TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Anderson Silva é capa da Rolling Stone; Assista ao making of

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No making of das duas fotos de capa do mês de junho, Anderson Silva prova que não é bom apenas nos ringues. Ao som de Michael Jackson, o lutador mostra suas habilidades de dança. A revista estará nas bancas a partir de 14 de junho. Leia um trecho da matéria a seguir:
Anderson Silva está encurralado. O ataque vem de todos os lados, sem trégua ou piedade, por cima, por baixo, pelas costas. O detentor do cinturão dos pesos-médios da liga Ultimate Fighting Championship (UFC), invencível e mais famoso lutador de artes marciais mistas (MMA) da atualidade, está acuado, de joelhos, sentindo os golpes passarem a centímetros da cabeça calva. O ruído é repetitivo, seco. Em questão de segundos, o jogo vira. Anderson se levanta agilmente. Analisa os adversários tão rápido quanto contra-ataca. Utilizando os recursos que tem às mãos, dá cabo dos inimigos com precisão cirúrgica, mas também contando com os inexplicáveis golpes de sorte que tradicionalmente privilegiam os campeões natos. Sozinho, exultante, Anderson deixa a arena como o único soldado em pé. O uniforme está encharcado de suor. O sorriso de dentes brancos reflete a luz do sol incandescente do meio-dia. Espalhados pelo corpo, resíduos que poderiam ser confundidos com cicatrizes de batalha: tímidos respingos de tinta cor de violeta. Anderson Silva saiu vitorioso de mais um combate de sua vida – nesse caso, uma animada partida de paintball.
Assista ao making of da sessão de fotos com Anderson Silva.

Na arena escondida em uma área remota da zona sul de São Paulo, Anderson Silva lidera uma equipe formada por amigos e agregados em disputa contra a equipe do Globo Esporte, comandada pelo jornalista Tiago Leifert. A brincadeira resultará em uma reportagem a ser exibida no programa esportivo, mas também serve como desculpa para o sobrecarregado lutador desviar-se da rota extenuante de treinamentos, entrevistas e obrigações contratuais.
Assista ao making of da sessão de fotos com Anderson Silva.



 Naquele dia sem nuvens em abril, o peso do mundo aparentemente ainda não descansava sobre os ombros de Anderson Silva. A próxima aparição na arena octogonal do UFC ainda não tinha data definida (já tem – será em 7 de julho); e o local permanecia pendente (cogitava-se São Paulo ou Rio; será em Las Vegas). Apenas o adversário já era conhecido: o norte-americano Chael Sonnen, derrotado por Anderson de maneira espetacular em agosto de 2010.
As águas passaram. Sonnen foi pego no exame antidoping, levou suspensão das arenas e retornou, mais corrosivo do que nunca e energizado pela revanche. O brasileiro, por sua vez, subiu mais degraus rumo ao olimpo destinado a raros esportistas. Manteve o cinturão em duas ocasiões (em uma delas, enfrentou o japonês Yushin Okami diante de uma multidão no Rio de Janeiro. Em outra, venceu o rival Vítor Belfort com um cinematográfico pontapé no rosto). Foi contratado pela agência 9ine, controlada pelo empresário Marcus Buaiz e pelo ex-jogador Ronaldo Nazário e, em seguida, tornou-se atleta patrocinado do Sport Club Corinthians Paulista. Desde então, acumulou mais contratos do que qualquer personalidade nacional, emprestando o rosto bem desenhado e a atuação convincente para marcas multinacionais – lanchonete, fabricantes de eletrônicos, preservativo, material esportivo, cerveja, aparelho de barbear e motocicleta. Houve ainda tempo para lançar uma autobiografia (Anderson Spider Silva) e estrelar um documentário de longa-metragem (Como Água). Mais do que o atleta-personalidade, a marca-sorriso Anderson Silva é propriedade das mais valiosas no mercado. E ele mesmo tem consciência disso. Afinal, tem se esforçado para tanto.
Mas, naquele exato momento de êxtase pós-tiroteio, nenhum problema passa pela cabeça reluzente de Anderson Silva.
Horas antes de chegar à quadra de paintball, no carro lotado de amigos, ninguém parece mais ansioso para brincar de tiroteio do que ele. "Vocês não estão entendendo o que vai acontecer hoje", fala, se gabando do brinquedo que comprou para a ocasião, uma intimidante réplica de uma metralhadora automática. "Não é arma. É marcador", ele corrige, didático. Em ação na arena empoeirada, o soldado Silva se comporta com a seriedade de um combatente autêntico e com requintes de um jogador de Call of Duty, arremessando sinalizadores de fumaça e granadas de tinta, economizando munição, exibindo capacete, colete, máscara, cinto de acessórios e camiseta com as iniciais S.W.A.T. (o equipamento todo é dele próprio). Algumas horas ao lado de Anderson confirmam que ele leva tão a sério os hobbies de inspiração adolescente quanto a rotina dolorida dentro dos ringues.
Fonte: Terra

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