TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

quinta-feira, 19 de julho de 2012

'A guerra é uma realidade no Congo', diz fundadora de ONG

marie-450
Maman Nzoli afirma que a guerra impede que a situação das mulheres melhore no país
Por: Natália Guerra
 Cerca de 48 mulheres são estupradas a cada hora na República Democrática do Congo. De acordo com levantamento feito pelo American Journal of Public Health, por ano, são 400 mil mulheres vítimas de violência sexual no país africano.
Para lutar contra essa realidade, em 1983, a ativista Maman Marie Nzoli fundou a organização não governamental Corpermas.
Convidada pelo 1º Fórum Mulheres Reais que Inspiram, idealizado pela jornalista Ana Paula Padrão, Maman Marie Nzoli veio ao Brasil na semana passada. Em entrevista ao R7, a ativista falou sobre a situação das mulheres em seu país.
De acordo com a militante, desde que a Copermas foi criada, pouca coisa mudou.
— A ONG foi criada em 1983. De lá para cá, as coisas poderiam ter mudado, mas a guerra impediu que grandes mudanças acontecessem.
Para Maman Marie, há uma "multiplicidade de desastres" na República Democrática do Congo, que é um dos países com os menores valores de PIB nominal per capita, à frente apenas do Burundi. A situação é especialmente complicada para as mulheres.
congo-armas
— As mulheres não são respeitadas no Congo. Até hoje, algumas mulheres têm o clitóris cortado e os mamilos destruídos.

A ativista contou que uma vez que uma mulher sofre violência sexual, ela é discriminada em seu vilarejo.
— Por isso, nós [da Copermas] damos apoio psicológico, econômico e tentamos, também, alfabetizar essas mulheres.
A militante também alerta para o sistema judiciário falho em seu país.
— Mesmo que você denuncie um estuprador e ele seja preso, no dia seguinte, ele estará fora da prisão.
Maman Marie afirmou que, hoje, a ONG não consegue fazer seu trabalho como deveria. Por isso, ela tenta conscientizar o mundo para a guerra que está em curso no Congo.
— Pedimos aos jornalistas para que nos ajudem a divulgar isso tudo ao mundo inteiro. Convidamos as mulheres do Brasil a vir ao nosso país para ver os problemas que enfrenta a República Democrática do Congo. Os outros tratam a guerra como uma história, mas ela é uma realidade. A guerra existe na República Democrática do Congo. Se você pegar a estrada de Butembo até Goma, você será assassinada ou estuprada. A mulher não é respeitada no Congo.
 Fonte: R7

Nenhum comentário:

Postar um comentário