Torcedor do Flamengo e negro, o sambista Dudu Nobre não tem dúvidas de que a sociedade brasileira é racista, apesar do alto índice de miscigenação entre pessoas de cores diferentes. Em participação no"Redação SporTV", o músico disse acreditar que os episódios de preconceito vistos em gramados de futebol, como o sofrido por Tinga, do Cruzeiro, podem ajudar a chamar a atenção para o problema e incentivar o combate ao racismo.
- O Brasil é um país racista. Depois de mais de 100 anos da abolição da escravatura, você vê que agora é que se está se começando a falar sobre igualdade. Graças à música, eu consegui ascender socialmente. Mas tem lugares onde o único "pretinho" sou eu. O Brasil ainda tem muito a evoluir e acho que o que tem acontecido no esporte tem mostrado para toda a sociedade que está na hora de dar um basta - disse.
Três casos de racismo marcaram o futebol brasileiro neste início de 2014. Em jogo contra o Real Garcilaso, no Peru, o volante Tinga, do Cruzeiro, ouviu insultos vindos da torcida adversária, que imitavam barulho de macaco. O meia Arouca, do Santos, também foi chamado de 'macaco' em jogo contra o Mogi Mirim, pelo Paulistão. Já o árbitro Márcio Chagas da Silva, após um duelo entre Esportivo e Veranópolis, pelo Campeonato Gaúcho,encontrou bananas em seu carro.
Na visão de Nobre, o futebol sempre foi uma forma de defender a mistura de raças. O músico citou o exemplo da França, que tem o negro Lilian Thuram como o jogador que mais vestiu a camisa do país e conquistou seu primeiro título mundial, em 1998, com o talento de jogadores oriundos de várias partes do mundo.
- Essa seleção da França, de 1998, tinha gente do mundo inteiro. O próprio Zidane é filho de pais argelinos. A França é muito aberta a essa cultura e à luta contra o racismo. É uma coisa que é mundial.
Fonte: SporTV.com
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