TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MONTEIRO LOBATO ERA RACISTA. "País de mestiços, onde branco não tem força para organizar um Kux-Klan (sic) é país perdido para altos destinos" escreveu Lobato


Edição 165 - Maio 2011

MONTEIRO LOBATO E O RACISMO

Cartas inéditas reforçam que o autor do Sítio do Picapau Amarelo se entusiasmou com a eugenia - pretensa ciência que ajudou a embasar o nazismo e o holocausto.

O escritor Monteiro Lobato (1882-1948) era racista? Eis uma polêmica que vai e volta na vida cultural brasileira e recentemente foi reativada pelo Conselho Federal de Educação. No ano passado, o organismo emitiu um parecer classificando o livro As Caçadas de Pedrinho, de 1933, como racista. Na análise, eram citados trechos da obra em que a personagem Tia Nastácia, que é negra, era tratada de forma ofensiva: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão". O Conselho Federal de Educação endossou, na verdade, uma corrente acadêmica que já há algum tempo vê sinais de racismo no tratamento dispensado à personagem ao longo da obra infantil do escritor. Embora o Ministério da Educação tenha vetado o parecer, alguns estados, como Mato Grosso e Paraíba, chegaram a tirar o livro do currículo escolar.
A polêmica mudou de nível, indo para o terreno do factual, quando Arnaldo Bloch, colunista de O Globo, formulou a pergunta que precisava ser feita: mas, afinal, o que o próprio Lobato escreveu sobre o tema, para além das interpretações que se fazem de sua ficção? Em um texto para o jornal em que trabalha, Bloch alinhavou trechos de cartas do escritor. Em uma delas, aparecia a frase fortíssima que saiu na capa desta edição de BRAVO!: "País de mestiços, onde branco não tem força para organizar um Kux-Klan (sic) é país perdido para altos destinos", escreveu Lobato, citando a mais famosa organização racista da história norte-americana. Seguindo a trilha sugerida por Bloch, BRAVO! foi conferir a correspondência de Lobato. Foram garimpadas cerca de 20 cartas inéditas. E o seu conteúdo é estarrecedor.
É possível depreender algo sobre o teor de suas cartas ao examinar os seus três principais destinatários. Um deles é o escritor Godofredo Rangel - e o próprio Lobato havia publicado uma seleção da correspondência enviada a ele no livro A Barca de Gleyre, 1944. Os outros dois - fato incomum entre intelectuais - são cientistas. O paulista Renato Kehl (1889-1974) nasceu em Limeira e as cartas enviadas por Lobato a ele estão depositadas na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. O baiano Arthur Neiva (1880-1943) foi aluno do próprio Oswaldo Cruz e é um dos fundadores do Instituto Biológico de São Paulo, lugar onde está guardada parte da correspondência que ele manteve com Lobato - entre elas, a missiva citada acima, exaltando a Ku Klux Klan. Outro lote de cartas - a Kehl e a Neiva - foi garimpado nos arquivos da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Uma ideia unia Monteiro Lobato, Renato Kehl e Arthur Neiva. Os três eram adeptos de um conceito esdrúxulo chamado eugenia. A ideia, surgida na França na metade do século 19 e sistematizada pelo médico François Galton, era definida pelo próprio como "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer qualidades raciais das futuras gerações, física ou mentalmente" - e na prática representava, entre outras coisas, uma exaltação da superioridade da raça "branca" em relação às outras. Ou seja, racismo. Nas primeiras décadas do século 20, a eugenia ganhou status de ciência. Renato Kehl era um dos principais estudiosos do tema no Brasil. Redigiu uma vasta obra defendendo os princípios eugênicos. Foi por iniciativa dele que foi criada, em 1918, a Sociedade Eugênica de São Paulo. Em sua obra, ele defende princípios como a proibição de imigrantes que não fossem de raça branca e esterilização de pessoas que, em sua ótica, apresentassem "problema físicos ou mentais". Os princípios professados por Kehl são muito parecidos com aquilo que, na Europa, ficou conhecido como "eugenia negativa" - ou seja, proibição de que seres humanos considerados "inferiores" se reproduzissem. Como mostra o cineasta sueco Peter Cohen em seu filme Homo Sapiens, essa eugenia negativa está na base da ideologia racial que embasou o nazismo - e esse pensamento, levado ao extremo, culminaria no holocausto.
A correspondência de Monteiro Lobato mostra que, no fim dos anos 20, ele foi um entusiasta das ideias eugênicas e da obra de Renato Kehl. A primeira carta do escritor ao cientista data de 1918 e, nela, Lobato diz: "Lamento só agora travar conhecimento com um espírito tão brilhante como o seu". No mesmo ano, Lobato convidou Kehl para escrever o prefácio de seu livro O Problema Vital, uma coletânea de artigos do escritor publicados no jornal O Estado de S.Paulo. O entusiasmo de Lobato pela obra do cientista só aumentou na década seguinte, em que Kehl deu uma virada em seu pensamento ao abraçar radicalmente os princípios da eugenia negativa. Em 1921, Kehl publicou um artigo chamado A Esterilização sob o Ponto de Vista Eugênico, no qual defende a prática como "um auxiliar poderoso da redução dos degenerados". Para Lobato, em carta de 9 de outubro de 1929, Renato Kehl era "um D. Quixote científico (...) a pregar para uma legião de panças" (gíria que, nos anos 20, significava pessoas ignorantes). No mesmo ano, Monteiro Lobato viajou para os Estados Unidos e se entusiasmou com o país pelas razões erradas. Na terra de Abraham Lincoln, a eugenia havia ganhado status científico como em nenhum outro lugar, e Lobato lamenta que seria difícil publicar um livro de Renato Kehl no país por causa da concorrência. "Não pode haver país onde a eugenia esteja mais proclamada, estudada, praticada, 'livrada' (no sentido de publicada em livros) do que este", escreveu Lobato.
"EUgenia tão adiantada"
Nessa mesma carta, se lê um dos trechos mais chocantes dentro do conjunto de missivas ao qual BRAVO! teve acesso exclusivo. Lá, num trecho repleto de termos em inglês, Lobato descreve uma história abjeta como se fosse uma experiência positiva: "Nos Estados Unidos, a eugenia está tão adiantada que já começam a aparecer 'filhos eugênicos'. Uma senhora da alta sociedade meses atrás ocupou durante vários dias a front page [primeira página] dos jornais mexeriqueiros graças à audácia com que, rompendo contra todos os preceitos da ciência e sem se ligar legalmente a nenhum homem, escolheu um admirável tipo macho, fê-lo estudar sobre todos os aspectos e, achando-o fit [adequado] para o fim que tinha em vista, fez-se fecundar por ele. Disso resultou uma menina que está sendo criada numa farm [fazenda] especialmente adaptada para nursery [creche] eugênica. E lá vai ela conduzindo a sua experiência de ouvidos fechados a todas as censuras da bigotry [fanatismo]". Esse trecho impressiona porque mostra Lobato entusiasmado por uma prática adotada na Alemanha nazista. Por ideia de Heinrich Himmler, um dos asseclas delirantes de Hitler, implantou-se no país um programa conhecido como Lebensborn ("fonte da vida", em alemão arcaizado). Pelo programa, mulheres "arianas" solteiras eram incentivadas a engravidar de líderes "arianos" com o objetivo de expandir, nos dizeres de Himmler, uma "raça líder e pura".
No Brasil, as ideias eugênicas proliferaram principalmente em dois estados: Bahia e São Paulo. Se Kehl foi o líder da corrente em terras bandeirantes, o principal prócer da ideia na Bahia era Arthur Neiva. É interessante notar que a Faculdade de Medicina de Salvador era um centro de discussão de ideias eugenistas, como Jorge Amado bem retrata em seu livro Tenda dos Milagres. Criado nesse ambiente, Neiva era, no entanto, menos radical do que Kehl. Sua principal preocupação eram as ações sanitárias nas cidades brasileiras. Mesmo assim, fazia questão de definir a si próprio como "germânico", e não "mestiço", como a maior parte da população de seu estado.
Foi para Neiva que Lobato enviou alguns de seus mais impressionantes desabafos sobre a questão racial, entre as cartas inéditas garimpadas por BRAVO!. Ele tocou várias vezes, por exemplo, no tema da Ku Klux Klan, o grupo fundado logo após o fim da Guerra Civil Americana (1861-1865) no estado do Tennessee e que tinha como principal objetivo impedir a integração social dos negros recém-libertados - proibindo-os, por exemplo, de adquirir terras e também promovendo assassinatos traiçoeiros como uma forma de "higiene racial". Escreve Lobato a Neiva, em 1938: "Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva".
Três anos antes, em 1935, Lobato esteve na Bahia e escreveu uma carta ao cientista, que então morava em São Paulo. Lobato inicia o texto dizendo-se maravilhado com a terra de Neiva, com sua comida, arquitetura e igrejas - "Sua Bahia, dr. Neiva, positivamente enfeitiçou-me". No quarto parágrafo, no entanto, ele fala das pessoas do lugar: "Mas que feio material humano formiga entre tanta pedra velha! A massa popular é positivamente um resíduo, um detrito biológico. Já a elite que brota como flor desse esterco tem todas as finuras cortesãs das raças bem amadurecidas". O comentário comparando a população pobre da Bahia a "esterco" é francamente racista - assim como as observações que, numa carta relativamente conhecida enviada a Godofredo Rangel (leia acima), ele faz sobre os mestiços cariocas - mas também tem a ver com o preconceito que Lobato nutria em relação a habitantes de outros estados brasileiros que não fossem São Paulo. Aparecem em sua correspondência, por exemplo, referências desairosas a cariocas e mineiros.
Diante de tal conjunto de cartas, é inevitável perguntar: ao abraçar a causa da eugenia, Lobato não teria sido apenas um homem de seu tempo? A resposta é: em termos. É certo que tal ideia tinha status de ciência na época, era bem aceita em determinados círculos intelectuais, e o termo estava tão na moda que aparecia até na poesia (o fluminense Raul de Leoni escreveu um famoso soneto chamado Eugenia, em que o vate se dirige à musa com versos de péssimo gosto, como "tens legendas pagãs nas carnes claras"). A eugenia, no entanto, não era uma ideia majoritária, tanto que Lobato chamou Kehl de "Quixote". Um fato relevante a mostrar que havia muita gente consciente do absurdo da coisa foi o lançamento, em 1933, de Casa Grande e Senzala, o clássico de Gilberto Freyre - obra-prima que é resposta eloquente às bobagens defendidas por Kehl e pelo "baiano germânico" Neiva. Em sua prosa irresistível, Freyre mostra o óbvio. O que influencia as características dos povos, se é que isso existe, é a cultura, como pregava o antropólogo alemão Franz Boas, e não a raça. O livro apresenta, também, a mestiçagem que horrorizava os eugenistas como um valor positivo.
Cabe finalizar dando a medida justa e apresentando Lobato em toda a sua complexidade. O escritor é um dos mais talentosos de sua geração. Legou ao Brasil um bem inestimável: uma literatura infantil de altíssimo nível, que pode ser lida até hoje. As eventuais alusões racistas a personagens como a Tia Nastácia não tiram o prazer da leitura - talvez constituam até um bom tema de discussão em aula. No caso específico da Tia Nastácia, é possível fazer até a leitura contrária, dado que a personagem é sempre apresentada de forma bastante positiva ao longo da obra de Lobato. Que, como escritor, chegou a denunciar maus tratos contra negros em alguns de seus contos, caso de Os Negros, incluído no livro Negrinha (1923). Lobato também foi um polemista brilhante e extremamente atilado quando defendeu as ideias certas. Sua impaciência quanto a certo costume brasileiro de empurrar a solução dos problemas para depois é altamente louvável. É válida até hoje, assim como as críticas contra a falta de saneamento básico e a triste burocracia do país.
Tais qualidades tornam ainda mais espantoso o fato de Lobato - mesmo relativizando a época em que ele viveu - ter-se encantado com ideias tão estapafúrdias, como as defendidas por Arthur Neiva e Renato Kehl. Ele parou de falar no assunto quando o nazismo, embasado na eugenia, gerou os horrores do holocausto, mas nunca se retratou publicamente pelas ideias que defendeu durante pelo menos três décadas (dado que parte de sua correspondência continua inédita, existe a esperança de que ainda apareça uma carta com um mea-culpa). É tarde demais para condenar Lobato pelo crime intelectualmente imperdoável - e hoje inafiançável juridicamente - do racismo. Ler suas cartas com a distância dos anos proporciona uma reflexão: mesmo as mentes mais sólidas podem, em determinados momentos, sofrer um amolecimento radical.
Em várias de suas cartas, Monteiro Lobato se refere de forma elogiosa à entidade racista fundada no estado do Tennessee no fim da Guerra Civil Americana. A Ku Klux Klan tinha como objetivo evitar que os negros recém-libertos adquirissem direitos civis e ainda organizava assassinatos traiçoeiros como uma forma de "purificação racial"
"País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos destinos. (...) Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva"
(carta enviada a Arthur Neiva em 10 de abril de 1928)

Foi o nazista Heinrich Himmler quem instituiu na Alemanha as Lebensborn - "fazendas" onde mães solteiras de bebês supostamente arianos podiam criar seus filhos. Lobato teve conhecimento de prática semelhante nos EUA e se referiu a ela de forma elogiosa.
"Nos Estados Unidos, a eugenia está tão adiantada que já começam a aparecer 'filhos eugênicos'. Uma senhora da alta sociedade meses atrás ocupou durante vários dias a front page [primeira página] dos jornais mexeriqueiros graças à audácia com que, rompendo contra todos os preceitos da ciência e sem se ligar legalmente a nenhum homem, escolheu um admirável tipo macho, fê-lo estudar sobre todos os aspectos e, achando-o fit [adequado] para o fim que tinha em vista fez-se fecundar por ele. Disso resultou uma menina que está sendo criada numa farm [fazenda] especialmente adaptada para nursery [creche] eugênica."
(carta enviada a Renato Kehl em 8 de julho de 1929)
A eugenia pregava que a mestiçagem "enfraquecia" a raça. Tal ideia esteve em voga no Brasil nos anos 20 e 30, mas não era majoritária - tanto que Gilberto Freyre glorificou a mistura de raças em seu clássico "Casa Grande e Senzala". Monteiro Lobato, no entanto, jogava no time dos eugenistas - e fez comentários ofensivos ao povo mestiço da Bahia durante uma visita a Salvador."Mas que feio material humano formiga entre tanta pedra velha! A massa popular é positivamente um resíduo, um detrito biológico. Já a elite que brota como flor desse esterco tem todas as finuras cortesãs das raças bem amadurecidas."
(carta enviada a Arthur Neiva em 15 de dezembro de 1935)
Foi na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, que começou a amizade de Monteiro Lobato com o escritor mineiro Godofredo Rangel. Eles trocaram centenas de cartas durante várias décadas. Em muitas delas, Lobato faz observações sobre a mistura de raças no Rio de Janeiro.
"Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral - e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas - todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível - amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde."
(carta a Godofredo Rangel incluída na primeira edição do livro "A Barca de Gleyre", em 1944)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

RACISMO NO FUTEBOL. LAMENTÁVEL!


“Nenhum dos clubes tolera palavras de baixo calão, racismo, homofobia ou qualquer comportamento anti-social”, informou o time
No dérbi de Londres no último domingo, vencido por 2 a 1 pelo Tottenham, torcedores do Arsenal proferiram cantos contra o togolês Emannuel Adebayor, em referência ao ataque sofrido pela delegação de Togo na Copa das Nações Africanas de 2010. Segundo os ‘Spurs’, os seus fãs também foram retirados do estádio por causa de mau comportamento. Seguidores dos dois clubes serão banidos do White Hart Lane após os culpados serem identificados e devidamente condenados.
Nós ficamos muito decepcionados ao ouvir os cantos de nossos torcedores. Nenhum dos clubes tolera palavras de baixo calão, racismo, homofobia ou qualquer comportamento anti-social. Vamos trabalhar juntos para identificar os indivíduos envolvidos”, declararam os dois clubes em um comunicado conjunto.
O técnico do Tottenham, Harry Redknapp, não economizou nas críticas. Ex-jogador do Arsenal, Adebayor ganhou a antipatia da torcida quando marcou um gol com a camisa do Manchester City e comemorou de forma efusiva e considerada provocativa pelos “Gunners”.
“Houve coisas muito nojentas cantadas sobre mim, mas essa é a vida. Como você pode falar isso de alguém? Você não pode ter a mente saudável. Você precisa de ajuda. Emmanuel nunca disse nada para mim, mas acho que ele se arrepende do que aconteceu, mas, mesmo naquele momento, o que ele realmente fez?”, indagou.



MAIS UMA DO HOMOFÓBICO IMBECIL



O deputado Jair Bolsonaro (PP - RJ) afirmou nesta quinta-feira que vai propor um projeto de lei que garanta que a pessoa que necessitar de transfusão de sangue possa optar por receber apenas sangue doado por um heterossexual. Segundo o deputado, homossexuais correm risco de ter o vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis 17 vezes a mais que heterossexuais, e isso justificaria sua proposta. Ainda segundo Bolsonaro, esse é um dado do próprio Ministério da Saúde, que recentemente flexibilizou a doação de sangue para homossexuais. Até então, homossexuais eram proibidos de doar sangue. A partir do mês de junho último, o Ministério da Saúde lançou novas regras para a doação de sangue e garantiu que o homem homossexual possa doar sangue desde que tenha parceiro fixo ou que não tenha feito sexo nos últimos doze meses. 

O deputado Bolsonaro afirma que o sangue doado é "todo misturado" e que, portanto, o receptor deve saber se está recebendo sangue gay ou heterossexual. A proposta ainda não foi apresentada na Câmara.
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É lamentável mais uma vez nós termos que aturar os posicionamentos desse individuo racista-homofóbico, com declarações e polêmicas, desrespeitando os homossexuais,  os negros, sem o mínimo de responsabilidade nas suas atitudes. É importante lembrar que os homossexuais também contribuem (pagando seus impostos) para pagar o salário de um individuo que descaradamente e impunemente prega a homofobia. É o cumulo do absurdo, em pleno século XXI, alguém ter essa iniciativa de segregar o sangue de um homossexual e do heterossexual doado a pessoas que naturalmente estão precisando de sangue para viver, independe de sexo, etnia, religião. Esse racista-homofóbico custa aos cofres públicos nada mais nada menos que  R$ 12,8 mi Reais de salário,  recebem também verba de gabinete de R$ 50,8 mil mensais, verbas indenizatórias de R$ 15 mil (para hospedagem, combustível e consultorias) e mais R$ 3 mil de auxílio-moradia. É um canalha que naturalmente tem a conivência de seus pares da câmara que faz parte. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

REPRODUÇÃO RACISTA DO JORNAL TRIBUNA DA BAHIA

ATÉ EM CHINÊS
Um negro, nos Estados Unidos, vai a uma agencia de emprego.
- Procura trabalho? - pergunta-lhe o funcionário.
- Sim - Responde o negro.
- Sabe ler?
- Sei
- Sabe ler em Chinês?
- Sei.
- Muito bem, leia aquilo.
- Aponta-lhe um letreiro na parede, em chinês.
- O negro lê sem dificuldade.
- Então? diz o funcionário - O que está escrito lá?
- Não há trabalho para negros.
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RACISMO PURO
- Nos Estados  Unidos, um conservador pergunta ao amigo
- Sabe como se salva um negro de morrer afogado?
- Não.
- Ainda bem. Parabéns
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Gostaria de manifestar toda minha indignação e repúdio ao jornal TRIBUNA DA BAHIA pela publicação de uma matéria no quadro chamado BOLA QUADRADA, composto somente de piadas, publicado no dia 29/09/2011, quinta feira. É extremamente lamentável que um jornal tradicional e de grande circulação na cidade de Salvador tenha a iniciativa de publicar piadas com teor racista e totalmente descabidas, principalmente se tratando de um meio de comunicação que deveria ter a função de informar as pessoas, e não de reproduzir ideologias desumanas, como o racismo. O que infelizmente me faz pensar que esse seja o posicionamento do jornal, já que, se houve a iniciativa de reproduzir a informação no jornal como composição de um quadro, talvez também seja uma forma de concordar com o fato. Pois se tratando de um tema tão sério como o racismo, jamais o jornal poderia reproduzir uma piada dessa, com total naturalidade, já que isso ofende grande parte da população baiana e brasileira composta de um grande contingente de negros e demonstrando um total desrespeito aos nossos ancestrais, que tiveram fundamental importância na construção da cidade e da cultura baianaO JORNAL TRIBUNA DA BAHIA ao publicar essa matéria, está contribuindo para a propagação do racismo e estimulando as pessoas a agirem de forma preconceituosa para com o próximo negro. Não podemos permitir essas manifestações racistas e intolerantes, seja de quem for, venha de onde vier, o combate é e tem que ser constante. Lamentável JORNAL TRIBUNA DA BAHIA.

Rick Perry se envolve em polêmica racista nos EUA

Pré-candidato republicano à presidência possui uma propriedade rural cujo antigo nome é Cabeça de Negro: local que era reduto de linchamento de negros.

Segunda, 03 de Outubro de 2011
WASHINGTON No inicio de sua carreira política, Rick Perry hospedou amigos legisladores no campo de caça de sua família, um lugar conhecido pelo nome pintado em letras maiúsculas sobre uma pedra: Cabeça de Negro.

Antigos pastores já chamavam a região por esse nome, comumente atribuído a diversas montanhas pelo país, muito antes de Perry e seu pai, Ray, começarem a caçar no início dos anos 80. Com o passar dos anos, grupos de direitos humanos e agências governamentais conseguiram mudar alguns nomes com ofensas raciais que apareciam nos mapas nacionais.

Mas o nome desta área não mudou até Rick Perry se tornar governador do Texas. Alguns moradores ainda chamam o local assim. Para Perry, o nome é "ofensivo e não tem lugar no mundo moderno".

Ainda não está claro como ele lidava com isso antes, quando usava a propriedade. O fato adiciona uma polêmica para a biografia de Perry, que está no topo da lista de pré-candidatos republicanos à presidência.

Sobre a propriedade, Perry disse que seu pai a arrendou em 1983. O lugar era simples e isolado, situado em um rancho de 42 mil acres e com várias partes arrendadas. "Minha mãe e meu pai pintaram a pedra em 1983 ou 1984. Isso aconteceu após eu visitar a propriedade e ter visto a palavra ofensiva. Eu mencionei o fato, e eles cobriram com tinta. Desde então, eu nunca mais vi a pedra sem estar pintada."

A versão de Perry difere em muitos aspectos do que é contado por moradores locais, que lembram ter visto a pedra com o nome em vários momentos durante os anos em que Perry era associado à propriedade. Alguns dos que assistiram à ascensão política de Perry recordam sua reação ao nome na pedra e sua preocupação de que isso pudesse se tornar uma pesada carga em termos políticos.

Perry fala muito sobre como sua formação naquela comunidade rural influenciou seu conservadorismo. Entretanto, ele raramente, ou nunca, discutiu como foi crescer numa área de segregação, onde negros eram uma pequena fração da população.

O condado de Throckmorton, onde o campo de caça está localizado, foi considerado por muitos anos uma zona de proibição para negros em razão de histórias de linchamento. Em 1950, o Censo listou apenas um negro residente no condado, numa população de 3.600 pessoas. Em 2010, o Censo indicou que apenas 11 negros moravam no local.

Sobre o nome da propriedade, Perry disse que os gestores do rancho solicitaram a mudança para órgãos federais. Mas não foram encontrados registros do pedido nos arquivos do Conselho Americano de Nomes Geográficos.

Um morador que visitou o rancho nas temporadas de caça lembra da pedra com o nome visível. Ele disse que ela foi pintada anos depois, o que causou risos entre amigos. "Rimos pelo fato do Rick estar apagando seus rastros", lembra.

Perry estima ter caçado na propriedade 12 vezes entre 1983 e 2006. Quando ele despontou na política do Texas, o rancho foi reformado e uma nova placa foi colocada na entrada, onde se lê "Campo do Perry". A pedra permanece no portão, o antigo nome apagado com uma fina camada de tinta

domingo, 2 de outubro de 2011

RACISMO NA BIENAL DO LIVRO


Niteroienses são vítimas de racismo na Bienal do Livro


Oito estudantes do Colégio Estadual Guilherme Briggs foram vítimas de racismo durante a visita da escola à Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. O registro da ocorrência foi feito na 77ª Delegacia de Polícia de Niterói pela diretora Alcinéia Souza Rodrigues e acompanhado pelo vereador Leonardo Giordano. 

De acordo com as testemunhas, na tarde de segunda-feira (06/09) os estudantes teriam sido ofendidos por um funcionário da Editora Abril. O acusado teria negado uma senha para ver o ator Rodrigo Faro no stand da editora com a justificativa de que não gostava de mulheres negras.

sábado, 1 de outubro de 2011

MEDICA RACISTA EM AEROPORTO




ARACAJU - A Polícia Civil de Sergipe investiga uma médica acusada de ter ofendido com palavras racistas um funcionário da empresa aérea Gol, no Aeroporto Santa Maria, em Aracaju. Em um vídeo feito por celular e divulgado pela internet, Ana Flávia Pinto Silva aparece chamando Diego José Gonzaga de 'nego', 'morto de fome' e 'analfabeto', além de humilhar outros funcionários da companhia aérea por ter chegado atrasada para o check-in de um voo para a Argentina, onde passaria lua-de-mel. (TV Sergipe: Veja imagens da confusão provocada pela médica no aeroporto de Aracaju )
O caso aconteceu no saguão do aeroporto, na semana passada, e provocou revolta em movimentos negros de Sergipe. Segundo a delegada Georlize Teles, Delegacia de Grupos Vulneráveis, que investiga o caso, o voo para a Argentina estaria programado para sair por volta das 5h e a passageira teria chegado ao balcão para fazer o check-in por volta das 4h30m.
- O tempo não era suficiente para ela embarcar, pois o check-in de voos internacionais é feito aproximadamente duas horas antes do embarque - ressalta a delegada.
Ela diz que o delegado plantonista Washington Okada, que registrou a ocorrência, interrompeu a apuração do caso e não prendeu Ana Flávia em flagrante, devido à complexidade do caso e dos vários depimentos conflitantes.
O crime é inafiançável, mas como ele (delegado) não conseguiu configurar o crime, resolveu liberar a médica
- O crime é inafiançável, mas como ele (delegado) não conseguiu configurar o crime, resolveu liberar a médica. Neste momento, não há como pensar mais em fiança - ressalta.
A delegada disse que vai pedir a fita das gravações do circuito de segurança do aeroporto.
- Quero checar os horários e se as câmeras registraram o problema. Não posso descartar o uso das imagens veiculadas na internet, em virtude da repercussão que o caso tomou. Enquanto isso, vou ouvir o depoimentos dos envolvidos e das testemunhas.
O Boletim de Ocorrência, registrado preliminarmente na Delegacia de Plantão de Aracaju relata que a médica teria invadido o espaço destinado aos funcionários da companhia aérea após ser informada de que não poderia embarcar. Em depoimento à polícia, o supervisor da Gol disse que a médica teria ficado descontrolada e gritado que a viagem para a Argentina seria de lua de mel. Em seguida, ainda de acordo com o depoimento do funcionário da Gol, ela passou a quebrar objetos do balcão da empresa e a jogar papéis no chão.
Segundo a delegada da Delegacia de Grupos Vulneráveis, Georlize Oliveira, a delegacia tem feito uma apuração isenta e técnica para que o Ministério Público e o Judiciário possam se estabelecer com elementos suficientes. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também resolveu entrar no caso e nesta quinta-feira vai acompanhar o depoimento do funcionário da empresa aérea na delegacia.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

HQ "Tintim no Congo" vai a julgamento acusada de racismo

Bruxelas, 29 set (EFE).- A história em quadrinhos "Tintim no Congo", criada pelo cartunista belga Hergé, vai a julgamento nesta sexta-feira, isso após um cidadão congolês pedir sua retirada do mercado por supostos conteúdos racistas.

O requerente, Bienvenu Mbutu Mondondo, decidiu pedir a proibição dos quadrinhos por considerá-los "ofensivos" aos congoleses, afirmando que seu conteúdo faz "propaganda da colonização".

Por sua vez, a editora Casterman e os responsáveis pelos direitos de "Tintim no Congo" argumentaram que a história aborda uma ficção, escrita há mais de 70 anos, e deve ser interpretada como um registro daquela época.

Além da Bélgica, a obra já despertou polêmica em países como Reino Unido, França, Suécia e Estados Unidos, onde diversos órgãos e autoridades públicas solicitaram sua retirada do mercado.

Georges Prosper Rémi, mais conhecido como Hergé, escreveu "Tintim no Congo" em 1930 para narrar as aventuras do célebre jornalista em sua viagem à antiga colônia belga.


Fonte: Uol notícias

É uma pena que ainda seja assim!




A Carne Elza Soares

A carne mais barata do mercado é a carne negra
5x

que vai de graça pro presídio
e para debaixo de plástico
que vai de graça pro subemprego
e pros hospitais psiquiátricos

A carne mais barata do mercado é a carne negra
5x

que fez e faz história
segurando esse país no braço
o cabra aqui não se sente revoltado
porque o revólver já está engatilhado
e o vingador é lento
mas muito bem intencionado
e esse país
vai deixando todo mundo preto
e o cabelo esticado

mas mesmo assim
ainda guardo o direito
de algum antepassado da cor
brigar sutilmente por respeito
brigar bravamente por respeito
brigar por justiça e por respeito
de algum antepassado da cor
brigar, brigar, brigar

A carne mais barata do mercado é a carne negra
5x

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Morre queniana Wangari Maathai, Prêmio Nobel da Paz em 2004

Segundo o Movimento Cinturão Verde, ela vinha lutando contra o câncer.
Primeira mulher africana a receber o Nobel, ela tinha 71 anos.

 

Wangari Maathai, em foto de arquivo de março de 2010. (Foto: Reuters) 
Wangari Maathai, em foto de arquivo de março de
2010.
 
A ambientalista queniana Wangari Maathai, Prêmio Nobel da Paz em 2004, morreu neste domingo (25), anunciou nesta segunda-feira (26) o Movimento Cinturão Verde, organização que ela fundou há mais de 30 anos.
“Com imensa tristeza, a família de Wangari Maathai anuncia seu falecimento, ocorrido em 25 de setembro de 2011, depois de uma grande e valente luta contra o câncer”, diz a organização em sua página na internet.
Segundo as agências internacionais de notícias, Wangari Maathai, de 71 anos, morreu no Hospital em Nairobi, no Quênia.
Maathai fez campanha pelos direitos humanos e capacitação das pessoas mais pobres da África. Em 2004, ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para promover o desenvolvimento sustentável, democracia e paz. Foi a primeira mulher africana a levar o prêmio.
Bióloga, mãe de três filhos, Wangari Maathai foi presa e ameaçada de morte por lutar pela democracia no Quênia. Nas primeiras eleições livres de seu país, foi eleita para o Parlamento e tornou-se ministra assistente do Meio Ambiente.

 

 Estudante africano é espancado e morto por empresário e dois PMs e Mato Grosso.

CUIABÁ - Um estudante africano foi morto após uma discussão em uma pizzaria de Cuiabá. Segundo testemunhas, Tony Bernardo da Silva, de 27 anos, natural de Guiné-Bissau, foi espancado por três homens após ter esbarrado na mulher de um deles. Dois policiais militares e um empresário foram presos em flagrante acusados da morte do rapaz.

O crime aconteceu por volta da meia-noite, em um restaurante do bairro Boa Esperança. O estudante estava pedindo dinheiro e caiu, esbarrando em uma mulher. O companheiro dela não gostou e começou a agredir o rapaz, com a ajuda de dois homens.

Segundo boletim de ocorrência, Tony foi espancado, e morreu no local, por Sérgio Marcelo da Costa, de 27 anos, e pelos policiais militares Igor Marcel Mendes Montenegro, de 24 anos, e Wesley Fagundes Pereira, também de 24 anos.
Igor e Wesley foram encaminhados para o primeiro batalhão da PM em Mato Grosso. Sérgio deve ser encaminhado para um presídio da região.
Tony veio para o Brasil estudar na Universidade Federal de Mato Grosso, através de um convênio.

Os colegas da vítima não entendem o motivo de tanta violência.
- Primeiro, ele não tinha arma, faca. Para você mobilizar uma pessoa basta você mostrar o seu cartão de policial - diz o estudante Hernani Dias.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Troy Davis é executado nos EUA

Exemplo do negro condenado injustamente, Troy Davis
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Troy Davis é executado nos EUA Condenado por matar policial em julgamento marcado por dúvidas, americano recebe injeção letal no Estado da Geórgia

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Troy Davis é executado nos EUA Condenado por matar policial em julgamento marcado por dúvidas, americano recebe injeção letal no Estado da Geórgia

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Ativistas anti-pena de morte choram ao saber que Suprema Corte dos EUA rejeitou pedido de suspensão da sentença de Troy Davis





O americano Troy Davis foi executado por injeção letal, informou a penitenciária de Jackson, no Estado americano da Geórgia. A execução ocorreu às 23h08 de quarta-feira no horário local (0h08 de quinta-feira em Brasília), pouco depois de a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitar um pedido de suspensão da sentença.
Os advogados de Davis esgotaram todas as possibilidades legais no Estado da Geórgia, em diversas instâncias, na tentativa de evitar sua morte. A execução estava prevista inicialmente para às 19h local, mas foi adiada para aguardar a decisão do Supremo.


Foto tirada em agosto de 1991 mostra Troy Anthony Davis entrando na Corte em Savannah

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se recusou a intervir para impedir a execução de Troy Davis, justificando que o caso cabia ao Estado da Geórgia e não ao poder federal.
"Obama tem trabalhado para garantir eficiência e justiça no sistema judiciário, especialmente nos casos de pena capital, mas não é apropriado que o presidente dos Estados Unidos se envolva em casos específicos como este, que são da Justiça estadual", informou seu porta-voz, Jay Carney.
Executado após passar 20 anos no corredor da morte, Davis foi condenado à pena capital pelo assassinato do policial branco Mark MacPhail, ao final de um processo repleto de vícios judiciais, que revelaram dúvidas sólidas sobre sua inocência.
Durante o processo, nove testemunhas do assassinato cometido em 1989 indicaram Troy Davis como o autor do tiro, mas a arma do crime nunca foi encontrada e nenhuma prova digital ou traço de DNA foi revelado. Depois, sete testemunhas se retrataram, mas isso não foi suficiente para convencer a Justiça a rever seu veredicto.
Apresentado por seus defensores como o exemplo do negro condenado injustamente, Troy Davis recebeu o apoio de personalidades como o ex-presidente americano Jimmy Carter, o papa Bento 16 e a atriz Susan Sarandon, além de centenas de manifestações pedindo seu indulto em todo o mundo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Esse é o típico caso de racismo institucional, a caixa econômica federal ao veicular  uma campanha publicitária sobre os 150 anos do banco que retrata o escritor Machado de Assis como um homem branco. Isso é reflexo de uma sociedade contaminada que quando reconhece a competência de um negro, tenta de todas as formas associa-lo a figura de um homem branco. Naturalmente além dos aspectos ideológicos, é preciso que se diga que Machado nasceu no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, de uma família pobre, negro, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade.

Racismo Não!: 21 DE SETEMBRO DIA NACIONAL DE LUTA DAS PESSOAS DE...

Racismo Não!: 21 DE SETEMBRO DIA NACIONAL DE LUTA DAS PESSOAS DE...: Desde 1982 foi instituído o Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes, o dia 21 de setembro foi escolhido devido a proximidade com a p...

CLASSE A e B SÃO AS QUE MAIS CONSOMEM PIRATARIA - JORNALE.COM

As classes D e E apresentam menor índice de consumo de produtos piratas, em comparação com as classes A, B e C, segundo pesquisa divulgada pela Fecomércio-RJ em parceria com a Ipsos nesta segunda-feira. Apenas 44% dos entrevistados de mais baixa renda admitiram ter comprado algum produto pirata neste ano, enquanto a porcentagem da classe C ficou em 52%. As classes A e B tiveram o maior índice, com 57%.

Esta é a primeira vez desde 2006, quando a pesquisa começou, que mais da metade da população admitiu ter comprado algum produto pirata no ano - no total 52%, ante 48% em 2010. "Transformando este percentual em números absolutos, aproximadamente 74,3 milhões de brasileiros contribuíram com este crime, ante 68,4 milhões no ano passado. Ou seja, cerca de 6 milhões de brasileiros que não consumiam produtos piratas em 2010 passaram a comprá-los este ano", afirmou a Fecomércio-RJ em nota.

Para 96% dos entrevistados no levantamento, o preço é a principal justificativa para aquisição dos produtos no mercado ilegal. Em seguida aparecem a facilidade para encontrar os produtos (14%) e o fato de estarem disponíveis antes do original (9%). O estudo também mostra que 60% acredita que comprar falsificados pode ter consequências negativas - 61% diz que a pirataria pode causar desemprego, 74% acredita que prejudica o faturamento do comércio, 80% afirma que traz prejuízos ao fabricante e/ou artista, e 82% aposta que aumenta a sonegação de impostos.

Os produtos mais adquiridos são CDs e DVDs, com 81% e 76% dos entrevistados, respectivamente. Roupas aparecem em terceiro lugar, com 11%, óculos em seguida com 10%, e calçados, bolsas e tênis com 7%. Para os que afirmaram não ter comprado produtos piratas em 2011, as razões mais comuns foram a qualidade ruim dos produtos (60%) e a falta de garantia (25%). O levantamento entrevistou mil pessoas em 70 cidades do País.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nelson Mandela abandonado em Salvador

Quando foi inaugurada, a estátua de Nelson Mandela na entrada do Plano Inclinado Liberdade-Calçada, a população da cidade fez festa. Apesar de ser a capital mais negra do mundo fora da África, poucos heróis desta origem possuem o reconhecimento das autoridades soteropolitanas. Pois, bem. Hoje, o monumento em homenagem ao prêmio Nobel da Paz “está entregue à própria sorte”,
“É lixo por toda parte. Até as duas placas alusivas à passagem do líder sul-africano por Salvador, em 2000, uma num suporte de tubo e outra no pedestal da estátua, vão mal. Na do tubo, as letras estão se apagando. Na do pedestal, estão caindo. E o gradil que cerca a praça virou lanças pontiagudas prontas para estrepar os incautos”.

Já passou da hora da prefeitura tomar vergonha na cara e cuidar do patrimônio histórico do município.



GGB intervém e cancela palestra de Jair Bolsonaro em Salvador - Jornal A Tarde 16/09/11


O lobby do movimento gay de Salvador conseguiu promover o cancelamento de uma palestra que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) notório militante anti-gay, iria proferir no 8° Encontro Baiano de Direito Penal, marcado para os dias 14 e 15 de outubro.
O evento é promovido pela empresa Múltipla – Difusão do Conhecimento, pelo Curso Juspodium e pela Associação Brasileira de Professores de Ciências Penas (ABPCP – Bahia). A temática do encontro é "As novidades legislativas do Direito Penal e do Processo Penal: a reforma do CPP, a nova Lei de Prisões e outras questões relevantes".
Bolsonaro falaria na abertura do evento às 10h30 do dia 14, sobre o tema Proposta de Política de Prevenção ao Homossexualismo. Ao tomar conhecimento da presença de Bolsonaro na encontro, o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB) Marcelo Cerqueira veiculou a informação nos fóruns de entidades ligadas aos homossexuais e direitos humanos na internet, comunicou o Ministério Público do Estado e reclamou junto à direção do Juspodium.
Durante as “negociações”, o GGB chegou a propor aos organizadores do evento que substituíssem Bolsonaro por outro convidado da área do Direito e “em permanecendo ele na mesa, convidar alguém para fazer um contraponto”, sugerindo dois nomes, o do antropólogo Luiz Mott ou o deputado Jean Wyllys.

sábado, 17 de setembro de 2011

Mulheres e negros têm menos acesso a transplantes de órgãos no Brasil. Jornal A Tarde (BA)

28/07/2011

Ser mulher e negro no Brasil é ter que enfrentar um desafio diário para ter os direitos garantidos. Se você é mulher e negro e está na fila de espera por um transplante de órgãos, saiba que a sua cor e gênero podem diminuir as chances de ter a cirurgia realizada. É isso o que mostra um estudo inédito realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

De acordo com a pesquisa – que teve como foco os transplantes de órgãos sólidos, como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão -,
a maioria dos transplantados no Brasil são homens de cor branca. Um dado preocupante, sobretudo para a Bahia, que tem 82% da população negra.

A análise do Ipea mostra que
a cada quatro receptores de coração, três são homens, e 56% dos transplantados têm a cor de pele branca. No transplante de fígado, oito são para pessoas brancas. O mesmo ocorre com os transplantes de pâncreas, pulmão e rim.

Desigualdade
Esse trabalho revela que há desigualdade no recebimento dos órgãos, o que não deveria ocorrer, já que o acesso à saúde é um direito universal”, pontua o economista Alexandre Marinho, da diretoria de estudos e políticas sociais do Ipea, um dos autores da pesquisa. Para realizar o trabalho, os pesquisadores analisaram dados de 1995 a 2004, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

As causas do fenômeno não foram o foco do estudo, mas acredita-se que as condições socioeconômicas tenham influencia no momento de escolha do paciente.
Na opinião do coordenador do Sistema Estadual de Transplantes da Secretaria do Estado da Bahia (Sesab), Eraldo Moura, a pesquisa precisa ser melhor investigada.

“O transplante vem sendo de fato realizado mais em brancos ou em pessoas que se declaram brancas?”, questiona. Segundo Moura não há possibilidade de existir “prioridades” na lista. “Todos têm o mesmo direito. A lista de espera não funciona com o critério cor e gênero”, garante.

A pesquisa Desigualdade de Transplantes de órgãos no Brasil: Análise do Perfil dos Receptores por Sexo, Raça ou Cor será apresentada hoje, às 9h, durante uma audiência pública realizada no auditório do Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador.

Com o tema À População Negra e a Política de Transplante de Órgãos e Doação de Medula Óssea, o evento é realizado pela Ouvidoria da Câmara, em parceria com o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc- BA).

“Embora as causas não tenham sido foco do estudo, acreditamos que os pacientes podem ser excluídos porque não estão aptos para o transplante, provavelmente pelas condições socioeconômicas. Isso tem que ser discutido”, avalia o economista do Ipea, Alexandre Marinho.

Conscientização
De acordo com a vereadora Olívia Santana, também ouvidora-geral da Câmara, o objetivo é conscientizar e estimular a doação de órgãos e medula óssea pela comunidade negra. Olívia reclama da falta de informações acerca dos grupos sociais que compõem o banco de dados do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome). “Vamos solicitar do Instituto Nacional do Câncer que disponibilize aos hemocentros a base de dados sobre o perfil genético dos doadores. É fundamental que as campanhas de doação de medula óssea sejam planejadas, garantindo equilíbrio e a diversidade de doadores”, diz.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Miss Universo 2011 sofre racismo


A Miss Universo 2011, Angolana Leila Lopes, sofreu ofensa Racista de admiradores de Adolf  Hitler por ser negra. Mensagens em português e em inglês, postadas num site que se define nacionalista branco e possui adeptos do ditador nazista Adolf Hitler compararam a ganhadora do título de mais bela do mundo a uma “macaca”.
Declarou a nova Miss Universo ” Felizmente, o racismo não me atinge, pois são as pessoas racistas que tem um problema. Devemos nos respeitar, independente de sexo, cor ou classe social.
OFENSAS  COVARDES;- ” Angolana? Depois falam que não é resultado arranjado, é pura cota, podia ter posto uma macaca para competir que ganharia também, foi totalmente aleatório mas tinha que ser uma das pretinhas, pela mor… Alguém assistiu essa porcaria? Sério?” escreve um integrante da comunidade brasileira do site, que utiliza o símbolo da suástica nazista, abaixo de um pseudônimo.

Gabriel o Pensador - Racismo é burrice


Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Indicadores sociais da população negra têm melhoras, mas condições de vida seguem inferiores às dos brancos

Os índices de escolaridade, renda e pobreza da população negra registraram melhoras entre 1996 e 2006, mas as condições de vida continuam inferiores às dos brancos no Brasil. A avaliação é de estudo sobre desigualdade racial e de gêneros divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os brancos ainda vivem com quase o dobro da renda mensal per capita dos negros - pouco mais de um salário mínimo a mais e população negra é menos protegida pela Previdência Social do que os brancos - especialmente no caso da mulher negra - e começa a trabalhar mais cedo para se aposentar mais tarde.
"A renda dos negros é extremamente baixa comparada à dos brancos, e está muito próxima ao valor do salário mínimo", "O comportamento da renda dos brancos é definido por negociação coletiva ou fluxos do mercado de trabalho. Então, nesses últimos 13, 14 anos, acompanhou a queda na renda média da população. Já a dos negros está associada à evolução da política do salário mínimo."
O fim da escravidão sem a criação de um mercado de trabalho que absorvesse a mão-de-obra negra e herança de concentração fundiária na mão de ricos produtores agrícolas privaram a população negra de acesso a "mecanismos democráticos de ascensão social, econômica e cultural".


"A sociedade brasileira foi constituída em três séculos de colonização e quatro de escravidão. Isso gerou uma estrutura de segregação absoluta que foi sendo superada ao longo do século 20, mas não na velocidade necessária para democratizá-la",. "Não temos mecanismos para distribuir a renda. É como se no século 21, ainda vivêssemos em uma sociedade escravocrata."

Diretora de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Palmares, Bernardete Lopes defende que o estudo do Ipea é importante para provar à sociedade que os preconceitos raciais não foram superados no Brasil. "Acho que essa pesquisa vai fazer algumas pessoas entenderem quando dizemos que o país precisa de ação afirmativa e precisa de cotas, porque mostra que não vivemos numa democracia racial, e que a discriminação não era pela pobreza, mas sim pela raça e pela cor", afirma.

De república, a gente só tem o nome"


As melhorias no acesso à educação formal também não foram capazes de acabar com a desvantagem dos negros em relação aos brancos na escolaridade. Enquanto 58,4% dos brancos estavam em 2006 matriculados no ensino médio com idade adequada para o curso, apenas 37,4% dos negros estavam no mesmo patamar, revelam os dados do Ipea.

"A República nunca criou um sistema universal de igualdade pela educação; nossa educação nunca foi republicana. A abertura da universidade para a qualificação dos mais pobres, na sua maioria negros e miscigenados, é muito recente", diz o sociólogo.
"Políticas adotadas gradativamente, como as cotas para alunos de escolas públicas e negros, estão tentando corrigir esse desvio histórico na sociedade brasileira, mas ainda não passam da superfície", . "De república, a gente só tem o nome."