenização de R$ 300 mil por danos morais
Por: Nícholas Vasconcelos
O ex-prefeito de Dourados Ari Artuzi foi condenado hoje a 3 anos de prisão pelo crime de racismo. Ele ainda terá de pagar indenização de R$ 300 mil por danos morais, além de 200 dias multa.
O crime de racismo foi cometido em 2010, durante entrevista ao programa de rádio "Hora da Verdade", da rádio Grande FM. Artuzi ofendeu os negros ao afirmar "Nóis temu fazenu serviço de genti branca; serviço de genti".
A denúncia pelo crime de racismo foi apresentada pelo promotor de Justiça, João Linhares Júnior, que considerou que ex-administrador da cidade "praticou e incitou o racismo, ofendendo a honra subjetiva dos afrodescendentes."
Conforme a promotoria, Artuzi anunciou palavras pejorativas e feriu a honra de todos os negros ao conferir a falsa ideia de que o trabalho só pode ser considerado bom, adequado e eficiente quando efetuado por pessoa de pele branca. Com essa atitude, ele fomentou a intolerância e estimulou o preconceito.
"Artuzi explicitou que pessoas negras não prestam para serviço de qualidade. (...) o comentário possui consequências nefastas, pois dele se depreende o desiderato do denunciado de vilipendiar todos os negros, fomentando a inferiorização desta minoria e incitando o desprezo dos demais douradenses contra os afro-brasileiros".
Artuzi foi preso em setembro de 2010, alvo da operação Uragano da PF (Polícia Federal). Além dele, ainda foram detidos a ex- mulher dele, Maria Artuzi, o vice-prefeito, noves dos 12 vereadores, secretários municipais e empresários.
O grupo foi denunciado por esquema de fraudes envolvendo a prefeitura, Câmara e empresas. As ações foram registradas por Eleandro Passaia, então secretário de Governo na administração de Artuzi.
Após 90 dias atrás das grades, Ari Artuzi renunciou ao mandato, sendo solto no dia seguinte.


Dez anos de SEPPIR marcam década de institucionalização da promoção da igualdade racial no Brasil

SEPPIRSérie de seminários, lançamento de vídeo e ato oficial com participação da cantora Margareth Menezes vão movimentar o 21 de Março no Teatro Nacional, em Brasília
Waleska Barbosa/ SEPPIR/PR
O 21 de Março de 2013 é uma data importante para a sociedade brasileira porque marca os dez anos de criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). A data será celebrada com um evento na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional de Brasília (DF), às 10h da manhã, com participação da cantora Margareth Menezes e representantes do governo federal, organismos estaduais e municipais de promoção da igualdade racial, movimentos sociais e sociedade civil organizada.
A programação inclui o lançamento do selo Luta Contra a Discriminação Racial, da Série América, emissão especial da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em parceria com a SEPPIR. O selo homenageia a luta contra o racismo num dia importante: o aniversário da SEPPIR instituída, não por acaso, no Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
A data, 21 de março, remete ao trágico assassinato de 69 pessoas negras durante uma manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, em 1960, pela polícia do antigo regime segregacionista do apartheid. O lançamento do selo ocorre no âmbito do acordo de cooperação técnica firmado entre Correios e SEPPIR para implementação da campanha Igualdade é Pra Valer.
Vídeo
Para fazer um apanhado da luta dos movimentos negros e também das realizações do governo federal através da SEPPIR até então, será exibido em primeira mão o vídeo Uma Década de Igualdade Racial, com registros de conquistas que vêm sendo obtidas nos últimos anos, imagens das marchas de 1988, 1995, da cerimônia de criação da SEPPIR e da aprovação da constitucionalidade do princípio das ações afirmativas pelo Supremo Tribunal Federal, entre outros momentos históricos.
Serão feitas homenagens às autoridades pela efetivação, nesta década, de importantes marcos legais na promoção da igualdade racial, entre eles a Lei 10.639/2003, que estabelece o ensino da História da África e da Cultura afro-brasileira nos sistemas de ensino, uma das primeiras leis baseadas em ações afirmativas; a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (2006); o próprio Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010) e a sanção da Lei nº 12.711/2012, a “Lei das Cotas”, pela presidenta Dilma Roussef, que afirmou em sua mensagem ao Congresso Nacional: “As cotas são fundamentais para que alcancemos o objetivo de ser um país que assegure oportunidades para todos. O Brasil só será efetivamente uma democracia racial quando enfrentarmos com coragem e decisão o racismo, chaga histórica que ainda marca profundamente a sociedade brasileira”.
Seminário
À tarde, acontece uma conferência internacional que abrirá uma série de seis seminários que vão introduzir os temas a serem discutidos durante a III Conapir – Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, prevista para acontecer de 5 a 7 de novembro. “Incompatibilidade entre Racismo e Democracia: a construção do espaço político com a participação das negras e dos negros” será o tema da palestra ministrada pelo Ph.D. Adolph L. Reed, do Departamento de Políticas Sociais da Universidade da Filadélfia, às 14 horas. O acesso será mediante inscrição.
Até maio, serão realizados seis seminários com os seguintes temas: (i) Representação Política e Enfrentamento ao Racismo; (ii) Trabalho e Desenvolvimento: Capacitação Técnica, Emprego e População Negra; (iii) Desenvolvimento e Mulher Negra; (iv) Questão Agrária e Comunidades Tradicionais; (v) Oportunidades para a Juventude Negra; e (vi) Desenvolvimento, Democracia e Racismo.
Os seminários visam à maior reflexão e ao diálogo entre governo e sociedade civil sobre desenvolvimento, inclusão, participação política e enfrentamento ao racismo na consolidação desta pauta na agenda política do país e acontecerão em parceria com os governos da Bahia, Pernambuco, São Paulo, Pará, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.
Durante o evento, os participantes serão lembrados da Consulta Pública do Sinapir. Um dos principais pontos previstos no Estatuto da Igualdade Racial – a realização da Consulta Pública para elaborar a versão final da regulamentação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) – está em pleno curso. O documento base do sistema já começou a ser acessado e tem recebido colaborações da sociedade civil. Até 9 de abril, ele estará aberto para Consulta Pública no site do Governo Eletrônico e pode ser acessado pela página da SEPPIR (www.seppir.gov.br).

Sob protestos, Unesp confirma adoção do programa de cotas do governo de SP

Reitor da universidade anunciou posição favorável à adoção ao Pimesp em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo
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O reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Julio Cesar Durigan, confirmou nesta quarta-feira, em audiência marcada pela presidente da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputada Leci Brandão (PCdoB), que a universidade é favorável à adoção do Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior (Pimesp), proposto pelo governo do Estado no final do ano passado.
"A Unesp tem interesse em fazer a inclusão. (..) Iremos fazer isso nos próximos três anos. Essa é uma decisão da nossa universidade", disse Durigan. Embora a proposta de destinar 50% das vagas para negros e alunos de escolas públicas, gradualmente a partir de 2014, tenha partido do governador Geraldo Alckmin em parceria com os reitores, cada instituição tem liberdade de decidir se vai ou não adotar as cotas.
Ao contrário da Unesp, os reitores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Campinas (Unicamp), João Grandino Rodas e Fernando Ferreira Costa, respectivamente, não compareceram à audiência, o que motivou protestos no auditório da Assembleia Legislativa. Eles haviam sido convidados pela comissão, e agora podem ser convocados a comparecer para discutir o tema com os deputados. Representando a USP, compareceu a pró-reitora de graduação, Telma Zorn, e pela Unicamp, o pró-reitor de extensão, João Frederico C. A. Meyer.
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Em meio a fortes protestos de movimentos estudantis e sociais, principalmente de grupos de defesa dos direitos dos negros, os representantes das universidades apresentaram a situação da discussão do programa em suas instituições. Além da Unesp, que já manifestou intenção de aderir ao programa, a representante da USP afirmou que a universidade encaminhou às suas 42 unidades a proposta no dia 28 de janeiro, e o prazo para resposta é de 60 dias. O discurso de Telma Zorn terminou com fortes protestos dos presentes no auditório.
Também por conta dos protestos, o representante da Unicamp interrompeu sua fala e não divulgou maiores detalhes sobre a implementação do programa na universidade.
Críticas
Além dos representantes das universidades, estiveram no evento os deputados Alencar Santana, Adriano Diogo, Telma de Souza, Luiz Cláudio Marcolino e Marco Aurélio, todos do PT, Carlos Giannazi (Psol), Samuel Moreira e Roberto Engler, ambos do PSDB, Beto Trícoli (PV) e o coordenador da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), Carlos Vogt e representantes de movimentos estudantis e sociais.
Em suas falas, tanto os políticos como os representantes dos movimentos foram em sua maioria contrários à adoção do Pimesp. Segundo o presidente do Instituto Luiz Gama, o advogado Silvio Luiz de Almeida, o programa contraria as políticas de afirmação da população negra através de cotas aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2012. Para ele, a proposta não representa as demandas e o desejo da população e dos movimentos sociais.
"O Pimesp atropelou todas as discussões, tendo nascido da cabeça dos reitores, o que não significa que nasceu nas universidades", afirmou o advogado. "Universidade é comunidade acadêmica", completou.
Segundo Douglas Belquior, professor de História e Sociologia e membro da UneAfro, São Paulo deveria ter um programa de cotas semelhante ao do governo federal, que reserva 50% das vagas em universidades federais para alunos egressos do ensino público, com uma reserva dentro desse fatia proporcional ao número de negros, pardos e índios em cada estado do País.
cotas-em-sao-pauloDe acordo com ele, o governo de São Paulo não acata as decisões do STF e do governo federal de incluir essa população no ensino superior público, e busca maneiras de driblar a obrigação, como com a proposta do Pimesp. "São Paulo não participa da vida política do País.É uma ilha de exclusão, uma ilha de racismo", disse.
Um dos integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, Pedro Serrano, quetsionou a ausência dos reitores da Unicam e da universidade onde estuda, e acusou o projeto de ter teor político.
Segundo ele, o Pimesp representa uma ante-sala aos estudantes de escolas públicas e negros, que passariam a ter uma etapa adicional em seu ingresso à universidade, ao invés de ter garantida a entrada como na proposta do governo federal. Para Serrano, o modelo forma apenas mão de obra para o mercado, e não garante acesso desse público às instituições.
Saída causa desconforto
O líder do PT na Assembleia, o deputado Alencar Santana Braga, interrompeu a sessão e pediu a palavra para questionar a representante da USP que deixava a audiência. "O reitor já não veio, peço para que a senhora permaneça", afirmou o deputado a Telma Zorn, que foi vaiada por parte dos presentes e permaneceu no local. Posteriormente, ela deixou a mesa da comissão, e foi alvo de críticas de Alencar.
"Isso é uma falta de respeito com os movimentos aqui presentes", disse o petista. "Não adianta dizer que foi tomar um cafézinho", ironizou.

Fonte: Terra 

quarta-feira, 13 de março de 2013

Projeto Tardes Autorais discute a cultura negra e africana

Por Cátia Lima
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De primeiro a cinco de abril acontece na Fundação Hansen Bahia o projeto Tardes Autorais com livros que incluem temática da cultura negra e africana. Na ocasião, os autores participarão de um bate-papo com os leitores. O projeto é uma iniciativa do Programa de Pós Graduação de Ciências Sociais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
A cada dia terá um autor diferente na tarde de autógrafos, que acontecerá sempre às 17h e, no último dia, haverá um sarau de poesia com o lançamento do livro de poesia dos alunos do CAHL.
Segundo um dos idealizadores do projeto, professor Osmundo Pinho, a proposta é aproximar o publico acadêmico dos autores, para um questionamento do que é produzir um livro no ambiente da universidade. "Também é importante para consolidar nossa identidade institucional e acadêmica do mestrado em Ciência Sociais e fortalecer os laços que nos ligam em Ciência Sociais ao Centro de Arte Humanidades e Letras (CAHL)", diz.
Programação:
Dia 1 – Mauricio Ferreira da Silva autografará o livro Comunicação e autoritarismo no Brasil. Política de Comunicação no Regime Militar.
Dia 2 – Mahomed Bamba - Filmes da África e da Diáspora
Dia 3 – Lívio Sansone – Memórias da África
Dia 4 – Ângela Figueiredo – A Classe Média Negra.
Dia 5 – Georgina Gonçalves – Observatório da vida estudantil: estudos sobre a vida e cultura universitária
  
Fonte: UFRD

Comissão de Combate à Intolerância Religiosa em ato contra a eleição do pastor Marco Feliciano

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O interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), Ivanir dos Santos, participou, na tarde de hoje (9), de ato realizado na Cinelândia, ao lado de centenas de pessoas. Os manifestantes reuniram-se contra a eleição do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
 
intolerancia-religiosa1"Como religioso e cidadão, acredito somente que quem presida a Comissão de Direitos Humanos deva ter consciência dos valores da sociedade que beneficiam a todos. A liberdade, seja de fé ou de qualquer outra forma, é essencial para um País diversificado como o Brasil", defendeu, acrescentando que o protesto era pelo estado laico e não para atingir uma pessoa. "Um religioso respeita o outro. Estou aqui pelo fato de acreditar que esta comissão deve ter uma pessoa que a sociedade se sinta representada. Se as pessoas estão aqui reunidas e ainda marcando outra manifestação pelas redes sociais  em todo o País, para a semana que vem, é porque não o querem lá. Como sacerdote do Candomblé, ativista das causas dos negros, interlocutor de um grupo que congrega vários segmentos religiosos (CCIR) e ex-subsecretário de Estado, não me sinto representado por ele, pois a perseguição ou demonização de qualquer grupo não faz parte da democracia".

Mulher negra continua em desvantagem: Racismo Institucional

"Observamos no Brasil que, além do racismo social, sofremos com o racismo institucional, que inviabiliza o acesso aos instrumentos do Estado e dificulta o combate ao preconceito em nosso país". Foi o que constatou Luana Natieli, advogada do Cfemea e da Articulação das Mulheres Negras Brasileiras, ao falar sobre a luta das mulheres, especialmente das mulheres negras no Brasil.

Joanne Mota, 

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De acordo com o Ipea, as mulheres negras têm um índice maior de desemprego em qualquer lugar do país
(Foto: Agência Brasil).

Segundo ela, a situação da mulher negra, no Brasil de hoje, é resultado de uma realidade vivida no período de escravidão e que ainda está incrustado nas instâncias sociais. "Ao estudarmos este problema verificamos que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais e tem rendimento menor".
Para se ter uma ideia do cenário enfrentado pela mulher negra brasileira, dados publicados em 2012 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que são 498.521 empregos formais de mulheres negras contra 7,6 milhões de mulheres brancas e 11,9 milhões de homens brancos. Além disso, a mulher negra ganha, em média, R$ 790 e o salário do homem branco chega a R$ 1.671,00 - mais que o dobro. 
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"A situação da mulher negra, no Brasil de hoje, é resultado de uma realidade vivida no período de escravidão"
(Foto: Universidade Federal da Bahia).

Natieli frisa que a trabalhadora negra continua sendo aquela que se insere mais cedo e é a última a sair do mercado de trabalho e que mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade da companheira branca, a diferença salarial gira em trono de 40% a mais para a branca
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) as mulheres negras têm um índice maior de desemprego em qualquer lugar do país. A taxa de desemprego das jovens negras chega a 25%. Uma entre quatro jovens está desempregada. 
O Instituto ainda aponta que as mulheres negras estão em maior número nos empregos mais precários. 71% das mulheres negras estão nas ocupações precárias e informais; contra 54% das mulheres brancas e 48% dos homens brancos;

Atrizes, atores, personagens de Lado a lado - Por Cidinha da Silva

lado a lado elencoMadá (Ana Luíza Alves) e Elias (Cauê Campos) são minhas crianças queridas em Lado a lado. É muito bonita a amizade deles. Também o é a irmandade de Olavo (Jorge Amorim) e Elias, mas tenho a sensação de que Cauê e Ana Luíza conseguiram superar o naturalismo de interpretação permitido e/ou incentivado em atrizes e atores mirins, e passaram ao estágio de construção de personagens.
É deliciosa a maneira como Ana Luiza dá vida a Madá que, desde pequena, entende que precisará ser esperta e desembaraçada para driblar os limites sociais impostos às mulheres. Ela adquire essa qualidade e consegue manter a ternura infantil. Vejo ali uma atriz promissora.
Cauê Campos, em que pese toda a simpatia que nos inspira seu Elias, floresceu mesmo como ator quando Elias saiu das garras de familiares postiços e cruéis, para os braços de mãe e tia paterna amorosas.
Vilmar (Márcio Rangel) é um personagem muito interessante. Ele não é mau por índole (crianças não são más por nascimento), é por imitação e manipulação. Ele imita os modelos da tia Berenice (Sheron Menezzes) e da mãe, Zenaide, a maravilhosa Ana Carbatti, no afã de conquistar pequenas vantagens frente aos irmãos e a aprovação da mãe. Para complementar a formação negativa de seu caráter, Vilmar é manipulado por Caniço (Marcello Melo Jr.) que o transforma em pequeno auxiliar para falcatruas e crimes.
Sou fã de Ana Carbatti, adoro atrizes assim, plenas de recursos que dão volume a personagens pequenos e por sua magnitude interpretativa exigem mais espaço na trama. Espero ter a graça de vê-la mais amiúde na telinha.
Tia Jurema é um arquétipo fundamental da narrativa. Ela representa aquelas mulheres que pela espiritualidade e pelo sentido prático para cuidar da vida, constituíram o esteio do povo negro no pós-escravidão. É muito gratificante ter vivido para ver Zezeh Barbosa interpretando uma personagem desta envergadura, emprestando-lhe vigor, sinceridade e verossimilhança a cada capítulo.
Milton Gonçalves no papel do velho Afonso dá vida ao camaleão que todo grande ator é. Recentemente o vimos como coronel de polícia em um seriado global de ação, depois como babalorixá (elegantíssimo) na comissão de frente do carnaval da Portela. Agora, ele nos faz acreditar que é velhinho com dificuldades até para andar. E o ator tarimbado dá a Afonso a interpretação comedida que o personagem pede. Discreta e eficaz foi também a caracterização de Alberto Assumpção, feita por Werner Schunemann e as cenas finais foram ótimas, violentas sem qualquer tipo de agressão física à Constância (Patrícia Pillar) desmascarada.
Diferente dos rapazes secundários da trama, as moças, Sandra (Priscila Sol), Gilda (Jurema Reis) e Fátima (Juliana Knust) foram muito bem. As um pouco mais velhas idem: Margarida (Bia Seidl), Teresa (Susana Ribeiro), Neusinha (Maria Clara Gueiros), Diva Celeste (Maria Padilha), Etelvina (Laís Vieira), Celinha (Isabela Garcia) fizeram crescer suas respectivas personagens.

Racismo contra empregadas domésticas no Brasil é denunciado na CIDH

domesticas-realidadeTratamento racista e sexista com empregadas domésticas no Brasil. Esta foi uma das principais denúncias feitas por Associações de Defesa dos Direitos das Mulheres, em pronunciamento na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em Washignton, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (11). 
Responsáveis pela queixa, a ONG Global Rights e a Associação CUltural de Mulheres Negras (ACMUN) entitularam como 'racismo estrutural', especialmente relacionado às empregadas domésticas. Entre outras denúncias apresentadas pelos membros da comissão da CIDH, também estão as jornadas entre dez e quinze horas diárias, condições de insalubridade, muitas ocorrências de salários pagos mais tarde do que o acordado e turnos noturnos. 
O porta-voz da Global Rights, Carlos Casado, afirmou que a Constituição Brasileira discrimina as empregadas domésticas quando não reconhece os mesmos direitos que as trabalhadoras têm em relação a outros profissionais. O fato de negar o acesso aos serviços de seguridade social é um dos agravantes. Casado destacou também a porcentagem de empregadas domésticas registradas: apenas 27%. 
Já a porta-voz da ACMUN, Eva Regina Pereira, afirmou que sexo e raça são determinantes para os trabalhos conquistados no país, já que a maioria das empregadas do lar são negras. A ativista pediu 'maior envolvimento' do governo para acabar com a discriminação e destacou que poucas mulheres negras tiveram educação e, por isso, são relegados a estes postos de trabalho, onde 'sobressaem a informalida, a precariedade e a ausência de equidade'. 
Representantes do governo brasileiro também estiveram na reunião e reconheceram o racismo e sexismo estrutural. Os membros da delegação brasileira porém, atestaram que combaterão o problema através de programas como 'Brasil Sem Miséria', e 'Minha Casa, Minha Vida'. 
A comissária da CIDH, Rose-Marie Belle Antoine, pediu que o governo do Brasil trate os problemas com mais seriedade.

Fonte: NE10

Ministro defende adoção de política de cotas por universidades paulistas

Para-Mercadante-cotaA adoção das cotas nas universidades estaduais "é uma oportunidade única para o país", argumentou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante a audiência pública Educação no Brasil e Acesso à Universidade, que se realiza nesta segunda-feira, 11, na Assembleia Legislativa da capital paulista. Ele defendeu a adoção das cotas pelas universidades estaduais de São Paulo.
O primeiro projeto de cotas na Assembleia Legislativa de São Paulo é de 2004 e quase todos os partidos da Casa têm projetos semelhantes. "Acho que o debate deve ser feito. É claro que o MEC respeita a autonomia das universidades, mas o que estamos fazendo na esfera federal é um caminho que vale ser seguido", disse Mercadante.
A política de cotas foi instituída pela Lei 12.711, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em agosto do ano passado. No Congresso Nacional, a proposta foi aprovada por unanimidade. Em quatro anos, 50% das vagas nas universidades federais serão destinadas aos estudantes de escola pública, também levando em conta recorte de renda e racial. Já este ano, no mínimo 12,5% das vagas têm que ser reservadas para a Lei de Cotas.
"A maioria das universidades já tinham políticas afirmativas exitosas, porém agora temos um modelo único para todos os cursos, gerando um estímulo e melhora na educação pública", salientou Mercadante. Segundo o ministro, a lei é essencial, já que 88% dos estudantes do ensino médio são oriundos de escolas públicas. "O Prouni mostra que os alunos têm desempenho bom, só precisam de oportunidades. O topo do ensino público tem melhor desempenho que a média da escola privada", afirmou.
A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa marcou um debate, previsto para os próximos dias, sobre as cotas estaduais, com a presença de reitores.
Paula Filizola

 Fonte: Portal Mec 

sexta-feira, 8 de março de 2013

CANALHA PARLAMENTAR RACISTA E HOMOFÓBICO: Vídeo mostra pastor e deputado Marco Feliciano pedindo senha do cartão de fiel


Um vídeo em que o deputado federal e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) pede dinheiro para os fiéis de sua igreja está causando polêmica na internet. Isso porque o pastor dá bronca em um fiel que doou um cartão sem a senha para sacar o dinheiro.
"É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre para Deus e Deus não vai dar. E vai falar que Deus é ruim", diz o pastor no vídeo, gravado na Catedral do Aviamento da Assembleia de Deus.
No vídeo, Feliciano ainda pede que os fieis doem mil reais, mas diz que quem não puder pode doar R$ 500. Ele diz que a "oferta" pode ser feita de vários modos - cheque, dinheiro, cartão, depósito bancário e até doações como motos. "Isso não te quebra o coração, você vai ficar mesmo com esse dinheiro na carteira?", chega a questionar o pastor. "O irmão aqui tem cheque, mas não tem caneta, alguém tem caneta para emprestar?".
O pastor não comentou o vídeo, divulgado inicialmente pela Folha Online. Nesta quinta, o pastor foi escolhido como novo presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara, também em meio a polêmicas. Ele é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF) - um inquérito o acusa do crime de homofobia e em outro ele é acusado de estelionato. A defesa do pastor nega as duas acusações.

Veja o vídeo:
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terça-feira, 5 de março de 2013

HOMENAGEM A ELAS: Pesquisadora discute personagens femininas em filmes de Glauber Rocha

Como parte das atividades do projeto “Mulher em Cena 2013”, a Biblioteca Pública Estado da Bahia (BPEB) apresenta a exibição de dois longas do cineasta Glauber RochaA: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e Terra em Transe (1967). A proposta da exibição é estimular o público à apreciação e crítica da linguagem audiovisual, além de ser uma forma de homenagear o cineasta baiano no mês do seu aniversário (14 de março).

Após a exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, no dia 07 de março de 2013 (quinta-feira), a professora da UFBA, Linda Rubim, convida o público para um bate-papo sobre a representação da mulher nas obras do cineasta baiano. A pesquisadora além de ter experiência na área de Comunicação, com ênfase em Cinema e Televisão, dedicou a sua tese doutoral à representação do feminino nas obras do cineasta e, desde então, discute questões de gênero no campo midiático. 

Linda Rubim possui graduação em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (1975), doutorado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999) e pós-doutorado pela Universidade de Buenos Aires (2006). 

Exibição dos filmes "Terra em Transe" e "Deus e o Diabo na Terra do Sol"
Quando: 06 e 07/03, às 16h
Onde: Espaço Xisto Bahia
Quanto: Gratuito

Palestra com a Profª Linda Rubim 
Quando: 07/03, após a exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol
Onde: Espaço Xisto Bahia
Quanto: Gratuito

Para mais informações do projeto "Mulher em Cena 2013", clique aqui.


Biblioteca Pública do Estado da Bahia
Núcleo Biblioteca Viva
71 3117-6041 / 6079
www.bibliotecapublicafpc.blogspot.com
Fundação Pedro Calmon/SecultBAwww.fpc.ba.gov.br

MUSICA NEGRA: Cantora sul-africana Miriam Makeba é homenageada pelo Doodle do Google no dia que faria 81 anos

miriam makebas 81st birthday-1417005-hpFamosa mundialmente como Mama África, Miriam Makeba, marcou presença no cenário internacional por suas músicas inspirados nos blues americanos e nos ritmos da África do Sul. Mas Makeba teve forte participação na luta contra o Apartheid do país, chegando a ter seu passaporte e nacionalidade sul-africana cassados pelo governo no começo da década de 70.
Nesta segunda-feira (4), a cantora faria 81 anos. Contudo, Miriam Makeba morreu, após ter uma parada cardiáca, aos 76 anos em 2008 após fazer um show na Itália contra o racismo. Para homenagear a cantora, o Google estampou na capa de seu site de pesquisa um "Doodle" da artista. O Doodle é uma espécie de imagem que ocupa o lugar da logo da empresa.
Ao clicar na imagem, o Google apresenta uma lista de sites a partir do termo "Miriam Makeba". Entre eles, está oo site oficial sobre a cantora que está fora do ar (verificado às 07h41) devido ao grande número de requisições ao mesmo tempo.


Fonte: EBC

RACISMO NO ESPORTE PRATICADO PELOS "EUROPEUS" GAUCHOS: Jogador do Caxias é vítima de racismo em semifinal do primeiro turno do Gauchão

zambi-c-comemora-gol-do-caxias-pelo-campeonato-gaucho-arquivo-1362409792755 615x300São Luiz e Caxias protagonizaram um grande jogo, sábado, em Ijuí, com bela vitória dos donos da casa por 2 a 1 na semifinal da Taça Piratini. Só que ficou uma mancha na classificação inédita do São Luiz à final. Não do clube ou da cidade, mas de um torcedor. Assim como já ocorreu nos estádios de Caxias do Sul e Porto Alegre em outros Gauchões, agora o ato de racismo surgiu no 19 de Outubro. A vítima foi o atacante Zambi, um dos destaques do primeiro turno do Estadual.
 
— Me chamaram de macaco mais de uma vez. Eu olhei para a torcida e disse que não precisava disso porque no time deles também tinha jogadores negros. Eu tenho orgulho de ser negro. Foi um fato lamentável  em meio a uma festa bonita e de um jogo bem jogado — discursou Zambi, chateado pela situação. 
O fato ocorreu no segundo tempo, nas arquibancadas que ficam do lado oposto das sociais, e coincidiu com a queda de produtividade do atacante. Natural de Itaperuna (RJ), Zambi fez questão de dizer que nunca ouviu coisa parecida no Rio de Janeiro nos tempos de Nova Iguaçu, Volta Redonda, Americano, Friburguense e Macaé:
— Joguei em vários lugares e nunca aconteceu isso comigo. Nós somos todos iguais, independentemente de cor ou religião. Isso tem de servir de aprendizado para eles porque outros times vão jogar aqui com pessoas da minha cor. No time deles tem pessoas negras. O que eles são diferentes de mim? 
Como não foi possível identificar o torcedor racista, o jogador de 25 anos não prestou queixas na polícia. O árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima chegou a paralisar o jogo por uns dois ou três minutos.
 
— O Jean Pierre veio falar comigo, me apoiou, foi na mesa da Federação. Mas ele falou que não poderia fazer nada porque foi um ato isolado e que iria relatar na súmula. Ele foi atencioso e coerente, quero até dar os parabéns para ele —elogiou o atacante. 
Após a partida, o árbitro falou sobre o caso, explicou como tudo aconteceu e disse que já passou por essa situação em outro jogo:
— O Zambi veio até mim e relatou o fato, disse que estavam ofendendo ele. Perguntei pelo rádio se alguém da arbitragem tinha escutado alguma coisa, principalmente o assistente que estava daquele lado. Mas o assistente não pôde me confirmar nada. Não consegui identificar o torcedor, só pedi para uma pessoa do clube que tomasse alguma providência. Em outro fato ocorrido no passado, eu consegui identificar o torcedor e relatei tudo. Se eu tivesse visto agora, faria a mesma coisa. 
Na súmula, Jean Pierre revelou que não vai ignorar o fato.
— Vou colocar que foi uma conduta regular da torcida, mas que em determinado momento ela ofendeu o atleta, tudo de acordo com a informação que ele próprio passou para mim.

Fonte: Pioneiro