TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Aprovado projeto que cria cotas para negros em concursos

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Proposta do líder do PCdoB Raul Carrion estabelece reserva de 15% das vagas para negros e índígenas
 Foi aprovado ontem por unanimidade o PL 06/2007, que estabelece cotas para negros e indígenas em concursos públicos realizados no Rio Grande do Sul. A lei, que deve ser sancionada pelo governador Tarso Genro nos próximos dias, atinge todos os concursos estaduais na administração pública direta e indireta de todos os poderes para provimento de cargos efetivos.
A aprovação ocorre após uma longa tramitação, a realização de duas audiências públicas, a última, em junho deste ano, contou com a participação da ministra da Secretaria Especial de Políticas Públicas da Igualdade Racial, Luiza Bairros. As comissões de Cidadania e Direitos Humanos e de Segurança e Serviços Públicos reuniram parlamentares, autoridades federais e estaduais, além de representantes da comunidade negra do Rio Grande do Sul.
Da audiência surgiram duas mudanças no projeto original, apresentado em 2007. Proposta da procuradora da Advocacia Geral da União, Indira Quaresma, o termo afrodescendente foi substituído por negro e pardo. O projeto também sugeria um percentual inferior ao aprovado em plenário. Por sugestão do relator da proposta, deputado Nelsinho Metalúrgico, o percentual de atingidos pela medida deve corresponder ao índice dessas populações medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico), que no momento está em 15%.
O senador Paulo Paim (PT/RS), autor do Estatuto de Igualdade Racial e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, destacou durante o debate sobre o projeto, as dificuldades enfrentadas pelos negros para que a legislação os contemple e lembrou os 20 anos transcorridos para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Ele lamentou que, embora o Supremo Tribunal Federal tenha rejeitado as ações interpostas contra as cotas raciais nas universidades, agora consideradas constitucionais, ainda não existe no país uma lei que as garantam. Ao defender que também no serviço público sejam oferecidas cotas aos negros, Paim lembrou ainda que, graças às cotas, há mais de um milhão de estudantes frequentando o ensino superior no Brasil.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas Públicas da Igualdade Racial, Luiza Bairros, destacou que o Brasil vive um momento extremamente favorável para esta discussão. Ela sublinhou que o país viveu nos últimos anos um processo importante de inclusão social e de mobilidade da população brasileira como um todo e isto efetivamente teve reflexos na população negra. Ela destacou que, em 2012, completa-se 10 anos de políticas de ação afirmativa que reforçaram o processo de inclusão que as políticas denominadas universais foram capazes de fomentar.
"Com toda a mudança que foi possível fazer na vida da população brasileira e, mais especificamente, na vida da população negra ao longo dos últimos anos, as desigualdades raciais não diminuíram", afirmou Luiza. Para ela, o impulso de desenvolvimento vivido pelo país não foi suficiente para fazer com que os diferenciais entre negros e brancos no país desaparecessem ou, ao menos, fossem minorados.
"Trata-se de proposta de adoção de políticas afirmativas, a partir do reconhecimento, por parte do governo brasileiro, de que a igualdade jurídica entre os indivíduos, assegurada constitucionalmente, mostrase, por si só, insuficiente para superar o quadro histórico de desigualdade racial no Brasil".
De Porto Alegre,
Isabela Soares

 Fonte: Vermelho 

MinC lança pacote para cultura afro


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Em meio às festas do Dia da Consciência Negra, o Ministério da Cultura (MinC) lançou ontem cinco editais, num total de R$ 10 milhões, voltados para o fomento da cultura afro-brasileira. Considerada a primeira ação afirmativa do MinC, o lote de editais compreende desde a produção de curtas-metragens até o financiamento de pesquisas acadêmicas e envolve a Funarte, a Biblioteca Nacional e a Secretaria de Audiovisual do ministério.

Ao lado da ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, deu detalhes dos editais e rebateu as críticas de setores culturais que consideram o edital preconceituoso:
- Acho que o preconceito é o negro não ter acesso. Não sei como as pessoas não percebem isso. Para mim, é muito claro. O preconceito é isso: você ter talento e não poder expressá-lo.
Um dos maiores editais é da Funarte, que vai criar o prêmio Grande Otelo. Com R$ 4,3 milhões, o prêmio vai contemplar 33 projetos de arte audiovisual. Já a Fundação Biblioteca Nacional vai comandar três editais, num total de R$ 4,5 milhões. Um dos editais prevê a produção de 25 livros de autores negros, com um financiamento de R$ 500 mil. Os outros tratam da criação de pontos de leitura em todas as capitais, com a contratação de agentes afrodescendentes para incentivar as comunidades jovens a ler, e do incentivo a linhas de pesquisa sobre a cultura negra.
- O Brasil tem uma dívida de 500 anos com a população negra. Um forte devedor, até por ter 200 anos, é a Biblioteca Nacional - disse o presidente da fundação, Galeno Amorim.
Já o edital de curtas-metragens pretende valorizar projetos de jovens negros, com idades entre 18 a 29 anos. Os projetos serão incentivados com R$ 100 mil.

Primeira contra-almirante do Brasil diz que mulheres têm visão diferenciada

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Para Dalva Mendes, maternidade possibilita compreensão maior da vida.
Oficial se formou na Marinha grávida e marchou de bata.

Por: Carolina Lauriano
 Na formatura da primeira turma do corpo auxiliar feminino de oficiais da Marinha do Brasil, em 1981, quatro mulheres se destacavam, entre as 202, por conta da roupa e da marcha. Bata no lugar do terninho e passadas mais suaves no lugar das pisadas fortes dos oficiais. Eram as grávidas do grupo, que desfilaram separadas da turma. Entre elas estava a médica Dalva Maria Carvalho Mendes, que se tornou a primeira mulher da história a ocupar um cargo de oficial general das Forças Armadas e recebeu a platina de contra-almirante na última segunda-feira (26).
"Eu engravidei no curso, então fiquei apavorada, porque fiquei achando que eu ia ser mandada embora e quando me formei estava eu lá, sou uma daquelas quatro meninas que estão com a batinha", contou ela, para quem a experiência da maternidade é o que diferencia homens e mulheres. "Essa é uma lembrança que nós nunca devemos esquecer: nós somos mulheres, não devemos ser iguais aos homens, graças a Deus somos diferente. A gente não deve renegar esse nosso potencial, só nós podemos ser mães, amamentar. É uma essência só nossa. Faz com que a gente fique muito mais compreensiva com a humanidade. Temos uma visão diferenciada", concluiu.
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Por trás do uniforme branco impecável e do coque de cabelo muito bem feito, uma carioca de fala doce, sorriso largo e que foi buscar o espiritismo para sossegar a inquietude sobre os mistérios da vida.
Contra-almirante é a primeira patente entre os oficiais generais - as demais são vice-almirante, almirante de esquadra e almirante, sendo que este último, o mais importante, só existe em época de guerra. Dalva Mendes foi promovida pela presidente Dilma Rousseff na sexta-feira (23) e passou a vigorar no domingo (25). Ela deixou o cargo de capitão-de-mar-e-guerra para assumir o terceiro posto mais importante da Marinha, que simboliza duas estrelas.

No dia do decreto, ela se juntou com os filhos e comemorou com queijos e vinhos. Essa semana a agenda ficou lotada, o telefone não parou de tocar e a caixa de email encheu. Desde segunda-feira, a contra-almirante, de 56 anos, recebe uma reverência maior por onde passa. "Afinal, é um cargo que pra se chegar é todo um caminho grande", lembra.
A partir de dezembro ela deixa a direção da Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória, na Tijuca, Zona Norte do Rio, para assumir um posto na Escola Superior de Guerra, na Urca, Zona Sul da cidade. "Agora vou pegar um pouquinho mais de trânsito", disse a contra-almirante, moradora da Tijuca.

Viúva há seis anos e mãe de dois filhos – o analista de sistemas Carlos Eduardo Carvalho Mendes, de 30 anos, e a 1º tenente da Marinha Luciana Carvalho Mendes, de 27 – Dalva Mendes cresceu querendo ser médica. A mãe queria que ela fosse professora. "Naquela ocasião, sendo uma das melhores da turma, você podia fazer o normal sem fazer concurso. Eu tive essa possibilidade, mas eu não quis. Eu falava 'mãe, se eu fizer o normal eu vou desvirtuar o que eu estou querendo fazer'", contou a médica anestesista.
A contra-almirante diz que não é vaidosa. Os brincos pequenos usados com a farda são os mesmos que ela escolhe no dia-a-dia fora do trabalho. Anel, apenas 'unzinho', que esqueceu em casa no dia da entrevista. Maquiagem, pouca coisa. "Batonzinho, blushzinho e pó", resumiu. É fã de Música Popular Brasileira. "Adoro Elis Regina, aliás, nós somos do mesmo dia de nascimento, 17 de março", explicou a oficial, lembrando que é do signo de Peixes. "Sensíveis, mas também determinadas", definiu.
Na literatura, cita os romances policiais de Agatha Christi e os livros espíritas do médico André Luiz. "Ele tem um enfoque que facilita para o meu olhar algumas questões. Até ajuda a gente a entender melhor e a ser menos rebelde. Porque a gente questiona muito e por isso que eu fui ser espírita, porque na verdade eu nasci católica apostólica romana. Fui batizada, crismada, fiz primeira comunhão. Mas depois aquilo não me era suficiente. Eu precisava entender um pouquinho porque que as crianças nasciam com problema, porque alguns nasciam virados para lua e outros não", explicou.


A oficial das Forças Armadas vai à academia pelo menos duas vezes por semana e, quando pode, vai ao clube e à praia nas horas vagas. "Mas o que gosto mesmo é ficar em casa com os meus filhos", confessou.

O posto de contra-almirante corresponde ao de general-de-brigada no Exército e ao de brigadeiro na Aeronáutica. Atualmente há 2.882 oficiais mulheres na Marinha, o que representa 33% do quadro total de oficiais, segundo informações da Marinha.
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Fonte: G1

RACISMO NO BRASIL: PR: PM afasta policiais suspeitos de racismo contra advogada


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O Comando da Polícia Militar (PM) do Paraná afastou das ruas, nesta quinta-feira, dois dos policiais envolvidos em uma ação no Bairro Alto, na capital, no sábado passado. Eles deixaram de realizar patrulhamento nas ruas e passaram a executar trabalhos administrativos. Os PMs foram acusados de abuso de autoridade, tortura e racismo por moradores. No sábado, após uma abordagem, eles teria invadido uma casa sem autorização e xingado uma advogada negra, além de supostamente agredir detidos que foram levados para um posto policial no centro.

A assessoria da PM paranaense não divulgou os nomes dos dois policiais afastados. A corregedoria instaurou um processo para investigar o caso e apurar as responsabilidades. A investigação pode durar até dois meses. Após a ação no Bairro Alto ter se tornado pública através de um vídeo divulgado na internet pela Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (AbraCrim), a PM informou, em nota, que os agentes foram hostilizados por cerca de 50 pessoas. No comunicado, a corporação disse que foram registradas agressões (um policial militar teria sido atingido por um soco) e desacato verbal.
A advogada Andréia Cândido Vitor, moradora do bairro onde tudo aconteceu, afirmou que foi agredida, chamada de "vadia" e "vagabunda" e teve sua profissão colocada em dúvida pelos policiais em virtude da cor da pele. Os PMs tentaram interceptar um motociclista que estava sem capacete, mas ele fugiu para dentro de uma residência. Sem mandado, os policiais invadiram a casa. Andréia alega que interpelou o tenente que comandava a operação e acabou sendo detida por desacato.
Andréia contou que, ao se identificar como advogada e informar que estaria acompanhando a operação, o tenente teria ligado uma câmera de vídeo e perguntado onde estavam os documentos. Ela disse ter informado que os documentos estavam em sua residência, próxima do local. Mesmo assim, disse ter citado o seu nome e o número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o tenente gravando. Após perguntar se o policial queria mais alguma identificação, a advogada disse ter recebido voz de prisão. "Você está presa sua advogada... você é advogada, é? Então você está presa, sua vadia", teria afirmado o policial militar.


Fonte: Terra

Deputado da extrema direita sueca renuncia após racismo

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Lars Isovaara, 53 anos, é alvo de uma queixa apresentada na quarta-feira por insultos racistas
Estocolmo - Um parlamentar da extrema direita sueca renunciou nesta quinta-feira, devido a declarações racistas, duas semanas depois de um escândalo semelhante que, aparentemente, não prejudicou a popularidade do partido.
Lars Isovaara, 53 anos, é alvo de uma queixa apresentada na quarta-feira por insultos racistas.
Em uma pesquisa divulgada em 22 de novembro, o partido de Isovaara, Democratas da Suécia, recebeu 12,3% das intenções de votos, um aumento de 6,6 pontos em comparação com as eleições legislativas de setembro de 2010. Isso faz dele a terceira força da Suécia.
Na noite de quarta-feira, Isovaara, bêbado e acompanhado por dois policiais que investigavam o furto de sua mochila, cuspiu e imitou o grunhido de um porco para o oficial de segurança que abriu a porta do Parlamento para eles, ofendendo-o por suas origens estrangeiras.
"Eu não quero lidar com pessoas como você", disse o deputado, segundo os policiais que apresentaram a queixa.

RACISMO NA MODA: Ausência de Fernando Cabral nos Fashion Awards cria polémica sobre racismo

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Por: Joana Gorjão Henriques
Fernando Cabral fez as campanhas da H&M, Benetton, desfilou Hugo Boss. Não chegou à lista de nomeados e gerou polémica: há racismo na moda em Portugal? Várias pessoas dizem abertamente que sim.
Tem 25 anos, foi o rosto de grandes campanhas internacionais como a H&M e a Benetton e desfilou para a Hugo Boss. É o único português na lista dos 50 melhores modelos masculinos da Models.com. Fernando Cabral não foi nomeado este ano para os Fashion Awards, prémios de moda organizados há três anos pela Fashion TV, entregues na terça-feira à noite em Lisboa.
A ausência levantou polémica sobre a existência de racismo na moda em Portugal - começou no Facebook, e passou para a crónica do músico Kalaf Angelo, dos Buraka Som Sistema, publicada esta semana na revista 2: "Será Portugal um país racista?", perguntava. "O Fernando é negro, condição de quase-invisibilidade nesta sociedade", escreveu, acusando a organização de "negligência". "Acredito que [Portugal] não será mais [racista] do que outros países", continuava. "Pelo que é alarmante que o tema raça/cor ainda dê azo a tantas más interpretações."
Paulo Ribeiro, presidente do júri e director do canal Fashion TV, que só vota em caso de empate, diz que não comenta o facto de Fernando Cabral não ter sido eleito pela comissão que "é soberana", mas refere que o processo é transparente.
A lista que chega ao júri (composto por 14 membros), cinco nomes em cada categoria para três serem escolhidos, é seleccionada por uma comissão de 45 pessoas de várias áreas da moda, cujos nomes não foram divulgados (as instituições a que pertencem, sim) - Paulo Ribeiro também não os revelou e até à hora do fecho desta edição o PÚBLICO não conseguiu apurar quem eram. Cada pessoa da comissão escolhe, livremente, três nomes. Cabral não apareceu nesta selecção e foi isso que indignou alguns e causou espanto a pessoas como a fundadora da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, também jurada. Abbondanza não acredita que se deva a racismo, mas "talvez" a "uma entropia nos processos, feitos com pessoas que não têm as qualificações certas" e provavelmente não conhecem Fernando Cabral, por ter estado tanto tempo fora a trabalhar.

VIOLÊNCIA RACIAL: Ministra Luiza Bairros participa de encontro que discute violência contra jovens negros


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Na abertura do encontro "Juventude Negra, Juventude Viva: Diálogos Governo e Sociedade Civil", entre os temas discutidos está o Plano Juventude Negra, que tem o objetivo de reduzir os homicídios que atingem jovens negros em todo o país.

RACISMO NO ESPORTE: West Ham dá suspensão perpétua a torcedor racista

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O diário inglês "Daily Mail" publica nesta terça-feira que o West Ham afastou dos estádios um de seus torcedores, que foram detidos ao executarem coros racistas à torcida do Tottenham no Estádio White Hart Lane, em Londres, durante a vitória dos Spurs por 3 a 1 no último domingo.
O presidente do West Ham, David Gold, emitiu nota se solidarizando com o clube rival e indicando que sua equipe luta contra qualquer tipo de racismo. Ele próprio é de origem judaica.
- A nossa política é de tolerância zero no confronto com este tipo de gente, e não permitiremos que uma minoria de nossos torcedores diminua a imagem de nosso clube. Sou orgulhoso de minha origem hebraica e quero demonstrar apoio ao Tottenham - foram as palavras do dirigente dos Hammers.
As ofensivas dos torcedores do West Ham, que fizeram alusão ao ditador nazista Aldof Hitler para provocar os torcedores do Tottenham, clube de origem judaica, irritou até mesmo o meia Benayoun. O jogador que defende o West Ham por empréstimo possui nacionalidade israelense.
 Fonte: Terra 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

RACISMO NA BAHIA: Homicídio de negros cresceu quase 300% em 8 anos na Bahia


A Bahia, estado com o maior número de afrodescendentes do país, ocupa a primeira posição no ranking de homicídios de negros de 2002 a 2010, segundo o Mapa da Violência 2012, divulgado nesta quinta-feira, 29, pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir). O crescimento no estado foi de quase 300%, à frente de Rondônia (211%) e da Paraíba (209%). Em todo o país, o aumento foi de 29,8%, enquanto o número de assassinatos de brancos teve diminuição de 25,5%.
O número total de negros assassinados na Bahia em 2010 foi de 5.069, 2.269 a mais do que em 2006, quando ocorreram 2.800 mortes. Os registros de 2006 também são maiores do que os de 2002 (1.282 óbitos), o que mostra um crescimento acelerado das estatísticas de violência envolvendo pessoas negras. A quantidade de brancos assassinados também cresceu ano a ano na Bahia, mas ainda assim fica bem distante da margem de negros mortos, nunca ultrapassando três dígitos. Em 2002, foram 137 assassinatos de pessoas brancas, e em 2006 e 2010, 187 e 361, respectivamente.
A evolução dos homicídios, considerando a cor das vítimas, demonstra o quanto o Brasil precisa avançar em políticas públicas que garantam igualdade de condições para todos, independente de cor, sobretudo no acesso às áreas consideradas prioritárias, com uma oferta de educação de qualidade, afirma a ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), Luiza Bairros.

O mapa não aponta um motivo único para o crescimento de mortes entre os afrodescendentes, mas indica um conjunto de fatores que contribuem para este aumento. O que fica evidente, ainda segundo a ministra, é que todas as condições da cultura da violência são potencializadas pela presença do racismo. "Essa expressão faz com que as pessoas naturalizem este número tão significativo. E essa naturalização é dada pelo tipo de desumanização que o racismo sugere em relação aos negros".
A socióloga e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra, Vilma Reis, acredita que a taxa elevada na Bahia tem ligação direta com a discriminação racial. "A policia também prende pessoas brancas envolvidas com a criminalidade, por exemplo, mas as pessoas negras não tem nem direito a ir a júri. Estabeleceram a pena de morte em um país onde não há previsão de morte em sua Constituição".
O tráfico de drogas, que gera a violência, não deve ser apontado como o único motivo ou o principal motivo para a elevação das estatísticas. Existem questões sociais relevantes por trás da venda e consumo de drogas, como a desigualdade de acesso à educação, bens de consumo e de outros direitos inerentes à dignidade dos cidadãos, o que acaba criando uma questão muito mais complexa, acredita a ministra Luiza Bairros.
"Por falta de explicações mais precisas, fazer essa associação direta de mortes de jovens negros e o consumo ou tráfico de droga, na verdade, é a explicação mais fácil que se encontra para justificar o problema. Dizer que a droga está envolvida em todos os casos, é uma simplificação. E a droga acabou virando uma espécie de bode expiatório", afirma Bairros.
A ministra da Igualdade Racial chama a atenção ainda para a inversão de culpa que esse tipo de conclusão suscita ao relacionar o alto número de mortalidade dos negros nas capitais brasileiras ao tráfico de drogas. Associar as mortes à comercialização ou consumo de drogas, na opinião dela, é culpabilizar a vítima de homicídio, no caso, os negros. "É como se fosse algo do tipo: 'Morreu porque adotou um comportamento de risco'", opina.
Nesse sentido, tratar o aumento dos homicídios entre os negros como uma questão de segurança pública não é, na visão da ministra, a melhor saída para diminuir os índices de violência. "De certa forma, prejudica o enfrentamento do problema quando se procura rever, através do aumento de policiais e da ampliação de recursos para a polícia, quando há outras dimensões envolvidas nessa questão", afirma.
Devido à complexidade do assunto, que envolve questões de segurança pública, educacionais e sociais, dentre outras, ou seja, um conjunto de fatores, enfrentar o problema do ponto de vista das políticas públicas parece ser o caminho mais indicado, acredita a ministra. "Não há duvida de que a escola deve ser tratada. É um quadro que se insere num cenário mais amplo. Hoje, temos 5 milhões de jovens que não trabalham e não estudam. É preciso investimento maior na dimensão cultural e de valores, para que os jovens possam acreditar mais na sociedade e nos seus talentos. É através disso você assegura que os jovens possam valorizar a vida".
O programa Juventude Vida, lançado neste mês, quando se comemora o Dia Mundial da Consciência Negra, é uma tentativa, segundo Bairros, de sanar o problema. "O programa faz uma tentativa de reunir vários tipos de ações e iniciativas visando criar possibilidades e oportunidades  para os jovens, com usinas culturais, criando espaço nos bairros onde a cultura juvenil possa se expressar, e possibilidades de profissionalização".

FONTE:ATARDE

RACISMO NO BRASIL: Homicídios de negros crescem e de brancos caem em 8 anos


Enquanto a taxa de homicídios de brancos no país caiu 24,8% de 2002 a 2010, a da população negra cresceu 5,6% no mesmo período. Em 2002, morriam assassinados, proporcionalmente, 65,4% mais negros do que brancos. Oito anos depois, foram vítimas de homicídio no Brasil 132,3% mais negros do que brancos.
Os dados fazem parte do Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil, divulgado nesta quinta-feira, 29, em Brasília, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir).
De acordo com o estudo, morreram assassinados no país 272.422 negros entre 2002 e 2010, com uma média anual de 30.269 mortes. Somente em 2010, foram 34.983 registros.
Para fazer o levantamento, foram considerados os dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde.

fonte:atarde

terça-feira, 27 de novembro de 2012

MUNDO: ONU adota primeira resolução contra mutilações genitais femininas

A Assembleia Geral da ONU adotou nesta segunda-feira (26) sua primeira resolução contra as mutilações genitais femininas, que atingem 140 milhões de mulheres no mundo.

Estas práticas, entre elas a excisão, são ilegais em cerca de 20 países africanos e na Europa, assim como nos Estados Unidos e no Canadá, mas ainda não tinham sido objeto de condenação nesse nível das Nações Unidas.

Mais de 110 países, incluindo meia centena dos Estados africanos, apoiaram o projeto de resolução, que solicita aos países membros que "completem as medidas punitivas com atividades de educação e informação".

"Não pouparemos esforços para alcançar nosso objetivo: pôr fim às mutilações genitais femininas ao longo de uma geração. Hoje este objetivo está mais próximo que nunca", declarou o embaixador italiano na ONU, Cesare Ragaglini, um dos principais defensores da iniciativa.

Ragaglini qualificou a resolução de "uma ferramenta muito poderosa" para vencer a hesitação dos países de proibir esta prática.

Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), as mutilações genitais femininas afetam entre 100 e 140 milhões de meninas e mulheres no mundo e esta prática se estendeu nos últimos anos aos países ocidentais por causa do aumento dos fluxos migratórios.

As mutilações genitais femininas incluem todas as intervenções, como a ablação ou lesões de órgãos genitais externos da mulher, praticadas por razões culturais ou religiosas

fonte:uol

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

PARABÉNS JOAQUIM BARBOSA! VOCÊ NOS HONRA VERDADEIRAMENTE!



Sua beleza desafia o equilíbrio do cosmos

Na convivência pacífica e harmônica 
De forças aparentemente irreconciliáveis 
Você é feroz e manso, homem e menino
Terra e ar
Água e fogo
Seu corpo abriga um guerreiro na memória
Indelével das lutas ancestrais e um poeta
Na arte da (re)escritura do nosso amor físico e imortal
Sua existência é um berro de esperança 
E uma resposta ao tempo
Homens negros massacrados, vendidos, violados, aviltados
Homens negros que lutaram e lutam contra 
Um estigma mais pesado do que a morte
Renascidos e celebrados por sua existência e seus passos
Cada partícula do seu ser honra sua ancestralidade
Cada poro do seu corpo amado celebra a 
Força de nossa raça

que hoje faz justiça.

JOAQUIM BARBOSA - O PRESIDENTE NEGRO DO STF


Presidente do STF Joaquim Barbosa!


A data de 22.11.2012 fica marcada como o dia que Joaquim Barbosa, ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, se tornou seu presidente. Joaquim é o primeiro negro brasileiro a ocupar tal posição. Não há como não se enxergar nisso uma verdadeira Nova Abolição, uma vez que a partir do exemplo do ministro, muitos afrodescendentes têm a exata noção de que "também podem". O que nos faz lembrar a trajetória vitoriosa de Barack Obama, presidente re-eleito dos Estados Unidos, e seu lema "Yes, we can". O ministro tem conseguido alavancar admiração e carinho de todo o país, em seus embates por seus ideais e pontos de vista. Aonde tem ido, há aglomeração, cumprimentos, emoção. Na verdade esse respeito e admiração são destinados ao Supremo Tribunal, como um todo, que passou a tratar de temas cada vez mais próximos da população, que pode assistir as sessões da corte, pelas transmissões diárias de televisão.

Joaquim será o chefe do colegiado guardião da Constituição Federal, que como se sabe é o papel de nossa Suprema Corte. Por seu histórico de vida, creio que a Corte ingressará num período intenso de trabalhos em marcha avançada à frente. Máscaras de Carnaval com o rosto de Joaquim já estão sendo produzidas para o próximo ano. Por onde vai, pessoas simples, brasileiros de todas condições sociais e todas ascores, se dedicam a um aceno, um afago, um cumprimento e até uma foto.
Com sua posse, nesta quinta, todos nos sentiremos um pouco, presidente do STF. Só um pouquinho, mas sentiremos.
Creio que a comparação com o êxtase causado pela primeira eleição do ex-presidente Lula, não é descabida, sem menosprezar a eleição da primeira mulher brasileira, a Presidente Dilma. Os olhos internacionais, a partir da América Latina, e também, de outros continentes, se voltam para esse país chamado Brasil, que confessa existir racismo em seu território, mas que vai ter agora, um presidente negro do STF, terceiro na linha de sucessão da Presidência da República, nas hipóteses constitucionais em que presidente da República, Vice-presidente, Presidente da Camara Federal, não puderem exercer suas funções, ocasião em que o Presidente do Supremo assume a Presidência da República.
Para o Movimento Negro, e negros em movimento, esse dia levou uma eternidade para chegar. Muitas vidas foram gastas para o enfrentamento ao racismo, no plano brasileiro pudesse ter esse momento.
Lembro Abdias Nascimento, falecido há poucos anos, e sua lição de que "o debate é a vitória", no tocante á questão do negro no Brasil, e os resquícios da Escravidão, que se prolongam até hoje. Abdias foi lembrado pelo Ministro Luiz Fux, também do STF, durante o Troféu Raça Negra 2012, em São Paulo, nesta semana, em cerimônia realizada pela Afrobrás e Universidade Zumbi dos Palmares, na Sala São Paulo. Fux fará a saudação a Barbosa.
É nesse espaço de bravos, onde se inserem Zumbi, Luiz Gama, Abdias Nascimento, Acayaba Montezuma que, se coloca, também, a figura de Joaquim Barbosa, como brasileiros ilustres, afrodescendentes, que com sua luta, suas idéias, suas forças, tornaram esse país um país melhor, na esperança de que um dia todos os brasileiros sejam realmente iguais, como afirmado na Constituição Federal vigente.
O período de dois anos que Joaquim Barbosa presidirá a Corte Suprema brasileira é na esperança de muitos, um período onde a verdade acima de tudo, será obsessão com simplicidade e transparência.
Quando a lei de História da África e Cultura afro-brasileira, conhecida como lei 10.639 (na verdade 11.645, alterações da LDB Lei de Diretriz e Base da Educação), for implementada em todos níveis de ensino, quais sejam, fundamental, médio, e universitário, o nome do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Federal, estará entre aqueles que trouxeram a figura do negro brasileiro, que até pouco tempo aparecia apenas nas páginas policiais dos grandes periódicos brasileiros, para as primeiras páginas dos mesmos, causando orgulho e admiração de toda a sociedade brasileira, por ali estar identificado um brasileiro, de Paracatu, Minas Gerais, digno, honrado, implacável nas regras de conduta e probidade, que mudou por assim, dizer a História do Brasil. É como vaticinou recentemente a Professora Nanci Valadares, inspiradora da Unipalmares: "daqui a 200 anos ainda vão falar da história e da vida de Joaquim Barbosa".
As crianças negras especialmente, mas, todas em geral, tem um espelho dos melhores valores de correção, honestidade, intransigência para com o errado e malfeito, que transborda para as futuras e presentes gerações, um país onde todos se sintam como brasileiros de primeira classe, e não apenas alguns.

É nesta emoção que vou me juntar aos milhares de brasileiros que comemoram e celebram a posse de Joaquim Barbosa, e fazer parte da torcida organizada de que tudo dê muito certo em sua gestão nos próximos dois anos à frente do Supremo Tribunal Federal.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

20 DE NOVEMBRO - Dia da Consciência Negra -


"A mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou outros tempos. Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Nós somos a mudança que procuramos."




Dia da Consciência Negra
20 de novembro


Foram filhos sem pais vendidos nas feiras
Casais separados sem saber a fronteira
Molambos nas peles de sacos as vestes
Chitão estampado somente nas festas 



E as negras belas cobiças do senhor
Usavam abusavam geravam bem mais
Os filhos negados ser escravo era sina
Sem saída a menina obedecia demais



Nas feiras vendidas olhavam-se os dentes
Garantia de saúde robustez dessa gente
Já vinham da África muitas vezes vendidos
Por tribos inimigas do país esquecido



A mulher do senhor mandava arrancar
A bela dentadura na brancura ao mostrar
Que agradava ao senhor em sorriso belo
Vingando o ciúme pela jovem vil prelo 



A luta foi imensa a liberdade chegou
Nos Palmares a morte Zumbi encontrou
Custaram a entender que na pigmentação
Há o mesmo coração sentimento emoção. 


Sonia Nogueira *songueira*

ABAIXO RACISMO E VIVA LIBERDADE! SOMOS TODOS IGUAIS, SÓ PRECISAMOS DESCOBRIR ISSO! DIA 20 DE NOVEMBRO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, MAIS UM DIA DE CONSCIÊNCIA DOS OUTROS 364 QUE TEMOS DURANTE TODO O ANO PARA LUTARMOS POR IGUALDADE.


20 DE NOVEMBRO DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA. SALVE ZUMBI E A TODOS QUE LUTAM POR IGUALDADE


Dia 20 de novembro é o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra


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O dia 20 de novembro no Brasil representa um importante momento da história para grande parte da população, que é representada por negros e pardos. A data lembra a morte do líder Zumbi dos Palmares, que lutou pela libertação dos negros escravizados durante o período colonial no País.
O Brasil tem aproximadamente 1.209 comunidades quilombolas em 143 áreas já tituladas, segundo levantamento da Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura. Elas estão em todos os estados, exceto no Acre, Roraima e Distrito Federal. As maiores populações de quilombolas estão na Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pará.
A adesão ao feriado ou instituição de ponto facultativo é decisão legal de cada estado ou município. Mais de 700 cidades já adotaram o feriado, quando é comemorado o Dia da Consciência Negra. Saiba quais cidades decretaram o feriado.
A data é considerada como uma ação afirmativa de promoção da igualdade racial e uma referência para a população afrodescendente dedicada à reflexão sobre as consequências do racismo e sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
Caso seja sancionado pela Presidência da República o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, será o primeiro feriado do País originário da mobilização do movimento negro e o nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).
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O dia 20 de novembro relembra a morte de Zumbi dos Palmares, que aconteceu em 1695. Zumbi foi um dos principais líderes do Quilombo do Palmares, em Alagoas, uma das áreas usadas pelos escravos quando fugiam do domínio dos senhores de engenho.
As primeiras referências à Palmares são de 1580, na região da Serra da Barriga, onde fica hoje o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Há estimativas de que o quilombo resistiu a mais de 100 anos.
O líder do Quilombo dos Palmares, no final do século XV, era Ganga Zumba, tio de Zumbi. Em 1678, o governador da Capitania de Pernambuco ofereceu um acordo de paz a Ganga Zumba, que aceitou, mas nem todos concordaram. Aconteceu, então, uma rebelião, liderada por Zumbi, que governou o grupo por 15 anos. Foram necessárias 18 expedições do governo português, liderados por bandeirantes, para erradicar Palmares.
Zumbi adotou uma estratégia de defesa baseada em táticas de guerrilha. Os bandeirantes descobriram, por meio de um delator, o esconderijo do líder. E em 20 de novembro de 1695, eles mataram Zumbi em uma emboscada. Sem outra liderança, Palmares sobreviveu até 1710, quando se desfez. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de Herois da Pátria.
Os quilombolas, nome dado atualmente aos descendentes dos moradores dos antigos quilombos, são reconhecidos e suas áreas são demarcadas. Assim, ajudam manter a tradição e a cultura negra.
Quilombolas
Os quilombolas são os descendentes dos habitantes dos quilombos. Em sua maioria, formada por escravos negros que fugiram do cativeiro na época da escravidão no Brasil. Eles escapavam dos engenhos de cana-de-açúcar ou fazendas de café e se refugiavam nos quilombos, locais de resistência e proteção.



Fonte: brasil.gov

Hoje na História, 20 de novembro - Dia nacional da Consciência Negra

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O Dia Nacional da Consciência Negra homenageia e resgata as raízes do povo afro-brasileiro e é comemorado no Brasil no dia 20 de novembro. Esta data foi restabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003, porque coincide com o dia 20 de novembro de 1695, dia da morte de Zumbi dos Palmares, grande líder da resistência negra e da luta pela liberdade, autor da célebre frase: "Nascer negro é conseqüência, ser negro é consciência".


Este dia é dedicado de modo especial à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre a influência do povo africano na formação cultural do nosso país. Desde o Brasil colônia até a atualidade a influência dos negros africanos foram muitas, sobretudo nos aspectos religiosos, políticos, sociais e gastronômicos. Ao longo da nossa história, as crenças, as danças, o vocabulário, a culinária, o folclore e tantas outras coisas, foram sendo incorporadas à nossa cultura.
Buscando valorizar a cultura afro-brasileira, comemoramos essa data nas escolas, entidades, espaços culturais e em outros locais. Há ainda entidades como o Movimento Negro (MN) que organiza eventos educativos, palestras e atividades culturais visando principalmente às crianças negras. De diversas formas, procura-se trabalhar a auto-estima e o senso de valorização pessoal, evitando o desenvolvimento do auto preconceito, que faz com muitos se sintam inferiores perante a sociedade. Outros temas ganham evidência e são levados a debate, como a inserção do negro no mercado de trabalho, a questão das cotas universitárias, o preconceito racial e a questão da diferenciação salarial.
Mas qual é a situação dos negros no Brasil atualmente? Ainda é possível ver os reflexos da história de desigualdade e exploração da população negra. A maioria dos negros no Brasil pertence à classe média baixa. Eles sofrem com o racismo e com freqüência são vítimas de humilhações de várias formas na sociedade.
Segundo pesquisas do IBGE (ano 2000) os afrodescendentes têm menos acesso à Previdência Social e conseqüentemente menor esperança de sobrevida no país, vivem em média 15 anos menos que os brancos. Em todo o país, a expectativa de vida dos negros de ambos os sexos é de 67,03 anos.
As famílias brancas têm a renumeração com o salário médio de 5,25/h e as famílias de negros 2,43/h, ou seja, os brancos ganham mais que o dobro do salário da família negra. Hoje o programa Bolsa Família é um dos principais responsáveis pela redução nas desigualdades sociais, sendo que 24% das famílias chefiadas por afrodescendentes (7,3 milhões) estão cadastradas no programa do governo federal.
Temos no país uma lei que obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Nas últimas décadas tivemos muitos avanços na área da educação, com o declínio do analfabetismo e aumento da escolarização e da escolaridade média, mas há muito que ser feito para alcançar níveis melhores de qualidade, eficiência e rendimento do ensino compatível com as necessidades atuais e futuras para o mercado de trabalho e o exercício da cidadania para a população jovem negra. No ensino fundamental, a escolaridade dos brancos é de 6,7 anos e dos negros é de 4,5 anos, ou seja, os negros saem da escola antes do tempo para ajudar a família na renda familiar. No ensino superior, nem as cotas raciais fizeram crescer de forma significativa o acesso de negros e pardos às universidades brasileiras.
Há ainda muito que se fazer para oferecer aos afro-brasileiros pleno acesso aos seus direitos humanos fundamentais, à liberdade de expressão e à igualdade racial. Para que ocorram significativas mudanças é necessário um esforço em conjunto das esferas federais, estaduais e municipais, assim como dos movimentos sociais e da sociedade civil como um todo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Kaiowá e Guarani denunciam Veja por racismo e exigem direito de resposta

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Alvos de reportagem da Revista Veja no último dia 4, indígenas Guarani e Kaiowá lançaram nesta quarta-feira, 14, uma carta pública exigindo o direito de resposta na publicação. Afirmam, também, que irão encaminhar denúncia de racismo e estímulo ao ódio ao Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul (MPF-MS). A carta foi coassinada por cerca de cinquenta organizações.
A matéria, assinada por Leonardo Coutinho e Kalleo Coura e publicada nas versões impressa e virtual da revista, foi considerada discriminatória pelos indígenas. Segundo a carta, a Veja "não perdeu 'a oportunidade de apresentar, mais uma vez, a imagem dos Guarani e Kaiowá como seres incapazes, como [se] nós indígenas não fossemos seres humanos pensantes. Fomos considerados como selvagens e truculentos'", afirmam.
Um abaixo-assinado exigindo direito de resposta será enviado ao MPF-MS.
Leia o documento na íntegra:
Revista Veja: direito de resposta aos Guarani-Kaiowá já
"A escrita, quando você escreve errado, também mata um povo". Assim afirmaram os professores Guarani-Kaiowá a respeito do que foi publicado na revista Veja, em 4 de novembro, sobre a luta de seu povo pelos seus territórios tradicionais.
Sob os títulos de "A ilusão de um paraíso" e "Visão medieval de antropólogos deixa índios na penúria" (nas versões impressa e virtual, respectivamente), a reportagem parte de uma visão: i) claramente parcial no que diz respeito à situação sociopolítica e territorial em Mato Grosso do Sul, pois afirma que os indígenas querem construir "uma grande nação guarani" na "zona mais produtiva do agronegócio em Mato Grosso do Sul"; ii) deliberadamente distorcida quanto à atuação política dos grupos indígenas supracitados e dos órgãos atuantes na região, desmoralizando os primeiros ao compará-los, ainda que indiretamente, a "massas de manobra" das organizações supostamente manipuladoras e com uma "percepção medieval do mundo"; iii) irresponsável e criminosa, por estimular medo, ódio e racismo, como se vê no seguinte trecho: "o resto do Brasil que reze para que os antropólogos não tenham planos de levar os caiovás (sic) para outros estados, pois em pouco tempo todo o território brasileiro poderia ser reclamado pelos tutores dos índios".
A reportagem, assinada pelos jornalistas Leonardo Coutinho e Kalleo Coura, não perdeu "a oportunidade de apresentar, mais uma vez, a imagem dos Guarani e Kaiowá como seres incapazes, como [se] nós indígenas não fossemos seres humanos pensantes. Fomos considerados como selvagens e truculentos", conforme escreveu o Conselho da Aty Guasu, a assembleia Guarani e Kaiowá, em nota pública lançada no último dia 5.
O documento repudia "a divulgação e posição racista e discriminante" do texto e reafirma a autonomia organizativa e política Guarani e Kaiowá na luta pela recuperação dos territórios. "A Luta pelas terras tradicionais é exclusivamente nossa. Nós somos protagonistas e autores da luta pelas terras indígenas. [E] nós envolvemos os agentes dos órgãos do Estado Brasileiro, os agentes das ONGs e todos os cidadãos (ãs) do Brasil e de outros países do Mundo", afirmou a Aty Guasu. Ali também denuncia o tratamento difamatório na reportagem, reiterada na nota da Comissão de Professores Guarani-Kaiowá ao indicar que, propagando o ódio contra os indígenas, "a matéria quer colocar um povo contra outro povo. Quer colocar os não-índios contra os indíos. Essa matéria não educa e desmotiva. Ao invés de dar vida, ela traz a morte".

LITERATURA: Wole Soyinka visita Salvador na semana da Consciência Negra


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Na Semana Nacional da Consciência Negra, Salvador receberá o escritor nigeriano, Wole Soyinka, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, em 1986. O escritor aceitou o convite do historiador Ubiratan Castro de Araújo para realizar na cidade o lançamento da obra "O Leão e a Jóia" (152 págs. Geração Editorial, tradução de William Lagos, R$24,90), primeiro livro de Soyinka lançado no Brasil. A edição brasileira tem prefácio de Ubiratan Castro, que dirige a Fundação Pedro Calmon/SecultBA. O encontro com o escritor e lançamento do livro, com sessão de autógrafos, acontecem na Academia de Letras da Bahia, no bairro de Nazaré, dia 19 de novembro de 2012, às 16h.
Primeiro africano negro a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, Wole Soyinka, nascido em Abeokuta, oeste da Nigéria, destacou-se na criação de obras para o teatro, mas também poemas, romances e ensaios. "O Leão e a Jóia" é uma peça teatral, escrita no final da década de 1950, e narra a disputa pelo amor de uma jovem, entre um velho líder de uma aldeia e um professor interessado na modernização dos hábitos, influenciado pela cultura ocidental.
Antes de desembarcar em Salvador, Wole Soyinka será homenageado na X Bienal do Livro do Ceará, que acontecerá até 18 de novembro de 2012, em Fortaleza. Para 2013, Soyinka está organizando um grande festival na Nigéria com o tema A Diáspora Portuguesa, e o Brasil terá destaque nas festividades, que reunirá todo tipo de arte, da literatura ao Carnaval. Mais informações no ww.fpc.ba.gov.br/novembronegro

Fonte: Correio Nagô