TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

'Só por ser negro, confundiram-me com ladrão', diz policial do ES Ele comprou 2 garrafas de vinho e foi revistado em supermercado. Estabelecimento não quis falar sobre o assunto.

“Só porque sou negro e ando às vezes de chinelo, confundiram-me com ladrão”, foi o que disse, chorando, o cabo da Polícia Militar e estudante de direito, Edson Rosa. Após comprar duas garrafas de vinho em um hipermercado na avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória, na noite desta terça-feira (18), os seguranças do estabelecimento ordenaram que o militar tirasse a roupa para ser revistado. Com o comprovante de pagamento dos produtos em mãos, Edson Rosa chamou a polícia e os envolvidos foram para o Departamento de Polícia Judiciária de capital do Espírito Santo. O Ok Hipermercado informou na manhã desta quarta-feira (19) que o fato não ocorreu e está buscando as imagens dentro da loja para comprovar e levar em juízo.
Edson é cabo da Polícia Militar há 21 anos, além de ser estudante de direito. Na folga do trabalho, de chinelo, bermuda e camiseta, ele entrou no hipermercado para comprar duas garrafas de vinho para passar a noite na casa da namorada, mas acabou no DPJ de Vitória.
Mandou eu tirar a roupa e me fez despir dentro do banheiro, uma coisa muito constrangedora"
Cabo da PM, Edson Rosa
As garrafas estavam dentro da sacola do supermercado, com nota fiscal do produto pago no valor de R$ 75, mas segundo o militar, a suspeita dos seguranças era de que ele teria furtado a mercadoria do estabelecimento.
De acordo com o cabo, depois de pagar pelas garrafas de vinho, ele foi ao banheiro. Os seguranças foram atrás, o abordaram e pediram que ele tirasse a roupa durante uma revista. “Perguntaram-me: o senhor pagou esse vinho? Eu disse que sim e que tinha a nota. Mandou eu tirar a roupa e me fez despir dentro do banheiro, uma coisa muito constrangedora. É uma situação difícil, eu queria morrer a passar por isso. Sempre trabalhei e estudei. É como se eu tivesse tomado uma punhalada nas costas”, detalhou Edson.
'Só por ser negro me confundiram com ladrão', diz policial do Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Ele acredita que passou por essa situação por ser negro e pela forma como estava vestido. “É o preconceito racial e social que cresce num país democrático de direito que a gente sofre diuturnamente”, desabafou o cabo.

A Associação de Cabos e Soldados informou que vai entrar na Justiça com pedido de punição para o supermercado e seguranças. “As pessoas têm que parar de julgar os outros pela aparência, têm que aprender um pouco mais a respeitar o ser humano, independente da cor da pele ou roupa que ele está usando. Se alguém chega lá de terno e gravata, é tratado de uma forma, se chega com camiseta e uma sandalinha, é tratado de outra. Acho que é o momento de refletir sobre isso, respeitar as pessoas independente da sua aparência, condição social ou cor da pele”, disse o presidente da associação Flávio Gava.
Do G1 ES, com informações da TV Gazeta

Site peruano publica falsa informação sobre racismo contra Tinga no clássico e irrita Cruzeiro

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Jogador celestes lamentaram a atitude do site 'Peru.com'

Por Danilo Cândido de Oliveira


O site peruano 'Peru.com' noticiou nesta segunda-feira que o volante Tinga, do Cruzeiro, foi novamente vítimas de insultos racistas e irritou o elenco celeste. De acordo com a publicação, a torcida atleticana xingou o jogador no clássico do último domingo, no estádio Independência.

Ele foi ofendido no Peru na última quarta-feira, pela torcida do Real Garcilaso, em Huncayo. Desta vez, o site apontou que o jogador novamente viu gestos e ouviu sons de macaco e o meia Ronaldinho Gaúcho teve que pedir para sua própria torcida parar.
Porém, na verdade, muitos torcedor do rival Atlético/MG mostraram apoio ao volante cruzeirense. Os jogadores do Galo também cumprimentaram o jogador. Os jogadores da Raposa criticaram a atitude do site.
"Eles querem tirar o foco do que aconteceu, mas nós sabemos que ontem teve a pressão normal que a torcida exerce, mas não aconteceu nenhum ato de racismo. A gente fica triste por saber que pessoas que trabalham com informações passam fatos que não aconteceram. É bom para saber que nem sempre o que passa na TV é verdade", afirmou o meia Everton Ribeiro.
"Isso é ridículo. Ontem tinha faixas de apoio ao Tinga, os jogadores também, o próprio Ronaldinho escreveu no twitter. Vários jogadores demonstrando apoio", completou o volante Nilton.

Fonte: FutNet

Racismo nas altas esferas, quem tem medo de um negro que sabe? Professor Kabengele Munanga quebra o silêncio acadêmico

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O Professor Kabengele Munanga foi preterido na seleção dos 59 estudiosos que foram beneficiados pela bolsa do programa "Professor Visitante Nacional Sênior " da Capes.
Kabengele havia aceito a sondagem da Professora Georgina Gonçalves dos Santos, para atuar na jovem Universidade do Recôncavo Bahiano -UFRB-, através de uma posssível bolsa de pesquisador visitante nacional sênior da CAPES. Kabengele foi preterido, foi desmeritado na alta esfera de decisão, na cúpula do poder que decide no Brasil, quem foi, é e será beneficiado por bolsas para aprender ou distribuir seus conhecimentos.
Segundo palavras do Professor José Jorge de Carvalho, Coordenador do INCTI, em seu documento em apoio à Kabengele para reivindicar a bolsa:
"Com toda sua clareza do intelectual militante e engajado e sua posição político-ideológica a respeito da inclusão dos negros e indígenas no ensino superior, docência e pesquisa, talvez Kabengele fosse o único estudioso negro ou um dos pouquíssimos pesquisadores negros a concorrer a essa bolsa. Por coincidência, esse único negro foi o menos qualificado, por comparação. Estranha e triste coincidência!"
Kabengele quebra o silêncio em uma área extremamente delicada que é área de financiamento da produção intelectual do conhecimento no Brasil. Poucos ou nenhum negro ou negra brasileira, pode se arriscar ou se arriscou na área acadêmica, à questionar o possível racismo que nós da Mamapress, consideramos estar entranhado no meio acadêmico brasileiro, racismo que se tornaria visível, diante de qualquer pesquisa séria feita por qualquer aprendiz de Ciências Sociais. O endocolonialismo ou sub-colonialismo interno consegue no Brasil ser mais branco e europeu do que os europeus desejaram na década de 30, e hoje, graças as deuses africanos, esqueceram e mudaram.
Ao contrário da falácia que o negro precisa estudar para ter o seu lugar na sociedade, nós da Mamapress afirmamos, quanto mais o negro souber, em qualquer área, mais ele será uma ameaça e mais ele será discriminado.
Tomamos a liberdade de publicar a Carta Aberta do Professor Kabengele Munanga:
CARTA ABERTA DO PROFESSOR KABENGELE MUNANGA
Permitam-me, primeiramente, quebrar meu silêncio, começando por desejar-lhes um feliz 2014, repleto de sucessos e realizações.
Agradeço a solidariedade e o pronto recurso feito por vocês junto à CAPES através da Reitoria da UFRB diante da omissão do meu nome entre os 59 estudiosos beneficiados pela bolsa do programa "Professor Visitante Nacional Sênior (cfr. Edital 28 de 2013)".

Geralmente, levo tempo para me manifestar em situações aparentemente urgentes como essa que acabamos de viver. Isto é uma das minhas características que, acredito, se não for uma qualidade, é um defeito incorrigível, pois faz parte da minha pequena natureza humana. Creio, agora, que já tive bastante tempo para refletir sobre o acontecido.
Relembrando como todo começou, estava eu na véspera da minha aposentadoria compulsória na USP que aconteceu em novembro de 2012, quando a colega e amiga Professora Georgina Gonçalves dos Santos, me sondou sobre a possibilidade de ser convidado da UFRB através da bolsa de pesquisador visitante nacional sênior da CAPES. Sem hesitação, aceitei imediatamente e desde então comecei a recusar outros convites que me foram dirigidos depois. Tinha e tenho a convicção de que poderia ser mais útil para uma nova universidade como UFRB do que para as universidades mais velhas que possuem um quadro de pesquisadores e docentes mais estruturado.
Elaborei então uma proposta do programa de atividades a serem desenvolvidas, de acordo com as instruções contidas no Edital 28 do PVNS, proposta esta que foi enriquecida e consolidada pelas sugestões dos colegas Osmundo Pinho e Georgina Gonçalves dos Santos e em última instância pela própria Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRB, a Professora Ana Cristina Firmino Soares.
Acreditávamos que essa proposta era exequível, de acordo com a demanda do CAHL da UFRB e da minha experiência acumulada durante 43 anos como pesquisador e docente. Uma experiência começada em 1969, na então Universidade Nacional do Zaire, onde fui o primeiro antropólogo formado, passando pela Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e pelo Museu real da África Central em Tervuren (Bruxelas), Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro (visitante), Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade de São Paulo (1980-2012), Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique (visitante) e Universidade de Montreal, Canadá, como Professor associado convidado para orientação de teses (2005-2010). Sem deixar de lado os cargos de direção na USP, como Diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (1983-1989), Vice-Diretor do Museu de Arte Contemporânea (2000-2004), Diretor do Centro de Estudos Africanos (2006-2010) e participação em diversos conselhos, como o Conselho Universitário da USP etc. Orientei dezenas de teses e dissertações, entre as quais algumas premiadas como a tese de José Luís Cabaço, que ganhou Prêmio da ANPOCS, e recentemente a tese de Pedro Jaime Coelho Jr., que ganhou prêmio de melhor tese em Ciências Humanas, destaque USP 2013.
Modéstia à parte, sem "me achar" e sem exibição, pensava que com toda essa experiência poderia servir para uma nova universidade em construção como a UFRB. Lamento que o sonho não deu certo!
Pelo parecer da Comissão Julgadora (Edital 28- 2013), nosso programa foi deferido e recomendado à bolsa com certo elogio, classificando-me na Categoria I dos pesquisadores do CNPQ. Foi, se entendi bem, na última instância que fomos preteridos, em comparação com os demais deferidos. Em outros termos, tenhamos a coragem de aceitá-lo, nosso programa e meu CV foram considerados inferiores para sermos incluídos entre os 59 bolsistas aprovados.
Por que então tantas lamentações, pois não somos os primeiros, nem os últimos a serem preteridos? Os recursos perpetrados junto à CAPES por outras universidades mostram que outros e outras colegas não contemplado/as pela bolsa não são menos qualificado/as que Kabengele. No entanto, vale a pena, apesar da consciência, divagar um pouco sobre os critérios de comparação, pois foi por ela que fomos eliminados. Pois bem, é possível comparar propostas diferentes sem antes estabelecer entre elas um denominador comum? Qual foi esse denominador? As regras do jogo de comparação não parecem claramente definidas; a subjetividade e a objetividade dos julgadores parecem se misturar. Claro, não há nenhum demérito aos colegas cujos projetos foram beneficiados pelas 59 bolsas atribuídas. Os especialistas da Física Quântica não têm dúvida sobre a subjetividade do observador pesquisador no momento em que ele começa a interpretar cientificamente os fenômenos da natureza por ele obsevados.
Na esteira do raciocínio do Professor José Jorge de Carvalho, Coordenador do INCTI, em seu documento em apoio a mim para reivindicar a bolsa, com toda sua clareza do intelectual militante e engajado e sua posição políico-ideológica a respeito da inclusão dos negros e indígenas no ensino superior, docência e pesquisa, talvez eu fosse o único estudioso negro ou um dos pouquíssimos pesquisadores negros a concorrer a essa bolsa. Por coincidência, esse único negro foi o menos qualificado, por comparação. Estranha e triste coincidência!
Minha consideração especulativa poderia ser enquadrada no chamado discurso da vitimização, o que pouco me importa, pois já estamos acostumados. No entanto, os que detêm o poder de nomear os outros, ou seja, de nos nomear, são os mesmos que nos julgam, pois fazem parte do binômio saber/poder muito bem caracterizada na visão foucaultiana (Ver Michel Foucault). Neste sentido, os argumentos aparentemente científicos escondem uma relação de poder e autoridade difícil de transformar. Por isso, eu nutri certo sentimento de pessimismo que me faz acreditar que o recurso da UFRB e o apoio dos colegas não surtirão efeito de reversão da decisão da CAPES, no sentido de dar outra bolsa além das 59 concedidas. Ou seja, o recurso da UFRB e o documento de apoio do Professor José Jorge de Carvalho, coordenador do INCTI, assinado por demais colegas têm menos probabilidade de ser atendida positivamente.
Por isso, sem esperar o fechamento esperado, sinto-me no momento na simples obrigação moral de agradecer o recurso da UFRB e o apoio de vários colegas encabeçado pelo amigo e companheiro de luta, o Professor José Jorge de Carvalho. Estarei sempre disposto a colaborar com a UFRB, através de convite para participar dos seminários, proferir conferência e palestras, participar de comissões julgadoras de mestrado etc., como já o venho fazendo.
Meu muito obrigado,
Kabengele Munanga
Histórico da situação explicada em carta de solidariedade do historiador Jacques Depelchin:
O Professor Kabengele Munanga FOI EXCLUÍDO de uma seleção para professor visitante da UFRB( Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).
Por que tanto medo do Professor Kabengele Munanga? Por que tanta raiva contra alguém que contribuiu tanto na partilha dos seus saberes? Para as pessoas pouco informadas, o Professor Kabengele Munanga se destacou na sua carreira acadêmica na USP.
Em fins de 2013 se aposentou e aceitou o convite para lecionar como Prof. Visitante Sênior na jovem universidade federal do Recôncavo da Bahia(UFRB) Baiano -UFRB. Para isso, se candidatou para uma bolsa da CAPES, Edital 28 de 2013, na Categoria de PVNS Apesar de um parecer favorável e elogioso recomendando a outorga da Bolsa pleiteada, a sua candidatura foi rejeitada, levando a um protesto de vários acadêmicos, incluindo professores da UFRB. Numa carta aberta, agradecendo este ato de solidariedade, o Professor Kabengele Munanga explica historiando o processo em que se deu o que lhe aconteceu .
Aqui, gostaria de levantar uma pergunta: alguém teria medo do Professor Kabengele Munanga e de onde viria? A necessidade de refletir sobre isso é urgente, não só para os Afro-Brasileiros, mas também para todos os Brasileiros que entendem e agem como membros duma só humanidade, pois o contexto global em que vivemos hoje, exige, com urgência, essa afirmação.
No seu livro Pele Negra, mascaras brancas, Frantz Fanon discute esta questão do medo (pp. 125-6, Edufba, Salvador 2008), focando sobre aspetos bem conhecidos pelos sobreviventes dos legados acumulados da escravidão atlântica e da colonização. Infelizmente, o próprio Fanon não entra na discussão sobre como ele superou o medo.
O medo dos adversários do Prof Kabengele Munanga é o produto, indireto, da serenidade e da franqueza com que ele tem abordado assuntos incomodantes da sociedade Brasileira, em volta das raízes do racismo, das sugestões sobre como solucionar as injustiças cumulativas herdadas dessas violências contra as partes discriminadas da humanidade.
Esse medo, quer da vitima, quer de quem tem medo da resistência das vitimas, nunca é de bom conselho. O medo dos gerentes dum sistema prisional tem uma explicação, mas, como é sobretudo visceral, a explicação a partir da razão não se aplica. Porque, como sempre aconteceu em outros casos históricos, os administradores do sistema não são preparados para enfrentar quem deveria se submeter à suas ordens, mas que, em vez, se levanta e argumenta a partir da sua consciência e com eloqüência e sabedoria uma saída honrosa para todos. Para os gerentes dum sistema injusto, as vitimas tem que se calar. Ir na contra mão dessa ordem informal é geralmente caracterizado de "impertinência" e, por isso, tem que ser punido.

Os administradores/gerentes dum legado histórico profundamente injusto tem dificuldades em parabenizar o Professor Kabengele Munanga decidir, no fim da sua careira, na pratica, dar uma lição de como corrigir as conseqüências, no nível do ensino superior, duma injustiça sistêmica contra as descendentes e os descendentes da escravidão.
Não é difícil imaginar o que se passa na mente dos adversários do Professor Kabengele Munanga. Na peça de teatro Et les chiens se taisaient, Aimé Césaire ilustrou como o rebelde escravo enfrentou o dono, no próprio quarto dele. O que aconteceu ao Professor Kabengele Munanga pode ser lido como a continuação do comportamento típico dos dominantes quando enfrentam um caso de rebeldia contra injustiça: o rebelde tem que ser punido, na medida do possível, duma maneira exemplar (leia severamente) para que outros rebeldes potenciais não sejam encorajados em imitá-lo. Historicamente, os exemplos individuais e coletivos abundam: Kimpa Vita, Zumbi, Geronimo, Abdias Nascimento, Toussaint-l'Ouverture, Cuba, Haiti, Patrice Lumumba, Amilcar Cabral, Salvador Allende, Cheikh Anta Diop, Nelson Mandela, Samora Machel, Thomas Sankara, Steve Biko, Chris Hani, Aristide, para não mencionar mais.
O Professor Kabengele Munanga, de origem Congolesa, nação de Kimpa Vita, Patrice Lumumba e outras e outros, na mente dos seus adversários, por definição, não tem direito à palavra, muito menos quando a sua fala/escrita acaba dando uma lição contundente de como superar legados históricos seculares, no Nordeste Brasileiro, para que qualquer Brasileir@ possa pensar, sonhar, e conseguir ser uma estrela, um craque intelectual.
Desde já, agradecemos a coragem do Professor Kabengele Munanga por ter continuado trilhando os caminhos das benzedeiras e dos benzedeiros sobre os quais o grande autor Ghaneense, Ayi Kwei Armah escreveu com tanta eloquencia no seu livro de ficção The Healers.

Em solidariedade,

Jacques Depelchin
Historiador
Salvador-Bahia

Fonte: Mamapress

West Ham dá suspensão perpétua a torcedor racista

West-Ham-Foto-DivulgacaoSite-Oficial LANIMA20121127 0014 26O diário inglês "Daily Mail" publica nesta terça-feira que o West Ham afastou dos estádios um de seus torcedores, que foram detidos ao executarem coros racistas à torcida do Tottenham no Estádio White Hart Lane, em Londres, durante a vitória dos Spurs por 3 a 1 no último domingo.
O presidente do West Ham, David Gold, emitiu nota se solidarizando com o clube rival e indicando que sua equipe luta contra qualquer tipo de racismo. Ele próprio é de origem judaica.
- A nossa política é de tolerância zero no confronto com este tipo de gente, e não permitiremos que uma minoria de nossos torcedores diminua a imagem de nosso clube. Sou orgulhoso de minha origem hebraica e quero demonstrar apoio ao Tottenham - foram as palavras do dirigente dos Hammers.
As ofensivas dos torcedores do West Ham, que fizeram alusão ao ditador nazista Aldof Hitler para provocar os torcedores do Tottenham, clube de origem judaica, irritou até mesmo o meia Benayoun. O jogador que defende o West Ham por empréstimo possui nacionalidade israelense.


Fonte: Terra 

Treinador da França pode ser demitido por escândalo de racismo

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Por: Pedro Taveira

Laurent Blanc estaria envolvido em suposto esquema para criação de um projeto para aplicar cotas raciais nas escolinhas de futebol

A crise sobre o suposto esquema para a criação de um projeto para aplicar cotas raciais nas escolinhas de futebol da França pode fazer sua próxima vítima ainda nesta quinta-feira. De acordo com a agência EFE, o técnico da seleção nacional, Laurent Blanc, corre sérios riscos de ser demitido.
Blanc se encontra no epicentro da crise por conta de declarações atribuídas e ele e reproduzidas pelo site Mediapart na última sexta-feira. O treinador falava em uma reunião sobre o peso crescente dos atletas com dupla nacionalidade e a necessidade de aumentar o número de jogadores mais técnicos frente aos físicos, geralmente de origem negra.
"Atualmente, os grandes e potentes são os negros. É assim. É um fato. Deus sabe que nos centros de formação, nas escolas de futebol, há muitos (negros). Creio que temos que buscar outros critérios, modificar nossa própria cultura", teria dito Blanc nesta reunião.
Então diretor da FFF (Federação Francesa de Futebol), François Blanquart abriu a possibilidade de limitar o número de atletas com dupla nacionalidade nos centros de formação. No sábado, um dia depois do escândalo vir à tona, Blanquart foi suspenso de suas funções por racismo.
Campeão do mundo com a seleção francesa em 1998, Patrick Vieira definiu como escandalosas e chocantes as frases publicadas pelo Mediapart. "Não acho que Blanc seja racista, mas estou surpreso com seus comentários", disse o atual meia do Manchester City ao jornal L'Equipe.
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Já o ex-jogador Lillian Thuram disse que o que Blanc falou não tem desculpas. Christophe Dugarry, por sua vez, afirmou que uma hipótese aceitável seria o pedido de demissão do treinador. Ambos também estiveram na vitoriosa campanha de 1998.
Em sua defesa, Blanc alega ser contra o estabelecimento de cotas raciais nas academias juvenis. "Este tal projeto não me foi revelado. É uma mentira," declarou ele em entrevista coletiva na última sexta. "Não se pode ter cotas no futebol. Não existe isso. O futebol é feito de diversidade".
Franceses contra demissão
Enquete promovida pelo L'Equipe nesta quinta-feira mostra que, apesar do escândalo racial, os franceses são contrários à saída de Laurent Blanc do cargo de técnico da seleção nacional. 80% dos participantes querem que o treinador permaneça, contra 17% que desejam que ele saia (3% responderam com "não sei").

Fonte: Esporte.iG

Ah, sei lá... Não faz pergunta difícil

tinga-perguntapor Silvana Mascagna


É de causar revolta o que fizeram com Tinga. Como pode uma torcida inteira discriminar um jogador por sua raça, cor de pele? Onde já se viu, em pleno 2014, nós sermos obrigados a assistir a espetáculo tão odioso?


Sou Tinga. Somos Tinga. Tamo junto, Tinga.

As manifestações de apoio ao jogador do Cruzeiro são comoventes, incluindo a da torcida do rival, que, no clássico do último domingo, estampou vários cartazes contra o racismo e uma faixa em que se lia: “No Galo, o preto e o branco sempre andaram juntos”. Que bonito!

Como é de encher os olhos de lágrimas ouvir Tinga dizer que trocaria todos os seus títulos pelo fim do preconceito e por igualdade.

É inaceitável que isso ainda aconteça. Vamos todos nos unir para impedir que outros jogadores não passem o mesmo que Tinga!

Sou Tinga. Somos Tinga. Tamo junto, Tinga.

E para o Tinga? Tudo!!!

Ah, como dormimos tranquilos e sonhamos que somos pessoas do bem, sem preconceitos e cheios de valores, quando manifestamos nosso apoio a um Tinga da vida! Como nos percebemos superiores àquele bando de infelizes imitando macaco, quando nos solidarizamos com Tinga! Como nos sentimos uma corrente pra frente quando postamos nosso repúdio à intolerância e curtimos outros repúdios à intolerância no Facebook, a vitrine maior da nossa cidadania!
E que feliz coincidência na semana que acontece um ato tão nojento contra Tinga, podermos nos solidarizar também com as manicures de Brasília e repudiar a cliente australiana racista!
Por que será então que não nos sentimos pequenos quando, no estádio, cheios de alegria, cantamos musiquinhas homofóbicas para Richarlysson? – “boi, boi, boi, boi da cara preta pega o Richarlyson que tem medo de boceta”.

Por que não sacamos como somos minúsculos quando chamamos o time adversário de bambi e os torcedores rivais de Marias, viadinhos e bichinhas?

Por que não nos manifestamos quando uma certa torcida paulista fez uma faixa em que estava escrito: “A homofobia veste verde”?

Por que o Tinga tem todo o nosso apoio e o Richarlysson, nenhum?

Por que o desabafo de Tinga é digno de comoção e o de Richarlysson, de chacota?

Por que achamos legítimo chamar a bandeirinha de piranha ou puta ou vagabunda?

Por que nossa homofobia extrapola o campo de futebol e, no nosso local de trabalho, nos damos
ao desfrute de fazer piadinhas homofóbicas, livremente, mesmo sabendo que o nosso colega, na mesa ao lado, é homossexual?

Por que vivemos condenando mulheres pelo jeito que se vestem, a ponto de acharmos “natural” elas serem vítimas de assédio ou estupro?

Por que sempre lançamos mão de termos como “mal-amada”, “malcomida” para uma mulher estressada e nunca para um homem na mesma condição?

Por que vias será que chegamos à conclusão de que preconceito contra negro é inaceitável, mas contra gay e mulher, não?

Ah, sei lá... Não faz pergunta difícil.


Fonte: O Tempo 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Futebol Americano: ''Sou formado. Sou afro-americano. E sou gay''

por Anabela Macedo
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Michael Sam, defesa de 24 anos, da Universidade do Missouri, e que deverá chegar à NFL, no próximo draft, em Maio, assumiu a sua homossexualidade, neste Domingo, em entrevista à ESPN e ao New York Times.
Sam foi considerado pela Associated Press (AP) como melhor defesa da temporada passada nos campeonatos universitários e torna-se, assim, no primeiro jogador de futebol americano a assumir-se como gay.
"Eu não tenho medo de dizer quem sou: Eu sou o Michael Sam. Sou formado. Sou afro-americano e sou gay", disse o jogador. Assim que entrar na NFL, ele será o primeiro jogador ativo da história da liga a ser declaradamente homossexual.
E, sem temores, adianta: "Eu quero ser um jogador de futebol na NFL. E só quero ir para a equipa que me escolher, a equipa que sabe que sou gay, mas também que trabalho muito. É essa a equipa que eu quero".
Michael Sam é um dos mais promissores jogadores de futebol americano e o seu lugar será, certamente, na NFL, liga que já se pronunciou, através do twitter: "Admiramos a coragem e honestidade de Michael Sam. O Michael é um jogador de futebol. Qualquer jogador com determinação e talento pode ter sucesso na Liga. Esperamos receber e apoiar o Michael Sam em 2014".

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Também no twitter, Michael Sam já agradeceu todo o apoio e dizestar "orgulhoso por poder contar a minha história ao mundo". O presidente norte-americano, Barack Obama, também reagiu na sua conta de twitter falando em "verdadeiro desportivismo".
Porém já outros jogadores antes assumiram as suas opções sexuais, depois de se aposentarem, como é o caso de Esera Tuaolo e também do cornerback Wade Davis.
E nos Estados Unidos, há ainda dois casos de atletas que fizeram tal anúncio ainda em actividade. Na NBA, o atleta do Washington Wizards, Jason Collins, que se assumiu a sua orientação sexual no fim da temporada 2012/2013. E na MLS, Robbie Rogers fez o mesmo anúncio. À época, o jogador havia se reformado, mas depois voltou atrás e actualmente joga pelo Los Angeles Galaxy.
Contudo, os especialistas colocam ainda o problema de saber em que medida esta revelação de Michael Sam lhe poderá condicionar o seu Draft. Pois muito dos clubes são propriedade de conservadores com ligações ao Tea Party.
*Com João Serra
Fonte: Modalidades

Alvo de racismo na Libertadores, Tinga critica: “trocaria um título pela igualdade entre raças”

O meio-campista do Cruzeiro foi alvo de insultos racistas na derrota para o Real Garcilaso. Presidente do rival critica o preconceito, via Twitter
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O Cruzeiro estreou na fase de grupo da Libertadores da América com derrota por 2 a 1 para o Real Garcilaso, do Peru. No entanto, o placar ficou em um segundo plano graças a uma postura lamentável e criminosa da torcida do time da casa, que direcionou insultos racistas ao meio-campista Tinga, da equipe brasileira. 


Em todas as vezes que o jogador tocava na bola, os torcedores presentes ecoavam barulhos imitando macacos. Após o jogo, Tinga falou sobre o lamentável acontecimento: “Fico muito chateado. Joguei quatro anos na Alemanha e nunca passei por isso. Agora acontece em um país parecido com o nosso, cheio de mistura. Trocaria um título pela igualdade entre raças e classes e respeito”, disse para a Rádio Globo, após a partida.

“Ficamos muito muito triste por ter preconceito em pleno 2014. Aconteceu comigo uma vez há muito tempo, em Caxias”, voltou a lembrar o camisa 7 do Cruzeiro após o jogo, em entrevista para a FoxSports.

Dentre algumas pessoas ligadas ao esporte que se manifestaram sobre o acontecimento, o presidente do Atlético –MG, Alexandre Kalil, foi um deles. O mandatário do maior rival da Raposa deixou bem claro em seu Twitter que também reprova o que aconteceu com Tinga.


Fonte: Goal