TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ruim é o Racismo! - Movimento negro protesta em frente à escola acusada de racismo


Cerca de 50 pessoas representantes de ONGs e associações do movimento negro fizeram um protesto na tarde desta terça-feira em frente ao Colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin, bairro nobre da zona sul de São Paulo. O grupo apoiava a estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, de 19 anos, que denunciou a diretora da escola por racismo, e exigia a implantação da lei 10.639, que determina o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas.
Ester registrou um boletim de ocorrência afirmando que a diretora do colégio chamou sua atenção duas vezes e sugeriu que alisasse os cabelos crespos para manter a "boa aparência". Para o colégio não houve racismo e a diretora não teve intenção de causar qualquer constrangimento. A instituição tem normas em relação à vestimenta e pede que os funcionários usem uniformes e cabelos presos.

Racismo x padrão
ruim e o racismo 2
Para Douglas Belchior, coordenador da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), movimento organizador do protesto, existe uma cultura de "não se assumir o racismo" no Brasil. "Este colégio tem uma chance ímpar de servir de exemplo pro País inteiro", afirma.

Luka Franca, 26 anos, negra e militante da Uneafro, avalia que a escola está reafirmando o padrão branco de beleza ao exigir que as funcionárias prendam ou alisem os cabelos crespos. "Instituições de ensino de qualidade são onde deveria acontecer o debate democrático e onde está se formando a nossa sociedade. É muito grave que casos de racismo aconteçam nestes ambientes", aponta.
O tema do protesto era "Soltem os crespos, prendam os racistas". "O cabelo curto ou alisado não permite que a gente afirme a nossa origem africana", explica Vanderlei Victorino, do Circulo Palmariano, movimento que também estava na manifestação.
Afastamento
De acordo com o advogado de Ester, Cleyton Borges, a jovem está afastada do trabalho por problemas psicológicos. Na semana passada, a estagiária foi retirada de sua função original, que era atender os pais interessados em conhecer a escola, e passou a trabalhar na secretaria. Após sofrer assédio moral, deixou de frequentar o trabalho.
Segundo Clayton, a escola não procurou sua cliente para oferecer uma solução extra-judicial, como uma conciliação. O colégio, por sua vez, entende que não houve racismo e sim um "ruído na comunicação", e aguarda o resultado da investigação. A escola disse que colocou duas psicólogas à disposição de Ester e que também não teve retorno da estagiária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário