TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

sexta-feira, 27 de abril de 2012

COTAS 10 X 0 DEM (do Desmostenes)

Por Gledson Cruz.

Por 10 votos a zero, o STF (superior tribunal federal) decidiu que o sistema de cotas na UNB (Universidade de Brasília) é constitucional. Dos 11 ministros, 10 votaram a favor do sistema de cotas, o único ministro que não votou foi Antonio Dias Toffoli que se declarou impedido de votar, porque quando era advogado-geral da União posicionou-se a favor da reserva de vagas. Por isso, dos 11 ministros, somente dez participam do julgamento. Com isso, essa decisão do STF abrirá novos precedentes para que outros processos sobre o sistema de cotas sejam julgados baseados na decisão do supremo. 


O superior tribunal federal dá mais um passe adiante na luta pela reparação e retratação de todo o mal que o povo negro foi submetido ao longo de vários séculos na história vergonhosa da escravidão no Brasil. A decisão de ontem foi histórica não só pelo fato de considerar constitucional o sistema de cotas para negros nas universidades, mas sim, por considerar inconstitucional e racista o sistema de cotas para bracos nas mais variadas esfera da sociedade. A luta pela inclusão do negro é mais do que necessária para provar a quem duvida que os negros podem e devem ser parte relevante do rumo desse país. Os negros não podem continuar sendo marginalizados como foram no decorrer de grande parte da historia do Brasil. Portanto, as costas só são mais um pequeno passo para a longa caminhada de combate ao racismo e a discriminação do negro no Brasil. Abaixo a cota somente para brancos!

Fonte: abaixoracismo.blogspot.com

Luiz Carlos Azenha: STF derrota a tese da guerra civil


Eu defendo as cotas raciais. Acredito que devam ser resultado de ações afirmativas adotadas no âmbito de cada instituição como, aliás, tem sido o caso no Brasil.
Respeito todos aqueles que argumentam contra as cotas, mas algumas das "teses" defendidas por eles são claramente risíveis.
Uma delas é de que a implantação de cotas raciais no Brasil causaria uma guerra civil. Considerando o número de universidades que já adotaram as cotas, a essa altura a guerra civil já deveria ter estourado.
A ideia da explosão de uma guerra civil entre brancos e negros, por causa das cotas raciais, resulta da visão distorcida que alguns poucos intelectuais têm da convivência entre os "de baixo". Desconhecem os laços de solidariedade social e presumem, de forma um tanto elitista, que os brancos pobres não são capazes de reconhecer as injustiças históricas cometidas contra os negros.
É uma tese que desconhece, por conveniência, alguns fatos históricos, como o engajamento de centenas de milhares de brancos na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Lá, sim, houve uma guerra — e não foi de negros contra brancos, mas de uma coalizão de negros e brancos contra o racismo oficial, institucional.
No Brasil, o argumento falacioso da guerra civil foi brandido, por exemplo, pelo todo-poderoso da TV Globo, Ali Kamel, numa discussão interna com o repórter Rodrigo Vianna. Talvez, aproveitando a decisão histórica do STF que considera as cotas constitucionais, seja o caso do Rodrigo contar de novo o caso. Rodrigo, àquela altura, questionava a postura unilateral da Globo na cobertura do assunto.
A emissora fez campanha aberta e declarada contra as cotas, usando para isso o Jornal Nacional. Podemos dizer, sem medo de errar, que a emissora acabou mobilizando e aglutinando em torno de si os que se opunham às cotas, garantindo a eles visibilidade com o objetivo de convencer a opinião pública das teses gestadas no Jardim Botânico. Neste esforço se engajou o DEM, autor da ADIN que está em julgamento no STF. Sim, sim, é mais uma demonstração da sintonia entre a emissora e o partido de Demóstenes Torres. No que mais atuaram juntos? Nos bastidores do mensalão, por exemplo — como aliás, notou Marco Aurélio Mello?
A questão, portanto, vai muito além da implantação ou não das cotas raciais no Brasil, mas do uso de um bem público — o espectro eletromagnético — por uma empresa privada para promover suas teses junto à sociedade brasileira, de forma distorcida e unilateral.
Fonte: Viomundo

Santos acusa bolivianos de racismo contra Neymar

O atacante Neymar cai no gramado após ser atingido por uma frutaO Santos acusa a torcida do Bolívar de jogar bananas na direção de Neymar. O ato foi considerado manifestação racista pelo presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.

"Evidente que sim [foi racismo]", declarou o cartola. "Infelizmente, esse péssimo hábito, esse ato nojento, deve ter sido importado dos ranços mais conservadores e retrógrados da Europa." Bolívar e Santos se enfrentaram anteontem em La Paz no primeiro jogo das oitavas da Libertadores. Os bolivianos ganharam por 2 a 1. Em entrevista coletiva logo depois do jogo, o técnico Muricy Ramalho disse que Neymar havia sido atingido por pedras e bananas. Na versão do clube de La Paz, a fruta era outra: uma laranja.

Nos últimos anos, virou rotina o arremesso de bananas em atletas negros na Europa. "É um absurdo que, num país sul-americano, ainda mais como a Bolívia, cuja população é majoritariamente indígena, haja esse comportamento", disse Luis Alvaro. Procurado, o Bolívar negou que tenha havido racismo. "Na Bolívia, não temos muito desse tipo de racismo [contra negros]", disse Luis Montellano, porta-voz do clube. "Temos até três pessoas de cor no nosso time. A torcida não faria nada assim." No segundo tempo da partida, Neymar foi atingido no rosto por um objeto vindo da direção das arquibancadas.
Imagens do atacante santista caído mostram a seu lado uma fruta redonda. Na versão do Santos, porém, a banana foi arremessada em outra ocasião, não registrada pelas câmeras. "Infelizmente, em qualquer lugar do mundo, há gente que faz esse tipo de estupidez", disse o porta-voz do Bolívar sobre o arremesso de objetos ao campo. O time disse que investiga a origem deles.
"Quando encontrarmos a pessoa, ou o grupo de pessoas, que fez isso, será encaminhado à polícia e deve ser preso de acordo com a lei boliviana", disse o porta-voz. Nem mesmo Neymar sabe que objeto o atingiu, segundo afirmou a pessoa próxima. "Essa guerra precisa acabar", disse o atacante ao site Globoesporte.com ao chegar a Santos na manhã de ontem.
"Não é porque é Libertadores que as torcidas precisam continuar jogando coisas no gramado. Isso é muito perigoso. Tacaram coisas na minha boca, nos olhos."
A Conmebol disse esperar relatório oficial do árbitro para decidir se começa uma investigação sobre o assunto.

fonte:folha de são paulo

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Joaquim Barbosa também vota a favor de cotas em universidades; placar é de 5x0


O ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi o quinto a votar nesta quinta-feira (26) a favor das cotas raciais em universidades públicas. Ele se junta aos votos dos ministros Cármen Lúcia, Rosa Weber e Luiz Fux. Os quatro acompanharam a opinião do relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, que se disse ontem (25) a favor da constitucionalidade da medida.
Mais cedo, por volta das 15h20, o julgamento foi interrompido por dois minutos para a retirada de manifestantes do plenário. Joaquim Barbosa, o único ministro negro da Corte, votou brevemente, seguindo a posição do relator. "Meus pontos de vista sobre a matéria [a favor das cotas] são mais do que conhecidos. Já publiquei há onze anos uma obra sobre o tema", disse.

Acompanhe a votação no STF sobre as cotas.


Trechos da votação no STF sobre cotas raciais em universidades - 4 vídeos

Com voto de Cármen Lúcia, placar no STF é de 4x0 a favor das cotas


A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Carmen Lúcia também votou nesta quinta-feira (26) a favor das cotas raciais em universidades públicas. Ela se juntou aos votos dos ministros Rosa Weber e Luiz Fux . Os três acompanharam a opinião do relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, que se disse ontem (25) a favor da constitucionalidade da medida.
Após o voto de Cármen Lúcia, a sessão foi suspensa por meia hora. Mais cedo, por volta das 15h20, o julgamento foi interrompido por dois minutos para a retirada de manifestantes do plenário.

Votos dos ministros

Rosa Weber seguiu, "na íntegra", o voto de Lewandowski e usou a disparidade social brasileira para justificar sua opinião. "O fato é que a disparidade racial é flagrante na sociedade brasileira. A pobreza tem cor no Brasil: negra, mestiça, amarela", disse. "O sistema de cotas visa oportunizar aos negros, no caso a UnB, o acesso à universidade brasileira. Assim, as razões se inclinam para manutenção do sistema."
Luiz Fux, professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), instituição que adota política de cotas para negros, disse que recebeu uma carta de alunos da instituição defendendo as ações afirmativas. “Uma coisa é não fazer. Outra coisa é fazer. Uma coisa é vetar a discriminação. Outra coisa é implementar políticas que levam à integração política e social do afrodescendente, diante dessas ações afirmativas e dessa integração acadêmica”, afirmou Fux.

Ações

Uma das ações sobre as cotas raciais em universidades foi impetrada pelo DEM em setembro de 2009, pedindo a suspensão delas na UnB (Universidade de Brasília). Na ação, o partido afirma que esse tipo de reserva de vaga fere a dignidade da pessoa humana, o preconceito de cor e a discriminação e afeta o próprio combate ao racismo.
Na época, o próprio Lewandowski negou uma liminar para cancelar a adoção das cotas na universidade.
A ela, se junta o recurso de um estudante do Rio Grande do Sul que não teria sido aprovado para administração na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Segundo ele, outros candidatos com notas menores que as dele, beneficiados pelo sistema de cotas, ingressaram no curso.

Voto do relator

“Qualquer critério adotado colocará candidatos em vantagem e desvantagem, porém é preciso observar o ganho para a sociedade como um todo”, afirmou Lewandowski. "A política de reserva de vagas não é de nenhum modo estranha à Constituição."