TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Justiça condena médica que fez ofensas racistas a pagar R$ 20 mil a funcionário da Gol. Isso é pouco, mas, vai servir de exemplo para que ela e outras pessoas que assim pensam e agem não discriminem ninguém pela cor da pele.

 Conforme publicamos no blog no dia 1º de Outubro de 2011 o caso da médica racista que agrediu um funcionário da empresa aérea em um aeroporto em Aracaju, o caso obteve mais um capitulo que considero importante. O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) condenou a médica Ana Flavia Pinto Silva a pagar indenização de R$ 20 mil a um funcionário da GOL. Ela foi condenada por danos morais, dois anos após ofender o trabalhador da companhia aérea ao tentar embarcar em um voo internacional.
A decisão do TJ-SE foi publicada no Diário da Justiça de Sergipe nesta sexta-feira (16) e refaz a sentença da 10ª Vara Civil, que havia condenado a médica a pagar R$ 8.000 mais 20% de honorários.  

















Segundo testemunhas, em 2009, ela chegou 10 minutos antes do voo, após o encerramento do check in. Por não conseguir embarcar, ela fez ofensas racistas e chamou o funcionário de “cachorro” e “morto de fome”, sendo filmada por um passageiro presente no aeroporto de Aracaju (SE).



Na nova sentença, os desembargadores alegam que as ofensas a Diego José Gonzaga dos Santos foram graves. “Que sirva de aviso à Recorrida [Ana Flavia] e à sociedade, como um todo, de que o nosso direito não tolera aquela conduta racista e danosa impunemente”, afirmou o relator do processo, desembargador Claúdio Dinart Deda Chagas.

O caso

Ana Flavia iria viajar em lua-de-mel para Buenos Aires (Argentina) na madrugada do dia 26 de outubro de 2009, mas chegou atrasada ao aeroporto. Segundo a ação, faltavam apenas 10 minutos para o avião decolar.



Enfurecida, a médica sentou-se na esteira que transporta as malas do check in para o avião para tentar impedir o atendimento a novos passageiros e começou a agredir verbalmente um funcionário da companhia aérea.



Toda confusão foi filmada pelo celular de um passageiro, e as imagens tiveram grande repercussão. No vídeo, Ana Flavia agride verbalmente o funcionário da companhia aérea chamando-o de “cachorro”, “nêgo (sic)” e “morto de fome” e ainda disse que ele não tinha dinheiro “nem para comprar feijão para comer”.  “Quem vai pagar minha passagem? Esse morto de fome, que não tem nem onde cair morto?”, disse, apontando para um funcionário da empresa.
Ao assistir aos atendentes da Gol continuarem a fazer os check ins de outros passageiros, Ana Flavia continuou a agredir os integrantes da companhia aérea. “É um povo, bando de analfabeto, morto de fome, que não tem dinheiro nem para comprar feijão pra comer”, gritou.

Ao ser retirada do local pelo marido, Ana Flavia ainda subiu no balcão de atendimento e jogou no chão o teclado do computador, que estava sendo usado por uma das atendentes da companhia aérea.

Outro lado

A reportagem do UOL Notícias entrou em contato com o escritório do advogado de Ana Flavia, Cristiano Pinheiro Barreto, durante esta sexta, mas ninguém atendeu as ligações. A reportagem também mandou um e-mail para o advogado para saber ser a cliente dele vai recorrer da decisão, mas até a publicação deste texto nenhuma resposta foi enviada.



Na época da primeira condenação, a médica emitiu uma nota lamentando o episódio e pedindo desculpas aos funcionários da companhia e a Diego José Gonzaga dos Santos. Ana Flavia diz que se viu envolvida em uma “situação vexatória com funcionários da empresa Gol”. “O episódio foi fruto de um somatório de circunstâncias as quais me afetaram emocionalmente, induzindo-me a uma situação de extremo estresse”, explicou destacando que teria casado no dia anterior e que compareceu ao guichê da companhia para o check in “depois de uma noite atribulada em razão do estresse, ansiedade e desgaste físico relacionados às fases antes, durante e pós núpcias, principalmente naquela noite, contribuindo para a diminuição da tolerância aos já conhecidos tratamentos precários dispensados aos usuários do transporte aéreo”.



Segundo a médica, ela perdeu o controle da situação depois de tentativas pacíficas de embarcar, sem sucesso, “e até mesmo humilhantes de obter acesso ao voo, já que o avião continuava na pista e outros passageiros ainda estavam no saguão.” 

Nenhum comentário:

Postar um comentário