TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mulher é presa por insultos racistas a passageiros no metrô de Londres


Uma passageira do metrô de Londres foi condenada a 21 semanas de prisão após admitir ter feito insultos racistas a outros passageiros.
Durante pelo menos sete minutos, Jacqueline Woodhouse, de 42 anos, moradora do bairro de Romford, no leste de Londres, agrediu verbalmente e ameaçou passageiros que viajavam com ela no vagão.
O incidente, ocorrido no dia 23 de janeiro, foi filmado por uma câmera de celular e colocado no site de vídeos YouTube. Além das 21 semanas de prisão, Woodhouse também recebeu uma sentença que restringe seus movimentos na cidade. Em uma outra audiência, no início do mês, Woodhouse já havia admitido ter praticado intimidação intencional agravada por racismo.
O Incidente
Ao entrar no vagão do metrô, Woodhouse tropeçou em uma mulher negra chamada Judy Russell. Imediatamente, começou a insultar a passageira, gritando: "Vocês africanos pegam nossas habitações populares".
O autor do vídeo, Galbant Juttla, é visto no filme dizendo a Woodhouse que fique de boca fechada porque tinha bebido demais. "Esse não é seu país, então, qual é o seu problema?", ela respondeu. "Pessoas como você tomaram conta (do país)".
londres-racismoAos outros passageiros que viajavam no trem lotado, ela disse: "Vou prender vocês porque não moram aqui", e "espero que não estejam recebendo benefícios (ajuda financeira do governo).
O vídeo foi visto mais de 200 mil vezes.
Woodhouse se entregou à polícia, dizendo aos policiais que não se lembrava dos comentários, mas que reconhecia a si mesma no vídeo.
Lição
Explicando sua decisão de colocar o vídeo no YouTube, Galbant Juttla disse:
"Coloquei (as imagens) no YouTube porque achei que seria a forma mais rápida de pegar essa pessoa". "Também precisava mostrar ao público o tipo de pessoa que existe por aí e (incentivar o público) a não tolerar esse tipo de comportamento".
"Meus filhos viram o vídeo e ficaram horrorizados".
Ao anunciar a sentença, o juiz, Michael Snow, disse que a ideia de que cidadãos britânicos possam ser submetidos a esse tipo de comportamento causa vergonha. Para o juiz, qualquer pessoa que assista ao vídeo pode, como consequência, "acreditar que ele representa, secretamente, as opiniões de outros brancos" . "O trem estava lotado com pessoas de várias etnias", disse. "Incluindo crianças".
Woodhouse servirá a metade de sua pena na prisão. Ela também foi proibida, durante os próximos cinco anos, de andar de metrô ou na linha ferroviária Docklands Light Railway - quando estiver bêbada.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pesquisa revela baixa representação de mulheres e negros no parlamento

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Investigação, cujo foco foram as eleições de 2006 e 2010,incluiu entrevistas com 42 parlamentares de quatro Estados
O Brasil tem apenas de 13% de mulheres no parlamento, ocupando o final da fila na América Latina. O dado é divulgado pela Inter-Parlamentary Union (IPU), órgão que reúne todos os legislativos do mundo e que compila estatísticas sobre a presença de mulheres nestas casas. Por que as mulheres candidatas não conseguem se eleger na mesma proporção que os candidatos homens? Por que as mulheres se apresentam menos na política? Ou, quando se apresentam, o que acontece para que não tenham tanto sucesso? Por que os financiamentos de campanha são sempre menores para as mulheres?
São estas as principais questões colocadas por Rachel Meneguello e Bruno Speck, professores do Departamento de Ciência Política da Unicamp e pesquisadores do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), no projeto de pesquisa "Mulheres e Negros na Política – Estudo exploratório sobre o desempenho eleitoral em quatro estados brasileiros". Financiada pela Unifem, órgão das Nações Unidas para Empoderamento das Mulheres (agora ONU Mulher), a pesquisa incluiu entrevistas em profundidade com 42 parlamentares e membros de partidos do Pará, São Paulo, Santa Catarina e Bahia, com o objetivo de avaliar os constrangimentos e obstáculos que poderiam explicar a baixa representação de mulheres e negros no parlamento. O foco esteve nas eleições de 2006 e 2010 e em nove partidos: PT, PSB, PP, PMDB, PSDB, PSOL, PCdoB, PDT e DEM.
"Durante as entrevistas com as mulheres candidatas ou parlamentares, algumas dimensões relativas ao acesso à política ficam muito claras. Uma delas é a trajetória política. Boa parte delas tem uma trajetória muito convencional e tradicional na política brasileira, que é a relação de família: o marido, o pai, o avô e até o bisavô político. E, quando não existe esta tradição de família, vemos os casos de mulheres com uma militância importante nos movimentos sociais, como de mulheres, negros, estudantes e agricultores, e o ingresso em partidos de esquerda", afirma Rachel Meneguello, que é diretora do Cesop.
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Segundo a pesquisadora, a hipótese de que as mulheres teriam menos interesse pela política, está presente na própria fala de algumas entrevistadas, que culpam as demais pela baixa representatividade no parlamento. "Ainda existe este preconceito em relação a si mesmas. O que de fato acontece – e aí entra outra dimensão da nossa pesquisa – tem a ver com a presença do machismo. Sobretudo as casadas e com filhos, que têm atribuições domésticas, enfrentam grande dificuldade para dar conta de uma carreira política e do casamento. Dentre as entrevistadas, mais de 20% são separadas. Eleita, a mulher não se ocupa apenas de legislar, ela tem uma vida dentro do partido e precisa compatibilizar as atividades com sua vida privada."
Rachel Meneguello ressalta que os partidos são estruturas consagradas como de domínio masculino, onde é difícil que mulheres se destaquem, mesmo em São Paulo, que apresenta outro grau de competição política e abertura para o ingresso de novos atores. "Como exemplo, Marta Suplicy, apesar da imagem pública de destaque como mulher de televisão, entrou na política com o apoio de Eduardo Suplicy – são relações que não acontecem somente no Nordeste, onde se supõe que concentra traços da política tradicional e familiar. Na vida parlamentar, o preconceito aparece contra as mulheres, principalmente as negras. Dezesseis entrevistadas que se declararam negras foram tratadas com diferença, primeiro como mulher, na pouca importância dada às suas opiniões, e também por meio de um racismo velado, difícil de medir."
Outro aspecto observado na pesquisa, de acordo com a professora, é a visão essencialista da diferença que a mulher faz na política, em que as próprias entrevistadas se colocam como mais honestas e mais capazes para tratar determinadas questões. "Alguns dizem o tempo todo que Dilma Rousseff não tem liderança nem traquejo político e, quando ela coloca mulheres em cargos-chave, desperta preconceitos dos mais variados. Entretanto, todos os entrevistados chamam a atenção para a importância pelo menos simbólica da presença de uma mulher na Presidência. Não se tem a ilusão de que isso mudará a dinâmica da política nacional, mas vai se criando a percepção de que as mulheres podem ter acesso a outras instâncias, seja de trabalho, seja de representação política."

Balotelli diz que matará quem o ofender com xingamentos racistas

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O atacante Mario Balotelli não cansa de dar declarações polêmicas e dessa vez o seu alvo foi um dos problemas mais preocupantes no futebol europeu. Conhecido por ser intempestivo, o jogador do Manchester City e da seleção italiana afirmou nesta terça-feira que matará qualquer torcedor que ouse xingá-lo de forma racista durante a Eurocopa deste ano.
O atleta viu a questão ganhar força no Velho Continente após o canal BBC apresentar uma reportagem sobre a forma como o problema é tratado na Polônia e Ucrânia, responsáveis por sediar esta edição do torneio. Sem poupar palavras para definir o comportamento destes torcedores, o jogador foi enfático e disse que ofensas como estas farão com que ele perca a cabeça dentro de campo.
"Se alguém jogar uma banana em mim na rua, eu vou para a prisão, porque eu vou simplesmente matar essa pessoa. Racismo é inaceitável para mim. Eu não posso permitir isso. Eu espero que nós não tenhamos problemas como esse na Euro, porque se acontecer eu vou deixar o gramado e ir para casa. Nós estamos em 2012, isso não pode acontecer", bradou o atacante, em entrevista ao jornal The Sun.
Episódios envolvendo racismo foram frequentes no Campeonato Inglês disputado por Balotelli na última temporada. Além dos casos emblemáticos envolvendo John Terry, do Chelsea, e Anton Ferdinand, do QPR, e Luis Suárez, do Liverpool, e Evra, do Manchester United, torcedores também foram detidos pela polícia e banidos dos estádios após emendarem cantos ofensivos a atletas negros.
A preocupação dos organizadores da Eurocopa também se estende a países do leste europeu. Incidentes que contaram com o arremesso de bananas e gritos racistas coletivos foram presenciados ao longo do Campeonato Russo, sendo o brasileiro Roberto Carlos, do Anzhi, um dos atingidos pelos xingamentos dos torcedores adversários.


Fonte: ESPN

terça-feira, 29 de maio de 2012

Vasco recebe homenagem em fórum sobre o racismo no futebol

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Por sua história de luta contra a desigualdade racial no esporte, o Vasco foi homenageado nesta segunda-feira no "Fórum Racismo no Futebol", realizado em um hotel na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O episódio dos "Camisas Negras", ocorrido em 1923, quando o clube se recusou a demitir seus jogadores negros e mulatos para participar do campeonato do ano seguinte foi considerado um marco.
O escolhido para representar o Vasco e receber a placa comemorativa foi o meia Felipe.
- É uma satisfação enorme. Agradeço a todos. Esta luta contra o racismo é muito importante. Felizmente temos poucos casos aqui no Brasil, mas ao redor do mundo ainda vemos coisas deste tipo. Esperamos que isto acabe – disse o camisa 6.
Um dos organizadores do evento, Carlos Alberto Valadares, presidente da Fenadados, elogiou a tradição vascaína de não permitir a segregação racial.
- Não dá para falar de luta contra o racismo e não falar do Vasco. Já em 1923 o clube deu um grande exemplo quando se retirou da competição – afirmou.
Felipe Michel, ex-jogador do Fla e atualmente político, ressaltou a importância desta discussão para que o racismo no futebol não seja visto como uma coisa banal.
- O racismo é uma questão séria e precisa ser debatida. Infelizmente este tipo de coisa ainda acontece. É necessário fazer alguma coisa contra isso.
Além de Felipe, participaram o evento os ex-jogadores Athirson, ex-Fla, e Willian, ex-Vasco, Flamengo e Fluminense.

11 frases importantes de Malcom X

Malcolm-X
19 de maio, há 87 anos, nascia nos Estados Unidos o ícone da luta nacionalista negra, Al Hajj Malik Al-Habazz, mais conhecido como Malcolm X.
O líder negro, que influenciou gerações pela sua defesa pela unidade negra e a luta contra o racismo, hoje é referenciado em todo o mundo pela sua mensagem revolucionária e história.
Mais conhecido pela sua principal frase "Por todos os meios necessários", quando advogava pela libertação negra no mundo, a vida de Malcom X foi retratada na autobiografia escrita pelo intelectual Alex Harley e foi tema de filme produzido e dirigido pelo cineasta Spike Lee. O CORREIO NAGÔ preparou uma seleção de outras frases famosas do líder Afro-americano. Confira e divulgue!
1. "Nós não podemos pensar em nos unirmos com os outros até que sejamos primeiro unidos entre nós. Não podemos pensar em ser aceitável para os outros até que tenhamos primeiro provado aceitável para nós mesmos."
2. "Se você não cuidar, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo."
3. "Eu não vejo nenhum Sonho Americano, eu vejo um Pesadelo Americano."
4. "Esse governo falhou com o Negro. Esta chamada democracia falhou com o Negro."
5. "Se você não está pronto para morrer por ela, coloque a palavra "liberdade" fora do seu vocabulário."
6. "Não se pode separar paz de liberdade porque ninguém consegue estar em paz a menos que tenha sua liberdade."
7. "Não há nada melhor do que a adversidade. Cada derrota, cada mágoa, cada perda, contém sua própria semente, sua própria lição de como melhorar seu desempenho na próxima vez."
8. "As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos."
9. "Toda vez que você tenha de que confiar em seu inimigo para obter um trabalho que você está em apuros".
10. "A educação é um elemento importante na luta pelos direitos humanos. É o meio para ajudar os nossos filhos e as pessoas a redescobrirem a sua identidade e, assim, aumentar o sua auto-respeito. Educação é o nosso passaporte para o futuro, pois o amanhã só pertence ao povo que prepara o hoje."
11. "Não lutamos por integração ou por separação. Lutamos para sermos reconhecidos como seres humanos."
Malcolm X
Para saber mais sobre Malcom X, assista o filme dirigido por Spike Lee

Casal Gurgel também engavetou caso de racismo


Marcos-Paulo
Em outubro de 2010 o estudante Marco Paulo dos Santos, um negro evangélico de 24 anos, era estagiário no Superior Tribunal de Justiça, foi à agência do Banco do Brasil que funciona no prédio e esperava sua vez para usar um terminal. Pela sua narrativa, havia um senhor operando a máquina e ele aguardava sua vez atrás da linha demarcatória. A certa altura, o cidadão voltou-se, dizendo: "Quer sair daqui?" Marco explicou-lhe que estava no lugar adequado, mas não convenceu: "Como eu não saí, ele se apresentou: 'Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido. Isso aqui para você acabou". Pargendler teria puxado o crachá do rapaz para ver seu nome. Uma hora depois, Marco recebeu uma carta de demissão por ter cometido "falta gravíssima de respeito".

Marco Paulo deu queixa na 5ª Delegacia da Polícia Civil, e uma testemunha corroborou sua versão. Pargendler, presidente do "Tribunal da Cidadania", não se pronunciou. O processo contra o doutor por agressão moral foi remetido ao Supremo Tribunal Federal, sob sigilo. Felizmente, o ministro Celso de Mello tirou-o do segredo e remeteu os autos à Procuradoria-Geral da República, para que verificasse "a exata adequação típica dos fatos narrados neste procedimento penal". No dia 17 de dezembro de 2010 o processo foi para as mãos da subprocuradora-geral Cláudia Sampaio Marques. Cadê?
Quando completou-se um ano de espera, Marco Paulo disse ao repórter Frederico Vasconcelos que "entregou o caso nas mãos de Deus". Fez muito bem, porque, em condições normais, a Procuradoria teria cumprido sua tarefa em dois meses.
No dia 7 de março a doutora Sampaio Marques devolveu o processo e, a dia 14 de abril, ele foi redistribuído para o procurador-geral Roberto Gurgel, seu marido. Explicação? Nem pensar.
Eremildo é um idiota e, ao lembrar que a Operação Vegas ficou para com o doutor Gurgel durante quase três anos, convenceu-se de que não se deve falar do caso de Marco Paulo, pois isso é coisa de "pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão".

O tráfico de mulheres por meio de agências de modelos

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PRDC move ação para que agências indenizem modelos vítimas de tráfico internacional de pessoas
Três jovens, mantidas em cárcere privado, foram resgatadas na Índia em 2010; MPF requer que empresas reembolsem gastos da União com o repatriação das vítimas
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) protocolou ontem ação civil publica, com pedido de liminar, para que duas agências de modelos sejam impedidas de recrutar e encaminhar modelos brasileiras para o exterior.
As agências Dom Agency Model's, de Passos (MG), e Raquel Management, de São José do Rio Preto, no interior paulista, enviaram pelo menos três modelos para o exterior – uma delas menor de idade – com contratos de trabalho que não foram cumpridos. Elas permaneceram por quase dois meses na Índia, trabalhando sem salários e mantidas em cárcere privado.
Caso a liminar seja concedida, a PRDC quer que seja fixada multa de R$ 100 mil às agências, valor a ser pago sobre cada modelo enviada ao exterior em descumprimento à decisão judicial. Por exemplo, se ao final do processo concluírem que dez modelos foram levadas ao exterior nas condições descobertas, a multa ficaria em R$ 1 milhão.

Disputa por terras entre Forças Armadas e quilombolas será tema da Cúpula dos Povos da Rio+20

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Rio de Janeiro – Para dar visibilidade a violações de direitos de comunidades quilombolas em conflito com as Forças Armadas, o tema será levado à Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil paralelo à Rio+20, em junho. A disputa nasce da ocupação tradicional de áreas de interesse militar na Bahia, no Rio de Janeiro e Maranhão.
De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o impasse é um entrave para emissão de títulos de propriedade para as comunidades Marambaia (RJ) e Rio dos Macacos (BA), que convivem com bases da Marinha, e Alcântara (MA), onde a Aeronáutica tem uma base de lançamento de foguetes.
A dificuldade de conciliar direitos de remanescentes de quilombos com interesses das Forças Armadas paralisa a regularização das terras. De outro lado, as comunidades denunciam que sofrem invasão de domicílio, ameaça a lideranças e outros atos de violência.
Cerca de 800 lideranças vindas de todo o país prometem reforçar, durante o encontro paralelo à Rio+20, as denúncias e cobrar do poder público uma solução para pôr fim a anos de conflitos.

Torcedores protagonizam cenas de racismo em estádio na Ucrânia

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País sediará a Eurocopa, principal competição de futebol da região, com a Polônia em junho
Uma reportagem da BBC registrou episódios de racismo entre torcedores de futebol na Ucrânia, país que, ao lado da Polônia, é sede da Eurocopa 2012 neste mês.
No país, grupos de extrema direita têm ligações com torcidas organizadas e são comuns os incidentes de violência e racismo contra jogadores e torcedores negros ou asiáticos.
Ao ver as imagens da BBC, o ex-capitão da seleção inglesa de futebol Sol Campbell disse que países com estes indícios de racismo não merecem sediar competições importantes.
Familiares de dois jogadores ingleses negros chegaram a cancelar suas idas à Ucrânia, com medo de serem atacados.
Fonte: R7

terça-feira, 22 de maio de 2012

Repórter é acusada de racismo após debochar de entrevistado No vídeo, a repórter entrevista um jovem negro, preso por acusação de assalto e estupro. Internautas protestam contra sensacionalismo na TV. Repórter ridícula!

Uma entrevista exibida no dia 10 de maio no programa "Brasil Urgente" da Band Bahia, está sendo um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e vem causando a revolta de internautas que acusam a repórter Mirella Cunha de ser preconceituosa, machista, racista e elitista. No vídeo, a repórter entrevista um jovem negro, preso por acusação de assalto e estupro. Apesar de assumir o assalto, o rapaz afirma que não ouve estupro é acusado pela jornalista de querer estuprar a vítima. “Não estuprou, mas queria estuprar”, afirmou Mirella durante entrevista.O rapaz ainda se colocou à disposição da polícia para provar sua inocência e chegou a dizer que realizaria um exame de "próstata", em vez de corpo de delito. Ao pronunciar a palavra "próstata" de forma incorreta, a repórter ri da situação e pede por diversas vezes que ele repita a palavra.Mirella ainda questiona ironicamente se o acusado gostava e se já teria feito o tal exame. "Você gosta? Já fez? Você sabe aonde fica a próstata?", questiona ao entrevistado.Internautas têm questionado a postura do jornalismo da emissora e protestado contra programas sensacionalistas na TV. No twitter, o assunto foi parar nos trend topics com a hashtag #sensacionalismoforadoar, e a repórter está sendo considerada "racista", "homofóbica", "elitista", "preconceituosa", "medíocre", entre outras coisas.

Em nota, a Band afirmou que vai "tomar todas as medidas disciplinares necessárias. A postura da repórter fere o código de ética do jornalismo da emissora".

Estudante que ofendeu Muamba pelo Twitter é expulso de universidade na Inglaterra





Fabrice Muamba sofreu uma parada cardíaca em campo no último dia 17 de março
O estudante britânico que proferiu insultos racistas contra Fabrice Muamba no Twitter foi expulso de sua universidade nesta terça-feira. Liam Stacey, de 21 anos, usou a rede social para ofender o jogador do Bolton, que sofreu uma parada cardíaca em campo em 17 de março.
Stacey logo retirou a mensagem ofensiva do ar, mas, investigado pela polícia inglesa, admitiu a autoria. O jovem, que se desculpou pelo incidente, ficou preso por 56 dias por acusação de racismo com agravante de desordem pública.
Um porta-voz da Universidade de Swansea afirmou que Stacey não poderá se apresentar para os exames de final de curso e não participará da cerimônia de graduação por seu comportamento “inaceitável e daninho à univeridade”.
Fonte: uol esporte

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Momentos Olímpicos: Para 1º brasileiro bicampeão, palmas em derrota foi seu instante mais memorável

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Adhemar Ferreira da Silva , o mais bem sucedido esportista brasileiro da história das pistas, o único bicampeão olímpico do Brasil em atletismo - no salto triplo - teria eleito como seu maior momento nos Jogos curiosamente sua pior participação, segundo o jornalista especializado em esportes amadores Alberto Chammas.
"Em Roma, em 1960, ele enfrentava problemas físicos e não conseguiu boas marcas. Ao deixar o estádio, ouviu aplausos e pensou que eram para algum outro atleta, mas ao ver que eram para ele, foi até o alambrado", diz o jornalista, que também foi amigo pessoal de Adhemar.
"Aos poucos, o estádio todo começou a aplaudi-lo. Adhemar então deu a volta, cumprimentando a todos. No dia seguinte, os jornais italianos deram destaque a essa 'volta olímpica'. Ele mesmo me disse que esse foi seu maior momento, a 'medalha' mais importante", conta Chammas.
"Porque ser ovacionado quando se está no pódio, após um feito, é compreensível. Mas após um fracasso, é um sinal enorme de reconhecimento. Não é para qualquer um", completa.
De fato o termo "especial" pode ser aplicado a Adhemar sem medo. Muitos inclusive creditam a ele a criação da primeira volta olímpica, em 1952, na Olimpíada de Helsinque.
Após conquistar o ouro – quebrando três recordes olímpicos nesse processo – Adhemar foi para perto do público que o aplaudia, circundando o estádio enquanto acenava, dando origem, segundo alguns relatos, para a expressão.
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Ele foi o primeiro a romper a marca dos 16 metros, considerada o ´limite humano' na época

Quatro anos depois, o atleta voltou a ser o melhor, nos Jogos de Melbourne. Demorou outros 48 anos para que o Brasil voltasse a ter bicampeões olímpicos, com os iatistas Robert Scheidt,Torben Grael e Marcelo Ferreira e os jogadores de vôlei Giovanni e Maurício, em Atenas 2004.
"Adhemar era um cara muito especial. Extremamente sério. Parte do seu sucesso, além de ter um corpo predisposto ao esporte, era se empenhar totalmente aos treinos", diz Chammas.
Adhemar Ferreira seguiu durante toda a carreira as orientações do exigente técnico alemão Dietrich Gerner, primeiro no São Paulo, depois no Vasco da Gama. As duas estrelas douradas presentes no distintivo do clube paulistano são pelos ouros olímpicos de seu ex-atleta.
"Ele se ressentia de que a torcida do São Paulo nem sabia quem ele era. Muitos achavam que as estrelas eram por causa dos Mundiais em Tóquio", afirma Chammas.
Aliás, sua lista de conquistas é extensa: foi dez vezes campeão brasileiro, pentacampeão sulamericano e tricampeão panamericano. Ao todo são mais de 40 troféus.
Chammas diz que o ex-atleta costumava lembrar das dificuldades de seu tempo, afirmando que, se tivesse disponíveis os recursos de preparação dos atletas atuais, seria praticamente "imbatível".
"Ele dizia que em sua época de atleta, não tinha essas coisas de suplementos alimentares, vitaminas, mas comia as refeições feitas por sua mãe, à base de arroz com chuchu", diz o jornalista.
Feitos
Fora das pistas, Adhemar atuou no filme Orfeu Negro, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960.
Passou três anos como adido cultural brasileiro na Nigéria, em meados da década de 1960.
Poliglota, era fluente em francês e inglês. Ainda como atleta, formou-se técnico em escultura e depois como professor de educação física. Posteriormente, conseguiu ainda os diplomas superiores de direito e relações públicas.
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Chammas diz que, além da ovação de 1960, Adhemar costumava lembrar de quando venceu o ouro em 1952, na Finlândia.

"Ele dizia que muita gente do público o chamava para cumprimentá-lo e, em particular uma menina pequena. Ao se aproximar, ela disse que sua família o acolheria, que ele podia morar na casa deles", relata.
Adhemar era poliglota
"Ao voltar ao Brasil, Adhemar soube que um jornal de São Paulo havia feito reportagens sobre sua falta de recursos financeiros e organizado uma coleta para comprar uma casa para ele", diz.
"Adhemar ficou com medo de que o COI (Comitê Olímpico Internacional) julgasse que ele havia deixado de ser amador e fez a mãe devolver a casa. Ela teria dito a ele: 'Não se preocupe, porque um dia você terá uma casa em cada local do mundo'."
"Pouco antes da olimpíada de 2000 em Sydney, Adhemar me disse ter recebido uma carta de uma senhora finlandesa que dizia ser ela a menina de Helsinque em 1952, que tinha visto uma reportagem sobre ele e suas condições financeiras. E que tinha em sua casa um quarto vago e ele poderia hospedar-se lá", conta.
"Ele ficou feliz de ver a profecia de sua mãe realizada", diz Alberto Chammas.
Desde 2012, Adhemar Ferreira da Silva, que morreu em 2001 aos 73 anos, tornou-se o único brasileiro a integrar o hall da fama da Federação Internacional do Atletismo (FIA).
 Fonte: BBC Brasil

Exposição celebra beleza de formas voluptuosas de mulheres africanas

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Pintor Augustin Kassi, da Costa do Marfim, escolheu mulheres 'grandes' como tema para suas obras.
Uma exposição em Abidjan, na Costa do Marfim, celebra as formas voluptuosas de mulheres africanas.
'Eu queria lutar por essas mulheres que foram criticadas e até feitas prisioneiras da ideia de que não eram bonitas', disse o pintor local Augustin Kassi.
Kassi tem um estilo inconfundível e é considerado um dos mais importantes artistas contemporâneos da Costa do Marfim.
'Decidi tomar uma posição e dizer: 'Não, você é linda - Deus a fez assim. Tome cuidado com a alimentação, faça um pouco de esporte, e nós te amamos'. Eu amo essas mulheres', disse Kassi à BBC.
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Axelle Osombo, uma das visitantes da exposição, disse: 'Eu acho original, porque estamos acostumados a ver pinturas de paisagens e mulheres magras e elas (as obras) mostram o valor das mulheres maiores. Eu gostei muito, especialmente porque sou grande e bela.'
Kassi diz que decidiu pintar mulheres 'grandes' após presenciar uma discussão em uma viagem de Abidjan a Bingerville em uma espécie de van, conhecida como 'gbaka'.
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Uma mulher grande entrou na gbaka e o cobrador pediu que ela pagasse por duas passagens, porque estava ocupando muito espaço, o que causou uma grande discussão.

O artista diz que a cultura tradicional da Costa do Marfim e de Gana valoriza as mulheres grandes. Durante três meses após o parto, as mulheres têm de ficar de resguardo. Depois disso, espera-se que pareçam saudáveis e bem alimentadas, sinal de que o marido cuidou bem delas.
'São bonitas e representam as verdadeiras mulheres africanas', disse outra visitante da exposição, Awa Toure. 'Na África, quando você tem um ou dois filhos, você toma novas formas e é isso que o pintor mostra em seu trabalho.'
A exposição de Kassi faz parte da Bienal Internacional de Arte Naif em Abidjan, que está em sua quarta edição e traz artistas de mais de dez países africanos.
A escola de arte naif vem ganhando espaço e se caracteriza pelo estilo propositadamente simples, com cores fortes e, frequentemente, uma perspectiva distorcida.
'Artistas naif costumam pintar animais, plantas e pessoas vivendo em harmonia. Eles são, de alguma forma, ecologistas, amam o que Deus criou e protegem a ordem criada', diz Kassi.
O festival de arte vai até o dia 20 de maio, com exposições em diversas galerias de Abidjan.
 Fonte: G1

Racismo não.

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Nesta semana me deparei com uma postagem muito racista em um blog. A mulher (Mírian Macedo, jornalista e católica) dizia que, de agora em diante, não aceitaria serviços de NENHUM profissional negro. Afinal, ela não teria como saber se era cotista ou não.
O conteúdo rolou na internet, através do Facebook e de outras redes sociais, e ela começou a receber muitos comentários contra o discurso racista dela. Qual seria a melhor saída, então? Apagar o post, claro. Ela fez isso, provavelmente a fim de não ser mais incomodada. Mas, para o azar dela, a tecla print existe e o conteúdo continuou circulando através uma imagem que mostra todo o racismo destas palavras.
Mirían Macedo percebeu que precisaria se defender de alguma maneira. Criou outras postagens dizendo que sua ama de leite foi negra, que era fã de artistas negros etc. Até que ela decidiu escrever um texto grande em que explica os seus pensamentos retrógrados. No post "Clareando as idéias" ela diz que escreveu aquilo sem prever tamanha dimensão, que acha que nem todos devem ir para a universidade, além de criticar políticas afirmativas como o ProUni e comparar o Brasil aos Estados Unidos. Para continuar acompanhando este post que eu escrevo, vale a pena ler o que ela escreveu no blog dela.
http://blogdemirianmacedo.blogspot.com.br/2012/05/clareando-as-ideias.html

postrecismoEu li aquilo e não me contive, senti a necessidade de respondê-la através um comentário. Antes de enviar o que eu havia escrito, salvei o texto no meu computador, suspeitando que ela não aceitaria publicar alguma ideia que fosse de encontro ao que ela "prega". E foi o que aconteceu. Para isso, publico aqui para vocês as palavras que eu escrevi a ela e que ela menosprezou. Talvez por perceber que eu tenho argumentos convincentes ou por eu ser negra e não merecer créditos. Não sei. Provavelmente não fui a única que foi "rejeitada" por ela, mas eu com certeza não vou ficar quieta diante de tamanha falta de respeito. Abaixo estão as minhas palavras.
Olá, Mirian. Acho o seu discurso muito bem construído, (parabéns pela retórica) mas não me convence. Diferente dos outros que você diz que leram apenas as suas oito linhas de racismo injustificável no outro post, fiz questão de encarar essas muitas linhas de visão fechada e retrógrada. O que mais me incomodou em tudo foi perceber a necessidade que você tem de provar que não é racista. (Não precisa tentar, a gente já sabe que é sim) Esta é a mesma necessidade que se vê em todo o Brasil. Já reparou? Todos querem mostrar que o país é igualitário, mas quem nunca sofreu preconceito pela cor da pele ou pela opção sexual não sabe que isso se trata de um mero discurso de inclusão, que segue os moldes da globalização que nunca atinge todos do globo.
Sou negra e me formo este ano pela PUC-Rio. Não entrei por cotas, mas entrei pelo ProUni. No meu primeiro período, uma professora repetiu o seu discurso: "Não vamos rebaixar a qualidade por causa de alunos de Enem". E não rebaixaram. E não precisaram. Os alunos "de Enem" se apresentaram muito mais interessados em se destacar na universidade e conquistar o espaço que nunca tiveram. Tiraram notas boas, algumas ótimas, melhores até do que muitos dos pagantes brancos e de boa educação que não precisariam de cotas ou bolsas para entrar. E aí eu te pergunto: devem estes profissionais serem julgados pela oportunidade que tiveram?
Já não basta a dificuldade de terem estudado em colégios péssimos nos quais os professores faltavam sem nenhuma piedade? Não basta o esforço que foi feito para pagar a passagem para chegar de casa até a faculdade? (Já vi amigos faltando aulas por falta de dinheiro para o transporte). Vale realmente a pessoa se formar com honra, mérito, esforço e coragem para depois de 4, 5 ou 6 anos ouvir que NÃO merece ser levada a sério? Isso é um absurdo.
Não sou coitadinha, nunca fui. E não quero mesmo ser uma aqui. Consegui tudo com ESFORÇO e AJUDA, meu, da minha família e de amigos que viam que eu merecia e precisava. Acho que para o preto/pobre/excluído, as coisas ficam mais fáceis quando ESFORÇO e AJUDA andam juntas. A cota, o ProUni e as políticas afirmativas funcionam como essa ajuda que outras pessoas não poderiam ter como eu, felizmente, tive.
Se o ProUni não existisse, eu estaria estudando na UFRJ, na UFF ou na Uerj, afinal fui aprovada no vestibular de todas, em 2008. Na Uerj, entraria por cotas sociais. Na PUC, entrei através do ProUni. Se fosse no ano que vem, entraria em todas por cotas raciais. Mas será que isso muda a minha capacidade intelectual? Pergunto a você. Eu tenho certeza que não.
O que vale ressaltar é que não se pode comparar EUA e Brasil. São realidades totalmente diferentes, a começar por um preconceito assumido que existe lá e ainda nas diferenças entre o sistema universitário brasileiro e o norte-americano. Enquanto aqui, milhares se esbofeteiam por poucas vagas nas faculdades públicas, lá as universidades mais conceituadas são as particulares.
Não prevejo futuro e não posso – nem você – dizer que as cotas raciais serão um sucesso ou um fiasco. No entanto, acredito que qualquer política de inclusão é válida, contanto que não seja eterna. Estamos muito acostumados a reclamar do bom só porque ele não é perfeito, mas em se tratando de Brasil o bom é ótimo.
PS: Não me subestime. Eu sou negra e também sei clarear as ideias.
Eu sei que às vezes pode parecer que o racismo não existe mais, principalmente para quem está longe e não sente o cheiro dessa merda. Mas quem está perto sabe o quanto é fedorento e incomoda muito. Vamos trocar o "Preto não" pelo "Racismo não" e tentar diminuir o cheiro forte desta bosta.